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Entrevistas

WTTC prevê dois bilhões de novos consumidores da classe média até 2030

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A indústria de viagens e turismo será impactada – positivamente – com a chegada de mais dois bilhões de consumidores de classe média antes de 2030. Essas e outras previsões foram reveladas ao MERCADO & EVENTOS pelo novo CEO e presidente do World Travel and Tourism Council (WTTC); David Scowsill. Ele assumiu o posto em novembro de 2010 no lugar de Jean-Claude Baumgarten.
 
Segundo ele; entre os principais desafios está o de conscientizar os governos da importância fundamental que tem o setor de viagens e turismo. “Políticos desinformados podem criar políticas e legislações que prejudiquem nossa indústria e impedir-nos de alcançar o nosso pleno potencial. Isso é ruim para nós; mas também ruim para as economias nacionais; já que uma indústria de turismo devidamente apoiada pode ajudar os países na recuperação da recessão”; justifica. A economia de viagens e turismo contribui com US$ 5; 8 trilhões para o PIB global; ou seja; 9;3% do total. A expectativa é que esse número cresça para US$ 11 trilhões (9;7%) em 2020.
 
David tem experiência em private equity (tipo de atividade financeira realizada por instituições que investem essencialmente em empresas que ainda não são listadas em bolsa de valores; com o objetivo de alavancar seu desenvolvimento) e capital de risco provenientes do varejo; consumo; tecnologia e setores de viagens. David foi CEO da Opodo; vice-presidente da Worldhotels; vice-presidente sênior de Vendas; Marketing e TI da Hilton International; diretor EMEA da American Airlines; gerente geral Regional Ásia / Pacífico da British Airways e diretor de Vendas e Marketing da easyJet.  
 
Veja a entrevista completa:
 
M&E – Qual é o seu maior desafio como presidente do WTTC?
David Scowsill – Um dos maiores problemas que temos de abordar é a falta de entendimento fundamental que os governos têm sobre a indústria de viagens e turismo. Políticos desinformados podem criar políticas e legislações que prejudiquem nossa indústria e impedir-nos de alcançar o nosso pleno potencial. Isso é ruim para nós; mas também ruim para as economias nacionais; já que uma indústria de turismo devidamente apoiada pode ajudar os países na recuperação da recessão.

Historicamente já houve uma série de políticas mal planejadas que agora é quase impossível revogar. O processo de visto; por exemplo; é um problema que continua a ser uma ameaça. Embora entendamos a necessidade de proteger as fronteiras por conta da segurança; os governos devem tornar o processo de obtenção de vistos tão fácil quanto possível para os potenciais visitantes. Nós acreditamos que as soluções podem ser encontradas em aplicações tecnológicas existentes.

A crise provocada com as nuvens de cinzas vulcânicas em 2010 (erupções do vulcão localizado sob a geleira Eyjafjallajoekull; na Islândia) também destacou alguns problemas que ameaçam a prosperidade da indústria. A falta de um céu único europeu significa que as rotas da aviação são ineficientes; impactando negativamente o meio ambiente e causando aumento do tempo de viagem. Isso também significa que os governos foram incapazes de reagir com rapidez suficiente; resultando em perda de negócios para muitos em nossa indústria. Fomos também atingidos por uma legislação de compensação Europeia; que impõe certos padrões de atendimento para os clientes afetados. Enfrentar essa legislação será um dos nossos desafios permanentes.

Todos nós sabemos que alguns impostos do turismo são prejudiciais para os destinos e os viajantes. O melhor exemplo – e muitos destinos estão cada vez mais indignados com ele – é; claro; o UK´s Air Passengers Duty (taxa cobrada sobre o transporte de passageiros a partir dos aeroportos do Reino Unido em aeronaves com peso autorizado de decolagem de 10 toneladas ou mais de 20 assentos). Não só o dinheiro arrecadado é unhypothecated; mas também sua aplicação desigual penaliza destinos mais próximos; muitos dos quais dependem do turismo para o desenvolvimento econômico e social. A taxa também estabelece um precedente perigoso; tendo a Alemanha já introduzido uma tributação semelhante.

M&E – Como você vê a próxima década do turismo global?


David Scowsill – A economia de viagens e turismo contribui com US$ 5; 8 trilhões para o PIB global; ou seja; 9;3% do total. A expectativa é que esse número cresça para US$ 11 trilhões (9;7%) em 2020. A indústria do turismo (direta e indiretamente) agrega mais de 235 milhões de empregos; e está previsto um aumento para pouco mais de 303 milhões até 2020. Os investimentos de viagens e turismo em 2010 é estimado em US$ 1 trilhão; devendo atingir US$ 2; 7 trilhões em 2020.

A longo prazo; vamos aproveitar estes dois bilhões de pessoas novas que entram na classe média; usufruindo de rendimentos mais elevados; encontrando-se assim com uma maior renda disponível e que querem gastá-la em mercadoria; incluindo a viagem. Eles terão que aumentar a confiança e as aspirações para os destinos que pretendem visitar e; enquanto a maioria continuará a escolher rotas doméstica ou intra-regionais; inicialmente; mais destinos de longo curso também serão beneficiados.

Ásia vai liderar esse crescimento; liderados por China e Índia – dois dos quatro mercados de origem do BRIC; mas também estamos vendo aumentar a menção da Indonésia dentro de um contexto econômico similar.

A sustentabilidade continuará a ser importante. A tecnologia também terá um papel fundamental neste processo de mudança; tanto para os administradores públicos e o setor privado. A inovação também será crucial na definição do futuro do setor. A produtividade continuará a aumentar no mundo; graças à inovação.

