Presidente do Conselho de Administração da CVC, membro do Conselho Nacional de Turismo, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e presidente da GJP Participações. Estas são as atuais atribuições de Guilherme Paulus, fundador da empresa que é hoje a maior operadora de Turismo da América Latina. Embora afastado do dia-a-dia das operações, o empresário ressaltou os diversos avanços nos últimos anos, como a criação de uma área de planejamento estratégico e do Centro de Controle de Operações, por exemplo. Para ele, é natural ver todas essas mudanças do ângulo de um conselheiro. Paulus lembra que todo o processo foi planejado e que o time de executivos da empresa está preparado para colocar os planos em prática e garantir que a CVC continue crescendo. Veja abaixo a entrevista concedida ao M&E:
M&E – Como analisa as mudanças da CVC nos últimos anos?
Guilherme Paulus – A CVC alcançou um importante patamar de crescimento, e hoje é uma operadora consolidada, a maior da América Latina e referência no setor. Esta posição é resultado de décadas de trabalho, e as mudanças dos últimos anos têm sido essenciais para que a companhia se transforme numa empresa de classe mundial. Estamos no caminho certo, e a CVC está atenta às oportunidades de momento e de futuro no Turismo nacional e mundial.
M&E – Desde quando a criou, o que mais mudou estruturalmente na operadora?
Guilherme Paulus – Em termos de estrutura, a operadora ganhou áreas de extrema importância, como a de planejamento estratégico. Tivemos ainda a instalação de um Centro de Controle de Operações, além de vice-presidências dedicadas a produtos e aos diferentes canais de vendas. São reforços necessários, que lideram frentes importantes do negócio. São departamentos dedicados a tarefas que antes eram divididas entre equipes multidisciplinares, e que pela importância dos temas contam hoje com equipes exclusivas.
M&E – De outro ângulo, como é ver os negócios da CVC agora na presidência do Conselho?
Guilherme Paulus – É natural. Foi um processo planejado e que eu já vinha me preparando há alguns anos. A companhia tem um time de executivos que têm a missão de colocar os planos em prática, e isto certamente é positivo porque dá oportunidades para que o Conselho e seus membros se dediquem ao futuro, a olhar para as diretrizes da companhia a longo prazo.
M&E – Com relação ao workshop, a 19ª edição ainda segue a mesma receita criada na primeira edição?
Guilherme Paulus – Sim, o Workshop & Trade Show CVC segue sua tradição de quase 20 anos, em reunir fornecedores na apresentação de tendências e novidades aos agentes de viagens, que formam uma importante legião de profissionais parceiros da CVC há tantos anos.
M&E – O que diferencia o workshop da operadora dos outros tantos eventos de Turismo que acontecem no país?
Guilherme Paulus – Cada evento tem sua proposta, e o Workshop CVC se consagrou como o evento que abre oficialmente o calendário do Turismo no Brasil, já que acontece em todo início de ano. Por ser o primeiro evento, sempre reúne grande número de autoridades e visitantes.
M&E – Como é fazer parte de um Conselho que tem a presidente do país como líder e ser o único empresário do setor a ocupar uma cadeira?
Guilherme Paulus – É muito gratificante poder colaborar com o Governo na pasta do Turismo, bem como é grande a responsabilidade de ocupar esta cadeira. O Turismo reserva oportunidades a todos os elos da cadeia produtiva do setor, porém é importante ampliar as discussões sobre a infraestrutura turística do Brasil. Se o país deseja de fato se tornar um polo do Turismo mundial, tem que ampliar sua malha aérea e investir na infraestrutura de portos, rodovias e aeroportos.
M&E – Quais as ações/projetos que desenvolve o Conselho presidido pela presidente Dilma e onde o senhor tem atuado com mais frequência?
Guilherme Paulus – O meu objetivo no Conselho é apresentar, em conjunto com o Ministério do Turismo, trabalhos que possam melhorar a infraestrutura turística do país, a alta carga tributária (PIS e CONFINS), a segurança nas grandes capitais, a busca pelas soluções para a capacitação profissional. Enfim, temas que possam ampliar consideravelmente a contribuição do setor também no crescimento do PIB do Brasil.
M&E – Focando em hotelaria, a GJP cresce de maneira espantosa no mercado nacional, qual a receita para um fortalecimento tão rápido da marca?
Guilherme Paulus – O objetivo da GJP é marcar presença em regiões que reservam potencial de crescimento tanto para o Turismo de lazer como para o Turismo de negócios. A GJP Hotéis & Resorts teve início com o Serrano Resort & Spa, resort de montanha que se tornou referência na Serra Gaúcha, e desde então vem ampliando sua presença no Brasil. O segredo é implementar um modelo de administração único, que preza pelo conceito de bem receber o hóspede com comodidade e serviços de qualidade que atendem suas expectativas.
M&E – Quando serão convertidos os primeiros hotéis para as bandeiras Wish e Linx?
Guilherme Paulus – Temos três bandeiras que irão classificar e identificar os empreendimentos da rede: a bandeira Wish é o guarda-chuva para os hotéis e resorts padrão cinco estrelas, e terá foco de negócios e lazer; a bandeira Prodigy abrigará os empreendimentos quatro estrelas; e a Linx classificará os hotéis econômicos. O primeiro empreendimento do Grupo GJP a ser convertido para o novo conceito de rede será o Serrano Resort & Spa (Gramado/RS), que passará a se chamar Wish Serrano Convention & Spa Resort. Já a bandeira Prodigy estreará no Nordeste, com o Convention Beach Resort Aracaju, que será administrado pela empresa. E na econômica Linx, o primeiro empreendimento desta bandeira será o Linx International Airport Rio de Janeiro.
M&E – Em menos de 24 horas, a GJP investiu mais de R$ 294 milhões no arremate de dois hotéis. Existe a possibilidade de compra de novos hotéis no 1º semestre de 2013?
Guilherme Paulus – O plano de expansão da GJP prevê investimentos de mais de R$ 1 bilhão até 2014. Já estamos presentes em sete capitais brasileiras, e devemos ter, até 2014, outros 12 empreendimentos. Agora em janeiro a GJP também fechou acordo para administrar um novo hotel em Juiz de Fora (MG). Com previsão de inauguração para 2016, o empreendimento terá 168 apartamentos e será da marca Linx, de categoria econômica. A bandeira será adotada também pelo Linx International Airport Rio de Janeiro, que será inaugurado ainda este semestre, perto do Aeroporto do Galeão, que contará com piscina, academia, suítes preparadas para receber pessoas com deficiências, salas de reuniões e lojas. Além de termos vencido recentemente a concorrência da Infraero para construir um hotel nas proximidades do Aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, chegaremos a Juiz de Fora, cidade próxima tanto da capital do Estado quanto do Rio de Janeiro e em pleno desenvolvimento. Com este novo acordo, a GJP Hotéis e Resorts passa a somar 19 empreendimentos hoteleiros em operação e em construção.
Luciano Palumbo