
Carlos Eduardo
A partir de janeiro, a Bancorbrás inicia o processo de implantação do sistema Apogeu, que permitirá as operadoras e agências realizar vendas online. A medida, segundo Carlos Eduardo Pereira, superintendente de Vendas da Bancorbrás, vai permitir ao grupo ampliar seu leque de atuação incluindo o segmento corporativo, que em um ano deve vir a representar 30% nas vendas do grupo. Para ele, o novo sistema fala a língua dos agentes de viagens e irá ampliar sua possibilidade de ganhos. A Bancorbrás também vem investindo em novas parcerias, como a firmada com a Costa Cruzeiros para realização de cruzeiros direcionados ao público da terceira idade.
Apesar de ter sido um ano atípico, marcado pela realização da Copa, seguida das eleições, a Bancorbrás comemora os resultados com previsão de um crescimento de 17%, superando as expectativas iniciais. O resultado é fruto de uma estratégia que buscar investir em segmentos e novos produtos, entre eles o Turismo de Experiência, onde os clientes podem realizar programas turísticos vivenciando roteiros e participando de experiências inesquecíveis, como é o caso do tour das vinícolas.
MERCADO & EVENTOS – A Bancorbrás tem investido no público da terceira idade. Acredita que ainda faltam produtos para esse segmento no Brasil?
Carlos Eduardo Pereira – Eu diria que faltam sim. Acho que o turismo brasileiro tem um leque de possibilidade e poderia explorar melhor o mercado doméstico, oferecendo produtos para todas as categorias. Não é de hoje que a Bancorbrás tem investido neste mercado específico, oferecendo pacotes de viagens com uma programação voltada para esse tipo de público. É um mercado que tem um grande potencial, mas que ainda não tem o devido valor reconhecido. É possível estimular esse público a viajar, mas para isso é preciso criar medidas de incentivo. Veja o caso do próprio turismo rodoviário, que utilizava, até há alguns anos, esse mercado em excursões para destinos de interesse dos mais idosos. Isso se reduziu muito em nosso país. Sei que o Ministério do Turismo chegou a anunciar a inclusão do Viaja Mais Melhor Idade entre os seus programas, mas isso não evoluiu no nível que deveria. Os próximos governantes e secretários de Turismo que estão assumindo a partir do próximo ano devem ter um novo olhar sobre o grande potencial do turismo doméstico. É preciso criar produtos com atrativos e condições para que o brasileiro possa ter seu merecido lazer e não fique tão estimulado a viajar ao exterior.
M&E – Qual a expectativa da Bancorbrás com a implantação do novo sistema Apogeu e o impacto que isso deve representar para o grupo na área de turismo?
Carlos Eduardo Pereira – Nossa expectativa é bastante positiva, pois acredito que com o novo sistema poderemos alavancar ainda mais nossas vendas. Isso porque é um sistema que garante ao usuário maior segurança, agilidade e facilidade nas operações e comercialização dos nossos produtos. Com o Apogeu queremos ampliar nosso leque de atuação captando novos segmentos, como o caso do corporativo, uma área que temos planos de investir cada vez mais em 2015. Outra grande vantagem é que além de atender ao trade, o novo sistema também vai estender seus benefícios ao público final com pacotes direcionados a esse mercado. Num mercado cada vez mais competitivo, é importante oferecer aos agentes de viagens produtos que venham atender as suas necessidades, como é o caso do Apogeu. Com isso, vamos oferecer aos agentes produtos que falem a língua deles, ou seja, uma ferramenta que permita a eles agilizar suas vendas e obter uma maior eficiência, já que contará com uma gama de informações que poderão ser repassadas aos seus cliente.
M&E – Qual o caminho para que as operadoras e agências possam enfrentar a concorrência das OTAs e manter a fidelidade do seu cliente?
Carlos Eduardo Pereira – Eu acredito que além do uso da tecnologia e das ferramentas que o mercado online disponibiliza, o agente de viagens deve buscar novos nichos de mercado. Um deles são as experiências de viagens que ele pode oferecer ao seu cliente, de modo a superar suas expectativas. Não basta oferecer o que ele espera encontrar. É preciso supreendê-lo. A OTA não é capaz de oferecer um produto diferenciado. Acredito que se você oferece um produto capaz de levar o cliente a uma experiência inesquecível certamente isso irá ser levado em consideração na sua próxima viagem. O custo benefício é outro. O Turismo de Experiência não é mais uma tendência, mas uma realidade, e a própria Bancorbrás vem investindo cada vez mais nestes programas. Hoje em dia tem pessoas que querem coisas inusitadas, como se hospedar num iglu para apreciar a aurora boreal. Temos produtos como, por exemplo, o que leva o turista a um passeio em Portugal onde ele pode fabricar seu pão e seu vinho. Temos ainda os tours por vinícolas no Brasil e no exterior, que têm tido uma grande procura, já que as pessoas podem aproveitar não apenas para conhecer o processo de produção, mas ainda colher uvas e participar ativamente do dia a dia na vinícola.