M&E – Então a Ásia terá um crescimento mais elevado do que outras regiões do globo?

David Scowsill  – Sim; a Ásia ainda é definida com um crescimento de 4;2% – queda de 0;4% da previsão inicial do WTTC em janeiro. Por exemplo; a China deve continuar a ser o principal motor do crescimento global nos próximos dez anos e Índia espera uma forte recuperação após ligeira desaceleração em 2009.

Está prevista para este ano uma modesta recuperação para o Japão; com crescimento real do PIB acelerando gradativamente; atingindo um pico cíclico em 2013. Enquanto isso; uma queda bruta do número de visitantes estrangeiros tem impulsionado uma contração ainda mais acentuada no setor de viagens e turismo; a recuperação esperada é lenta.

O tamanho e a força do mercado interno indiano ajudou a isolar a economia de um choque grande em 2009; ressultando apenas numa modesta desaceleração no crescimento do PIB. Mas o setor de viagens e turismo teve problemas com a diminuição em 6% nos desembarques. As viagens domésticas seguraram bem; com uma previsão oficial de 650 milhões para este ano. A recuperação estável dos desembarques está prevista para os próximos dois anos; quando o crescimento do PIB do setor deverá acelerar solidamente.

Dada a posição da Ásia na liderança do crescimento; o nosso Encontro Global de Viagens e Turismo retorna à região em 2012. Depois de uma disputa altamente competitiva entre quatro cidades; a capital japonesa de Tóquio será a sede de 2012. Seu sucesso foi devido a uma apresentação convincente e atraente do compromisso da sua indústria; combinada com o apoio governamental e entusiasmo de suas agências; a dedicação a um evento de carbono neutro; e elevados padrões de eficiência e capacidade.

M&E – A 9 ª Conferência Global do WTTC aconteceu no Bras
il; em Florianópolis. Qual é a posição do Brasil no cenário do turismo no mundo?

 
David Scowsill – No Brasil; a contribuição do turismo para o Produto Interno Bruto (PIB) deverá aumentar de 5;9% em 2010 para 6;9% em 2020. A contribuição da economia de viagens e turismo para o emprego deverá aumentar de 5;6% do emprego total – 5.333.000 postos de trabalho ou um em cada 17;8 empregos em 2010 – para 6;5% do emprego total – 7.785.000 empregos; ou 1 em cada 15;4 empregos até 2020 .

É estimado um investimento de viagens e turismo de R$ 45.1 bilhões (US$ 24.4 bilhões) ou 7;2% do investimento total em 2010. Em 2020; este valor deve chegar R$170.6 bilhões (US$ 63.9 bilhões) ou 9;9% do investimento total.

M&E – O Brasil sediará em poucos anos; a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Na sua opinião; como o país pode fazer o melhor uso destes dois eventos?

 
David Scowsill – O turismo esportivo é uma indústria que movimenta US$ 600 bilhões por ano e vem crescendo. O país deveria fazer um melhor uso em termos de investimento e infraestrutura; mas também a criação de emprego e a regeneração da comunidade local. O Brasil será o centro das atenções da mídia mundial e; portanto; vai atrair um novo público para o destino.
Esses grandes eventos desportivos também podem ajudar na redução da pobreza e do desemprego; devido ao aumento de visitantes internacionais em torno desses eventos.
No entanto; o impacto não é uniformemente positivo. Por exemplo; a multidão que os megaeventos concentra pode acabar afastando viajantes de negócios regulares em uma determinada região. Neste sentido; os viajantes de negócios regulares podem evitar cidades-sede durante a duração do evento.
Além disso; a noção de que o efeito multiplicador (que sugere que um gasto adicional seja estimulado pelos gastos iniciais e diretos realizados em megaeventos) é criticada no sentido em que o multiplicador para um megaevento “será mais baixo do que o multiplicador de gastos com muitos outros bens e serviços locais “

Assim; o governo deve trabalhar em estreita colaboração com as partes interessadas e todos os envolvidos. Por exemplo; o governo pode criar pacotes para atrair mais turistas no período pré e pós eventos. Além disso; os destinos vizinhos devem colaborar estreitamente com o país sede dos eventos desportivos para alavancar oportunidades.

M&E – Qual será o foco do 11º Global Travel & Tourism Summit; em Las Vegas; entre 17-19 de maio de 2011? O que deve orientar a discussão?

 
David Scowsill – O tema deste encontro anual de influentes formadores de opinião; “Fortalecendo o Crescimento Global”; trata sobre o potencial de viagens e turismo para conduzir a prosperidade econômica; aumentar o emprego e ajudar as nações em recuperação. Nosso setor já responde por mais de 9% do PIB global; cerca de US$ 5;8 trilhões e suporta mais de 235 milhões de empregos. O crescimento é exponencial; impulsionado pela previsão de chegada de mais dois bilhões de consumidores de classe média antes de 2030.
 
O Encontro Global de Viagens e Turismo  (Global Travel & Tourism Summit) que acontece em Las Vegas irá abranger as discussões sobre governos; investimento; infraestrutura; mídia digital; viagens de negócios; tecnologia; demografia e inovação. Vamos perguntar se a indústria está pronta para o crescimento explosivo que está chegando. Questionaremos quando a indústria de Viagens e Turismo; uma das maiores do mundo em serviços; será reconhecida por muitos governos em todo o mundo.

 O evento é uma plataforma única para aqueles que realmente desejam resolver os problemas e maximizar as oportunidades de crescimento. As discussões vão ajudar a destravar o potencial para a criação de emprego; prosperidade e compreensão internacional.

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