Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.
Portal Brasileiro do Turismo

Entrevistas

Lummertz quer Embratur na promoção do turismo doméstico

Vinícius Lummertz

Vinícius Lummertz


Antes mesmo de tomar posse como presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) em lugar de Vicente Neto, o ex-secretário Nacional de Políticas de Turismo, Vinícius Lummertz,  esteve no Encatho, em Santa Catarina, onde falou sobre seus planos com à frente da entidade.  O dirigente afirmou estar convicto de que o futuro do Brasil terá que passar pelo turismo. Admitiu que a Embratur terá que passar por uma reformulação e que, em seu novo modelo de gestão, poderá contribuir para promoção também do turismo doméstico, e não apenas do mercado internacional, como acontece atualmente. Confira aqui a entrevista exclusiva ao M&E.

MERCADO & EVENTOS – De que modo o Brasil pode alavancar a indústria do turismo como instrumento de desenvolvimento econômico neste momento em que o país vive uma redução em vários segmentos da economia?
Vinícius Lummertz –
Temos um imenso potencial de atrativos naturais (único no mundo!), o terceiro mercado de aviação comercial, além de uma diversidade cultural fantástica. Temos que aproveitar tudo isso e a indústria do turismo tem uma amplitude que precisa ser explorada. São 53 setores da economia influenciados direta ou indiretamente pela indústria do turismo. Não há como ignorar isso. No momento em que o país atravessa uma grave crise econômica, o turismo pode ser uma alternativa na captação de investimentos, geração de empregos e renda. Não tenho dúvidas de que assim como aconteceu com o setor agrícola, isso pode acontecer também com o turismo. O Brasil tem a nona maior economia do turismo no mundo, e o potencial turístico que o Brasil apresenta para daqui a 20 ou 30 anos, é o mesmo que a agricultura representou para o Brasil 20 ou 30 anos atrás. Para alcançar o patamar que o agronegócio representa para o país hoje, foram empregados dois princípios: empreendedorismo e conhecimento. E isso o turismo tem de sobra. No ano passado foram investidos mais de R$ 60 bilhões no turismo do Brasil. De forma direta e indireta são 8,8 milhões de empregos.  Não devemos nos preocupar com a conjuntura, e sim com a estrutura. São as bases que devemos mudar para conseguir alcançar o desenvolvimento que almejamos.

M&E – O ministro do Turismo, Henrique Alves, pediu urgência na mudança do modelo de gestão da Embratur. Qual a sua opinião a respeito desta questão e de que modo a Embratur pode ter um papel de maior amplitude no processo de comercialização e captação do turismo internacional?
Vinícius Lummertz –
O ministro está certo. Esse modelo atual da Embratur já está superado. É urgente dar a instituição um papel mais relevante, incluindo a promoção do turismo interno e não apenas internacional, como acontece até o momento. Até aqui a Embratur tratou apenas da promoção internacional. Nossa ideia é ampliar seu leque de ação, num trabalho de parceria com o Ministério do Turismo, de modo a fomentar o turismo doméstico. Enquanto secretário de Políticas Nacionais, eu tratei da questão do incentivo do turismo náutico, das cidades históricas, dos parques nacionais e parques temáticos. Agora nossa ideia é avançar mais sobre esses e outros temas. Para isso, precisamos de mais investimentos. Há que se criar mecanismos para captar maiores recursos para novos investimentos. Temos que melhorar as condições para esses novos investimentos e tenho certeza de que eles virão com as mudanças a serem implementadas.  O novo modelo da Embratur já vem sendo discutido e precisamos avançar nesse tema, uma vez que as questões burocráticas são um entrave que impedem ações promocionais de maior vulto e envergadura.

M&E – Recentemente o Brasil caiu mais uma posição no ranking da International Congress and  Convention Association (ICCA). Como analisa a situação do país no segmento de negócios e eventos. O que pode ser feito para melhorar nossa posição no cenário mundial?
Vinícius Lummertz –
Apesar da queda no último ranking da ICCA, ocupamos ainda uma posição muito boa. Nossa ideia é estabelecer um plano, junto com a Abeoc e outras entidades, para fomentar o segmento de eventos. Lembro que a captação de congressos é algo que se consegue apenas a médio e longo prazo. Creio que podemos avançar muito neste tema.

M&E – Que temas mais a Embratur pretende trabalhar neste novo modelo de gestão? Com as novas tecnologias, o que pode ser melhorado?
Vinícius Lummertz –
Não tenho a menor dúvida de que temos que inserir todo o programa de promoção e comercialização da Embratur na era digital. Temos que fazer uso destas novas ferramentas de modo a aumentar o nosso poder de divulgação junto aos principais destinos emissores.

M&E – Uma das questões que o senhor defendeu quando secretário Nacional de Políticas de Turismo foi o ordenamento turístico dos parques nacionais. Como está essa questão e o que avançou até o momento?
Vinícius Lummertz –
Temos hoje a sugestão de novas leis tramitando no Congresso Nacional. Queremos trazer alguns parques naturais para a administração do Ministério do Turismo e avançar nessa direção, fazendo um uso ordenado destas áreas como acontece em outros países, caso dos Estados Unidos. Para sermos mais competitivos, temos que receber também incentivos como acontece atualmente com outros setores da economia. Isso ainda não acontece com o turismo. O potencial do Brasil não encontra comparação com nenhum outro lugar do mundo e podemos fazer com que as soluções apontadas pelo Programa Nacional de Turismo sejam um caminho para fortalecer essa atividade econômica.

Luiz Marcos Fernandes e Thalita Cardoso

Receba nossas newsletters
[mc4wp_form id="4031"]