
Em 2023, as viagens de lazer ficaram apenas 2,9% atrás do pico de 2019, enquanto as viagens de negócios permaneceram 5,4%. (Divulgação/Rawpixel/FreePik)
Um relatório apresentado pelo World Travel & Toursim Council (WTTC) no Global Summit, realizado em Perth, na Austrália, revelou que as viagens de negócios deverão ultrapassar os níveis pré-pandêmicos ainda este ano e de forma mais rápida que previsto anteriormente, atingindo um recorde de US$1,5 bilhões (quase de R$8,4 bilhões).
“O aumento do trabalho remoto durante a pandemia teve um efeito desproporcionado nas viagens de negócios, em comparação com as viagens de lazer, com as plataformas virtuais a substituírem as reuniões presenciais”, enfatizou o relatório.
Em 2023, as viagens de lazer ficaram apenas 2,9% atrás do pico de 2019, enquanto as viagens de negócios permaneceram 5,4%.
Na apresentação do relatório, diversos líderes empresariais voltaram a destacar a importância da interação das reuniões presenciais, prevendo que a atividade deverá exceder os níveis de 2019 em 6,2%.
Ainda de acordo com o WTTC, os gastos com viagens de negócios nos EUA, que representaram 30% do total global em 2019, devem atingir US$472 milhões de dólares (cerca de R$2,6 bilhões) este ano, ficando, assim, 13,4% acima do recorde de 2019 do país.
Já na China, o segundo maior mercado mundial de viagens de negócios, está previsto que a atividade das viagens de negócios cresça 13,1% acima de 2019, atingindo quase US$211 milhões (quase R$1,2 bilhões).
Os gastos com viagens de negócios na Alemanha, o terceiro maior, devem, por sua vez, atingir 87,5 milhões de dólares (perto dos R$80 milhões), pouco menos de 1% acima do pico de 2019, enquanto as viagens de negócios no Reino Unido e na França devem injetar um recorde de US$84,1 milhões (cerca de R$269 milhões) e US$42,1 milhões (quase R$235 milhões).
“Muitas potências empresariais, como os EUA, a China e a Alemanha, deverão atingir números recordes este ano. Embora as reuniões virtuais tenham desempenhado um papel crucial durante a pandemia, mantendo as pessoas e as empresas ligadas, os nossos dados mostram que os negócios são melhores realizados de forma presencial e cara-a-cara”, disse Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC.
Paul Abbott, CEO da American Express Global Business, admitiu que “as empresas de todo o mundo valorizam mais do que nunca as viagens e as relações presenciais, uma vez que a circulação de pessoas foi restringida durante a pandemia. Sempre dissemos que as viagens eram uma força para o bem, impulsionando o progresso económico e social. Mas quando as viagens pararam, o PIB caiu, o desemprego disparou, os problemas de saúde mental aumentaram e o mundo se tornou um lugar menos tolerante. Atualmente, já não existem dúvidas quanto aos benefícios das viagens. Empresas de todo o mundo, muitas pela primeira vez, estão investindo em viagens de negócios para fazer crescer os seus negócios e criar culturas vencedoras”.
De acordo com o relatório, outros fatores também contribuíram para o retorno das viagens de negócios, como a recuperação das economias dos países. Com a contribuição do PIB global das viagens e do turismo registrando níveis recordes, foi possível às empresas retomar seus fundos às viagens de negócios.
O crescimento das viagens combinadas (negócios e férias) também contribuiu para tornas as viagens de negócios mais atrativas.
Além disso, o setor Mice (reuniões, incentivos, conferências e eventos) também voltou com força, retomando os eventos presenciais após um longo período de cancelamentos e adiamentos.