
José Efromovich
Com a estimativa de uma ocupação superior a 84% para 2014, a Avianca Brasil comemora – mesmo no período de Copa do Mundo, onde só estão cheios os voos para as cidades-sede – um crescimento operacional que, desde a sua fundação, não havia atingido uma taxa tão elevada. Outros fatores que garantem a posição da companhia como a quarta do país estão ligados aos investimentos em modernização, sistemas e parcerias.
Até 2016, a Avianca Brasil deve receber um aporte de US$1,6 bilhão na compra de novas aeronaves, modernização de sistemas de integração e contratação de capital humano. Segundo o presidente e CEO da companhia, José Efromovich, nos próximos dois anos a frota da Avianca deve saltar de 34 aeronaves – números de 2014 – para 61. “A compra deste tipo de equipamento requer atos investimentos, mas isso está dentro do nosso plano de crescimento”, afirmou.
O executivo garante que a companhia, hoje alicerçada em pilares como produto diferenciado, desenvolvimento humano, inovação e planejamento de malha, deva crescer 40% a mais este ano, do que os 35% que apresentou no acumulado de 2013. “Vamos focar em qualidade. Isso tem nos levado a um crescimento constante”, comentou.
A Avianca tem como meta alcançar um share de 8,3% do mercado de aviação doméstica. Outro ponto de crescimento levantado por Efromovich se refere ao programa de milhagens da companhia, que deve saltar dos 2,2 milhões de membros em 2013 para três milhões neste ano.
Confira a entrevista com José Efromovich sobre os aspectos de crescimento da Avianca em 2014.
MERCADO&EVENTOS – Qual a situação da Avianca hoje com relação ao transporte de passageiros no país?
José Efromovich – A Avianca é a empresa que mais cresce no país. Não temos a maior fatia do mercado, mas temos, em comparação com as outras, uma ocupação maior desde 2012. Nossa meta é chegar ao final de 2014 com 84%. Fechamos 2013 com 82%. Esse crescimento em ocupação significa que o serviço oferecido pela companhia é aceito nos principais trechos voados no Brasil e que o passageiro não busca somente preço, ele quer serviço diferenciado. Se contabilizarmos esse crescimento, ele chega a mais de 7,2 milhões de passageiros transportados em 2013. Nossa estimativa para este ano é crescer 40% em cima deste número. No 1T14 esse crescimento chegou a 30%.
M&E – Com base nesses números, qual o plano de crescimento para 2014. Haverá novos voos e novas cidades dentro da malha da Avianca?
José Efromovich – Nós voamos para 22 cidades e estamos presentes em 24 aeroportos [dois em São Paulo e dois no Rio de Janeiro]. Não temos o desejo – em um curto prazo – de voar para Viracopos. Nosso plano de expansão prevê voar para mais duas cidades em 2014 – contando com os voos para Goiânia, que abrimos para suprir a demanda da Copa do Mundo. Nesse período de junho, crescemos na ocupação de voos somente nas cidades-sede. Os outros destinos estão com uma ocupação muito baixa. Mas com relação as novas cidades, pensamos em Belém (PA) e Foz do Iguaçu (PA).
M&E – Quando chega o primeiro A-330 e qual a previsão para o início das operações. Quanto aos MKs-28, quando será feita a substituição da frota?
José Efromovich – Nosso primeiro A330 começa a operar este ano, mas no segmento de carga. Faremos a rota São Paulo/Manaus/Recife/São Paulo com a capacidade máxima de 65 toneladas dependendo do volume de carga. Com relação ao termino da operação dos MKs-28, até os meses de junho e julho do próximo ano estaremos realizando a substituição de todas as aeronaves por A-319 e A-320. Vale lembrar que este ano já incorporamos sete novos Airbus A-320 à nossa frota, ampliando a capacidade de transporte de passageiros da companhia nos principais aeroportos do país.
M&E – A Avianca pretende se tornar uma empresa de capital aberto?
José Efromovich – Nós consideramos, sim, a realização de um IPO. O negócio da aviação é muito caro, demanda muitos investimentos e necessita constantemente de um aporte de capital intenso para compra de aeronaves, funcionamento e manutenção e treinamento de pessoas. Uma maneira acessível de levantar capital é através de um IPO. Mas, por enquanto, este não é o momento para a Avianca, que tem em seu plano de crescimento metas a serem cumpridas nos próximos dois anos. Mas pensamos sim em um novo momento ir para a Bolsa de Valores.
M&E – Com relação à Tap, a Avianca ainda pensa em adquirir a companhia portuguesa?
José Efromovich – Neste momento não tem no que estarmos interessados. A Tap não está disponível. O governo abriu um processo de privatização em 2012 e a nossa proposta não foi aceita. Com isso, o processo de privatização da companhia foi encerrado, hoje, ele não existe. A Tap não está disponível. Nós, como empresa de aviação que acredita nas consolidações, olhamos para as possibilidades que existem no mercado. Mas, no momento, não há disponibilidade para a compra a Tap.
M&E – Até o final de 2014 as operações da Avianca Brasil já estarão integradas à Star Alliance?
José Efromovich – Não vamos conseguir integrar as companhias em 2014. A Star Alliance é composta por muitas empresas e precisamos ter nossos sistemas [todos eles] habilitados e em pleno funcionamento. Não podemos definir ainda o prazo desta integração. Mas vamos, sim, integrar todas as nossas atividades com a Avianca internacional até o final de 2014. Operações como compra de bilhetes ou troca de milhas poderão ser realizadas entre as duas companhias, mas com relação à Star Alliance, a integração vai demorar um pouco mais. Isso será apresentado nos próximos 60 dias.
Luciano Palumbo