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Abear: impostos, combustível e infraestrutura são desafios do setor

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear

Durante painel sobre empresas aéreas realizado no Congresso Técnico do Festuris o diretor executivo da Abear, Eduardo Sanovicz, lembrou os maiores desafios do setor para se manter competitivo. “O combustível de aviação aumentou 50% em um ano”. Ele confirmou que até março será anunciado um programa de capacitação. “Também nos preocupamos com a sustentabilidade e esse é um assunto de extrema importância. Hoje empresas como Azul e Trip utilizam voos experimentais com biocombustível e isso é o início de uma revolução e uma nova possibilidade para preservação ambiental”, avaloiu.

O dirigente lembrou que o setor da aviação comercial tem crescido. “Hoje temos na economia setores que dependem da aviação comercial. O crescimento deste modal é importante, mas é preciso mudar o foco. O setor criou o hábito de olhar apenas para si. Nos últimos dez anos aumentou a renda do brasileiro e as empresas aéreas dentro da sua competitividade passaram a fazer uma disputa entre si sem se preocupar com outras questões como a queda do preço médio da tarifa média que caiu 40%. Lembro que emitimos 86 milhões de bilhetes aéreos em 2011 e hoje esse modal é o grande meio de transporte no país, superando até as viagens de ônibus.

Sanovicz criticou o custo de R$ 7 cobrados pelo Governo nos voos de conexão não repassados ao passageiro. “Multiplicando isso por 86 milhões de bilhetes temos um volume considerável”. O dirigente lembrou que as empresas aéreas têm um produto perecível e quaisquer mudanças são complicadas. “O Brasil hoje é o quarto mercado mundial e o nosso custo é 26% maior do que o praticado na Europa e 50% dele é dolarizado”, lembrou. Os grandes desafios são ICMS e preço do combustível.

Ao finalizar, ele destacou que o cenário do setor é de suspense. “Crescemos mas chegamos numa situação limite. Os preços baixaram e para seguir neste processo é fundamental superar questões como preço de combustível, os impostos e melhorar a infraestrutura. Estamos ajustando as ofertas para atender ao mercado e a cadeia produtiva”. Segundo ele, o Código Nacional de Aviação deve ser votado em regime de urgência no Congresso até a próxima semana. Para 2013, ele previu um cenário de estabilidade e desafios para o setor da aviação.

Já o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Braztoa), Marco Ferraz, lembrou durante o painel que a entidade foi responsável pelo transporte de seis milhões de passageiros em 2011. Ele acrescentou que uma das preocupações é a flexibilização do visto para os Estados Unidos e pediu mudanças na legislação em relação aos passageiros. “Hoje existem questões complicadas como a exigência para que as operadoras façam um relatório sobre limites de gastos e também expliquem o objetivo da viagem”. Ao abordar as fusões do mercado, Ferraz recordou uma série de parcerias nos diversos setores da economia. “Até a Braztoa nasceu de uma fusão. Há parcerias como a que fizemos como a WTM Latin America. Essa é uma tendência cada vez maior de mercado”, avaliou.

O vice-presidente comercial e de marketing da AviancaTaca, Tarcísio Gargioni fez um balanço da aviação comercial no país. “Até o ano 2000 tínhamos um controle da oferta e um mercado seletivo. Havia um crescimento de 1,8% do PIB e empresas como Varig e Vasp estavam atuantes. Tivemos a Gol que em seu início quebrou diversos paradigmas. Pelos números do setor verificamos que houve uma popularização. A aviação deixou de ser uma área inacessível e as empresas que estão aí têm saúde estável. Esse quadro serve de reflexão para 2020. O ano passado foi uma bolha e agora chegamos a um crescimento tímido, mas real. Estamos vivendo uma mudança no comportamento das empresas com as pequenas crescendo. O mercado cresceu na oferta 5,2% e na demanda 7%.

Segundo ele, o grande desafio é a infraestrutura. “Estamos crescendo bem acima do PIB podemos imaginar que até 2020 devemos crescer em média 6% ao ano. Temos uma pela frente uma grande janela de oportunidades, num mercado muito maior com oportunidades para todos. É um cenário bastante positivo”, previu.

Ao finalizar, Marcelo Ribeiro, diretor de planejamento da Azul Trip falou da integração da malha aérea que tem beneficiado o Turismo e alertou para a necessidade de investimentos em infraestrutura. “Hoje, um dos grandes desafios é a falta de pátios de estacionamento para pernoite nos aeroportos”, disse. Segundo ele, a saturação dos aeroportos e o crescimento na demanda não impediu o crescimento na oferta de destinos da malha aérea. “Hoje a Azul e Trip são exemplo disso. Temos a maior malha atendendo 100 aeroportos com 800 voos diários. Essa cobertura mostra que ajudamos a levar o desenvolvimento ao interior do país”, concluiu.

Anderson Masetto e Luiz Marcos Fernandes, de Gramado

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