
Sylvio Ferraz
Ao completar 15 anos de existência, a Tam Viagens tem entre suas metas alcançar o produto ideal pensando em cada um de seus clientes. Após uma década e meia, mais de sete milhões de passageiros foram transportados (1,1 milhão em 2012), deixando para trás destinos nacionais – como a Bahia, por exemplo -, e vendo nascer um portfólio de viagens internacionais. Para o diretor da Tam Viagens, Sylvio Ferraz, o atual desafio é buscar diferenciais e agregar conhecimento pela maior velocidade da informação proporcionada ao passar dos anos.
MERCADO E EVENTOS – Como serão as comemorações dos 15 anos da Tam Viagens?
Sylvio Ferraz – Ela vai ser feita em várias etapas. Haverá uma comemoração muito grande junto aos nossos colaboradores diretos. Junto ao trade, começamos um trabalho em São Paulo de trazer os agentes em nossa casa, faremos evento com mais de 100 agentes de viagens do Brasil inteiro em Fortaleza para desenvolver o destino. Para o cliente consumidor, trouxemos uma série de promoções ao longo do ano e teremos 15 pacotes internacionais e outros 15 nacionais ao longo do ano.
M&E – Como o mercado brasileiro evoluiu neste período de 15 anos?
Sylvio – O mercado evoluiu bastante. O agente de viagem tem o desafio de conhecer mais o cliente, de ser mais proativo, consultor. A informação está muito mais disponível na mão do cliente e o que mudou muito foi, principalmente, a velocidade da informação para todos os lados. Então, a proposta de valor que o agente de viagem e a operadora tem que entregar é muito maior. Para isso, temos que estudar o consumidor, os destinos, encontrar as melhores oportunidades, fazer parcerias e trabalhar em conjunto.
M&E – E a operadora atua neste sentido?
Sylvio – A Tam Viagens, há alguns anos, vem trabalhando na segmentação dos seus clientes, na busca por diferenciais de viagens, por valor agregado, atendimento, qualidade, treinamento dos colaboradores. Tentamos trazer cada vez mais o produto ideal para aquela pessoa e não um produto único para todos.
M&E – Podemos dizer que um número maior de parcerias foi uma das mudanças neste tempo?
Sylvio – Podemos dizer que as operadoras têm que estudar mais, tanto o consumidor e os canais de distribuição quanto os produtos que eles querem vender. Assim como o agente de viagem. Ele tem que, cada vez mais, entender melhor o seu cliente e juntar o produto que existe disponível no mercado com o que o cliente quer, tudo isso de forma proativa. A viagem, cada vez mais, é um produto de relacionamento. É muito legal conseguirmos realizar e concretizar o sonho das pessoas e por isso temos que entender quem são estas pessoas e o que elas querem. Caso contrário, a empresa acaba com pouca relevância e não consegue se rentabilizar no mercado.
M&E – Quais são os principais destinos hoje da Tam Viagens e suas diferenças com os mais procurados em 1998?
Sylvio – Há 15 anos, nosso principal produto era a Bahia e São Paulo, e a Tam era uma companhia de operação eminentemente doméstica. Ao longo destes anos, outros destinos do Nordeste ganharam importância. Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e Pernambuco ganharam muita relevância, e a Tam virou uma companhia aérea do mundo neste tempo. Flórida, Nova York, Paris, Itália tiveram um crescimento grande na operadora nos últimos anos. Agora, tenho o desafio de trazer 22 novos destinos, os quais a Lan agregou ao portfólio e temos uma infinidade de produtos para estes destinos. Foi um desafio grande no final de 2012, durante 2013 e continuará sendo em 2014.
M&E – A Tam Viagens iniciou pacotes para shows e eventos. Tem alguma novidade próxima de ser lançada?
Sylvio – Estamos com a operação do Rei Leão, fizemos alguns produtos ao longo deste ano, o Lollapalooza, a Fórmula 1 – a Tam Viagens é a única operadora com uma arquibancada exclusiva. Estamos negociando várias outras coisas para 2014 e continuamos trabalhando com esporte. Continuamos acreditando que entretenimento e esporte são grandes motivos para viajar ou complementos para uma boa viagem.
M&E – Qual é a expectativa da Tam Viagens em relação à Copa de 2014?
Sylvio – Não conseguimos fazer uma leitura exata a respeito das férias. Acreditamos que a Copa vai gerar, independente dos jogos, muitas oportunidades de boas viagens dentro do Brasil, principalmente para cidades que não terão jogos, e boas oportunidades internacionais. Vamos trabalhar com a linha de produtos independente da Copa e quem quiser viajar terá boas oportunidades durante as férias, que serão um pouco maiores do que o normal.
M&E – Um maior número de turistas estrangeiros no país pode ser um dos legados da Copa do Mundo para o Turismo?
Sylvio – Acho que sim. A África do Sul teve um maior número de turistas anuais pós Copa. A Alemanha teve reconhecimento como destino turístico efetivo pós Copa. E o Brasil tem duas grandes oportunidades, que é elevar o patamar do turista estrangeiro depois do megaevento e elevar de novo após a Olimpíada. Teremos muitos hotéis inaugurando nos próximos anos, aeroportos sendo construídos. O legado para o Turismo brasileiro deve ser esta estrutura e a possibilidade de ter mais gente de fora.
M&E – Qual produto tem maior importância na Tam Viagens, o nacional ou internacional?
Sylvio – Nossa venda doméstica é maior do que a internacional porque a oferta de voos nacionais é maior, cerca de 60% para nacional e 40% para fora do país. A oferta da Tam é muito maior doméstica e acabamos tendo muita gente voando dentro do Brasil e usando o serviço aqui dentro.