
Mario Carvalho
No ano passado, a Tap transportou 1.541.723 passageiros nas linhas do Brasil, com uma taxa média de ocupação dos aviões (load-factor) elevada, da ordem dos 84,2%. Agora, a companhia portuguesa espera aumentar em até 5% esse número, de acordo com o diretor no Brasil, Mario Carvalho. Para ele, diante de um ano atípico no país, marcado pela Copa do Mundo de 2014 e pelas Eleições, que geraram incertezas no mercado como um todo, o resultado estimado pode ser considerado bom.
Além de Manaus e Belém, este ano a companhia reforçou o número de voos para alguns destinos no Brasil, como a rota entre Lisboa e Rio, com mais 1 frequência, chegando a 14 voos por semana. Salvador passou a ser diário; enquanto Natal e Porto Alegre ganharam mais uma frequência cada, passando, respectivamente, para quatro e cinco voos semanais.
MERCADO & EVENTOS – Neste ano de 2014, a Tap ampliou sua operação no Brasil com novas freqüências em rotas já consolidadas. A rota que liga Porto Alegre a Lisboa, por exemplo, ganhou mais um voo. Esse é o caminho para que ele possa se tornar diário?
Mario Carvalho – A nossa intenção é essa, mas ainda não temos como afirmar isso. Tudo sempre vai depender da demanda existente. Nosso voo de Salvador se tornou diário neste ano, por exemplo. A taxa de ocupação nesses voos saindo da capital gaúcha é boa, em torno de 80%, o que já é um bom indício.
M&E – Em junho a Tap começou a operar nas cidades de Manaus e Belém. Passados cinco meses, qual a avaliação que a companhia faz? Foi uma aposta certeira?
Mario Carvalho – Sim. Esta nova operação está indo bem, está dentro das nossas expectativas. Por enquanto vamos manter esse mesmo número de voos e continuar avaliando.
M&E – Como o senhor avalia a infraestrutura aeroportuária do país atualmente e como vê os investimentos e privatizações que vem sendo feitos?
Mario Carvalho – Vejo com bons olhos as melhorias e investimentos que vem sendo feitos na estrutura da aviação nacional. Mas ainda sim estamos aguardando um pouco mais para avaliar o real impacto disso tudo. A infraestrutura atual está bem melhor em relação ao passado, mas falta, por exemplo, maior atenção a determinados aeroportos importantíssimos para o país. Estamos acompanhando de perto tudo que vem sendo feito porque os passageiros têm muito a ganhar com isso, assim como as companhias.
M&E – A Tap já opera em Viracopos há alguns anos. No entanto, recentemente, temos visto a grande procura de outras companhias para operar voos neste aeroporto. Como vê esse recente interesse e o que mudou desde que a Tap começou a operar lá?
Mario Carvalho – Esse interesse é consequência natural de ter infraestrutura adequada. Havendo demanda, obviamente, que as companhias se animam para lançar novas rotas. Estamos lá há três anos e a coisa tem andando bem. Numa avaliação geral, posso dizer que perdemos um pouco, que os resultados poderiam ter sido melhores, caso houvesse melhor infraestrtutura desde o começo. O fato é que pagamos o preço por sermos pioneiros lá.
M&E – A Tap foi a primeira companhia internacional a se associar a Abear. Qual a motivação dessa decisão?
Mario Carvalho – Nós somos um grande player do Brasil e acreditamos ser importante estarmos juntos com mercado nacional. Essa é uma forma de todos contribuírem para debater os entraves e tentar garantir uma melhoria nas condições existentes atualmente na aviação do Brasil.
M&E – Algum sinal de que o processo de privatização da Tap seja reaberto pelo Governo português em breve?
Mario Carvalho – Tudo está nas mãos do Governo português. Há a intenção de privatizar no momento oportuno, no momento correto. Mas o único acionista da empresa, que é o próprio Governo português, é que vai decidir isso.
M&E – Como resume a atuação da Tap no Brasil em 2014?
Mario Carvalho – A Tap transportou 1.541.723 passageiros nas linhas do Brasil em 2013, com uma taxa média de ocupação dos aviões (load-factor) elevada, da ordem dos 84,2%. Nossa previsão é ter aumento na ordem de 4% ou 5% neste ano. Dentro da situação do país em 2014 acho este um bom resultado.