Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.
Portal Brasileiro do Turismo

Entrevistas

Liderança de mercado não é o mais importante para a Tam

.

.

Ao participar do Top Tam Regional em Goiás; o diretor de Vendas da Tam; Klaus Kühnast; destacou a preocupação da companhia em apoiar o trabalho dos agentes de viagens. Para ele; as edições regionais; nacional e internacional do Top Tam são formas de reconhecer a importância desta parceria. O executivo lembra que as divergências sobre os comissionamentos são “páginas viradas” e ressalta que a liderança do mercado doméstico e internacional não é o principal foco da companhia. Segundo ele; a rentabilidade; esse sim; é um fator primordial. Nesta entrevista ele aborda também a possibilidade de compra de 31% da Trip como meio de fortalecer a malha regional e confirma que a empresa vai incorporar 20 aeronaves à sua frota até 2014; totalizando 174 aviões.

M&E – Recentemente a Tam chegou a perder a liderança do mercado doméstico para sua principal concorrente. Como a companhia viu este fato e qual foi a estratégia para recuperar o primeiro lugar no ranking nacional?
Klaus Kühnast
– Claro que a Tam tem a maior satisfação em manter esta liderança; mas quando ficamos em segundo lugar em fevereiro; isso não nos preocupou. Esse fato aconteceu uma vez e certamente acontecerá outras vezes; já que a diferença na participação e oferta no mercado entre a Tam e sua concorrente direta é bem pequena. Dependendo do mês onde uma companhia realiza mais promoções ou não; isso pode determinar algum tipo de mudança no cenário. Não significa que a empresa esteja perdendo mercado; mas o importante para a companhia é manter foco na sua rentabilidade. Esse sim é o fator que considero prioritário; uma vez que o restante é consequência. Hoje temos uma situação de mercado mais equilibrada e competitiva e isso é bom também para o consumidor. A Tam está em vias de concretizar sua fusão com a Lan e isso certamente levará a companhia a alcançar um novo patamar na aviação mundial.

M&E – A Tam ao realizar as edições regionais do Top Tam têm afirmado que os agentes de viagens fazem a diferença. Houve época em que a relação com eles ficou afetada em função de divergências no comissionamento? Hoje a situação é outra? O que mudou?
Klaus Kühnast
– Você está correto quando afirma que para a Tam os agentes de viagens fazem a diferença. A maior prova disso é esse reconhecimento do setor ao realizarmos as edições regionais; nacional e internacional do Top Tam; prestigiando 500 agências no total. Mas; fora isso; temos procurado também atender as reivindicações do setor; dentro do possível. Hoje temos um modelo com a D.U. no nacional e no internacional e que tem funcionado muito bem no relacionamento com as agências. Já as companhias aéreas internacionais têm seus modelos próprios e quanto a isso eu não posso opinar. Creio que hoje o mercado está mais amadurecido; mas a tendência é o agente buscar sempre alternativas para aumentar seus ganhos.

M&E – Recentemente o Ministério do Turismo defendeu o aumento de capital estrangeiro nas companhias aéreas nacionais passando a participação de 20% para 49%. Qual a sua opinião a respeito?
Klaus Künhast
– Esta é uma questão que depende mais do que uma decisão do governo. Mesmo assim acho que a companhia deve estar preparada para conviver com qualquer tipo de modelo que vier a ser implementado no mercado. Se as regras mudarem; temos que estar preparados para conviver com as mudanças. O importante é nos mantermos cada vez mais competitivos no mercado; independentemente das regras que venham a ser estabelecidas.

M&E – A decisão da Tam de optar; em breve; pela compra de 31% da Trip significa uma mudança de estratégia da companhia em relação ao mercado regional? Quais os planos da empresa neste sentido?
Klaus Künhast
– Posso garantir para você que a Tam nunca esqueceu o mercado da aviação regional. Lembro que nós fomos a primeira companhia aérea no país de grande porte a fazer acordo com as empresas regionais para alimentar os nossos voos. Tanto é verdade que nós operamos para 44 destinos com as nossas aeronaves e 84 destinos com companhias regionais. Então esse interesse não é de agora e esta estratégia vem sendo implementada há quatro ou cinco anos. A própria parceria com a Trip não é nova e o que estamos fazendo agora é fazer com que a Trip venha a ser parte dos negócios da Tam. Começamos a trabalhar esta parceria também com a Pantanal utilizando seus slots e voos após a compra da mesma. Tudo isso faz parte de uma estratégia de mercado de inclusão e fortalecimento das companhias e nós não poderíamos ficar de fora já que a demanda de passageiros e a oferta de mercado justificam novas operações. Quanto aos planos da companhia no regional eu acredito que num primeiro momento os voos regionais ficarão apenas num plano nacional e posteriormente podemos pensar em voos de fronteira. Mas no momento a prioridade é o mercado doméstico.

M&E – O governo admitiu a concessão de alguns aeroportos. Como a Tam vê a possibilidade de participar deste processo?
Klaus Künhast
– O governo está vendo que o modelo atual de administração dos aeroportos tem que ser mudado; já que não há condições de ser mantido o esquema atual em função do crescimento na demanda de passageiros. A única saída é mudar esta situação já que o próprio governo reconheceu claramente que não têm condições de atender a todo este crescimento sem estabelecer parcerias e concessões junto ao setor privado. Creio que este processo se dará naturalmente e o Brasil tem que realizar as mudanças necessárias para que haja um trabalho no sentido de atender cada vez melhor este crescimento na demanda. A Tam tem interesse desde que o negócio seja rentável.

M&E – Vem aí megaeventos como Copa do Mundo e as Olimpíadas. Muito têm se falado na necessidade de uma melhoria na infraestrutura e na ampliação da malha aérea. Como o Brasil pode se beneficiar diretamente destes eventos?
Klaus Künhast
– Acho sinceramente que vamos estar bem preparados até 2014. A própria Tam tem um planejamento de ampliação de frota para os próximos anos visando atender a demanda com mais 20 aeronaves até 2014 quando chegaremos aos 174 aviões. Lógico que existe uma preocupação; principalmente no que se refere a investimentos na infraestrutura dos aeroportos; mas acho que o governo está ciente de que tem de fazer a parte dele. A própria questão da qualificação da mão de obra no setor de aviação vem sendo objeto de preocupação das companhias. Na Tam; especificamente; nós temos uma área de recrutamento onde os funcionários recebem um treinamento por parte da academia da Tam. Para o treinamento de pilotos temos algumas parcerias com empresas que têm simuladores.

M&E – Como vê o futuro da companhia a partir da fusão com a Lan?
Klaus Künhast
– Creio que este é um momento importante para o mercado da aviação mundial seguindo uma tendência de fortalecimento por meio das fusões. A Tam; como grande companhia que é; não poderia ficar de fora desse processo; bem como a Lan. Lembro que essa sinergia entre as duas companhias não é de hoje e na época em que o comandante Rolim comprou os primeiros Airbus; há muitos anos; isso foi feito em conjunto com a Lan. Por serem duas empresas que se complementam na malha aérea; tudo leva a crer que será um grande case de sucesso mundial na aviação; bastante importante para o país que passará a contar com uma empresa capaz de competir em igualdade de condições com as grandes empresas aéreas estrangeiras.

Receba nossas newsletters
[mc4wp_form id="4031"]