Ajudar a incrementar as ações de marketing em destinos emissores. Investir no turismo sustentável. Encontrar caminhos para o equilíbrio aéreo entre Santos Dumont e Galeão. Atuar ao lado do Itamaraty na questão do retorno dos vistos. E apoiar o Rio de Janeiro na captação dos eventos. Estas são algumas das prioridades do trabalho que a Fecomércio RJ (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro) realiza em prol do Turismo brasileiro.
Conversamos com o presidente Antonio Florencio de Queiroz Junior para saber os detalhes das investidas do órgão em 2023. Sobre os maiores desafios do Turismo para crescer e se desenvolver, o executivo disse que o Rio de Janeiro, assim como o Brasil, tem uma inegável vocação turística. “O setor possui grande importância econômica e social por se tratar de um segmento que representa grande potencial para gerar negócios, trabalho e renda, além da garantia do bem-estar social”, afirmou.
“Não se pode pensar turismo sem pensar sustentabilidade, em especial num país com as riquezas naturais que possuímos. É urgente a construção de uma nova ordem econômica e social ditada pela sustentabilidade”
Antonio destaca que o turismo interno vem crescendo e que chegou a hora do Brasil se esforçar para atrair mais visitantes internacionais. Devemos incrementar as ações de marketing em destinos emissores estratégicos e captar novas frequências aéreas internacionais que viabilizem esse fluxo. Dessa forma, entendo que faremos circular mais dinheiro na nossa economia”, disse Antonio.
E a sustentabilidade, segundo o presidente da FecomércioRJ é um ponto relevante nessa questão. “Não se pode pensar turismo sem pensar sustentabilidade, em especial num país com as riquezas naturais que possuímos. É urgente a construção de uma nova ordem econômica e social ditada pela sustentabilidade. Precisamos engajar a população, o mercado produtivo, os turistas e os prestadores de serviços com boas práticas não poluentes”, frisou Antonio Florencio de Queiroz Junior.
Volta dos vistos é visto como retrocesso

Segundo ele, a decisão impacta o setor de turismo nacional exatamente no momento em que o trade turístico retoma as atividades no receptivo internacional (Divulgação)
“Revogar uma medida que sequer foi efetivamente experimentada constitui-se em um contrassenso e um retrocesso. Isso prejudica a nossa economia. Vemos a medida com apreensão. Além dos dois anos em profundo refluxo do turismo em nível mundial, o Brasil não investiu na divulgação deste benefício aos cidadãos e operadores de viagens dos países em questão. Além disso, não empreendeu investimentos na promoção dos nossos atrativos nos principais mercados emissores de turistas do mundo”, disse Florencio.
Segundo ele, a decisão impacta o setor de turismo nacional exatamente no momento em que o trade turístico retoma as atividades no receptivo internacional. “Certamente, vai atrapalhar a expansão do fluxo aéreo destes mercados para o Brasil. Os quatro países afetados pela medida respondiam, até a pandemia, por mais de 800 mil visitantes anuais. Temos atuado para que o Itamaraty reveja essa posição”, disse o presidente da Fecomércio RJ.
“Certamente, vai atrapalhar a expansão do fluxo aéreo destes mercados para o Brasil. Os quatro países afetados pela medida respondiam, até a pandemia, por mais de 800 mil visitantes anuais”
Para o Rio de Janeiro, a medida traz um prejuízo em especial: cerca de 34% dos turistas estrangeiros visitam a capital. “Entre o simbolismo de uma suposta soberania nacional ou o entendimento das questões de um setor produtivo que representa cerca de 10% dos empregos gerados no país, o Itamaraty infelizmente optou pelo caminho de uma decisão equivocada, distante da economia real do Brasil, e que terá como efeito prático prejudicar a população brasileira e os estados cuja economia está diretamente atrelada ao turismo”, completou.
Santos Dumont e Galeão: equilíbrio é necessário

A Fecomércio RJ, ao lado da Prefeitura e do Governo do Estado Rio, vem se mobilizando junto ao Governo Federal para que essa questão seja equacionada de forma ágil (Alexandre Macieira/Riotur)
A coordenação e limitação operacional entre os aeroportos do Galeão (GIG) e Santos Dumont (SDU) é imprescindível para o Rio de Janeiro, segundo Antonio Florencio. “Temos urgência em ampliar a oferta de voos nacionais de conexão no Galeão e, consequentemente, o regresso e a captação de importantes linhas internacionais, destravando investimentos e promovendo o reposicionamento do Rio como o segundo hub aéreo do país, gerando volumes crescentes de carga aérea, negócios, trabalho e renda para nossas empresas e população”, destacou.
“Temos urgência em ampliar a oferta de voos nacionais de conexão no Galeão e, consequentemente, o regresso e a captação de importantes linhas internacionais”
A Fecomércio RJ, ao lado da Prefeitura e do Governo do Estado Rio, vem se mobilizando junto ao Governo Federal para que essa questão seja equacionada de forma ágil. “Defendemos que exista uma só concessão para os dois terminais. Trabalhamos junto ao Ministério da Infraestrutura na remodelação da licitação para que os hubs concorrentes do Rio não possam participar. Assim, evitamos a formação de um monopólio privado e o enfraquecimento ainda maior dos nossos terminais”, frisou.
Ele lembra ainda que o Santos Dumont, por exemplo, está operando fora dos padrões de atendimento nos horários de pico, comprometendo o conforto dos usuários e o atendimento de voos internacionais no Galeão.
O que podemos esperar do trabalho da Fecomércio RJ em 2023?
O presidente afirma que, neste ano, a Fecomércio RJ vem reforçando a captação de eventos. “Entendemos que movimentam a economia como um todo, impulsionam desenvolvimento, geram emprego e renda. Em setembro, será realizada no Rio, após 11 anos fora, a Abav Expo 2023. Sua viabilização foi um trabalho da Fecomércio RJ, em parceria com a Prefeitura do Rio, e estamos ansiosos pela realização da Abav Expo aqui, certamente um marco para o turismo do Rio de Janeiro”, destacou.
No próximo mês, acontece o Web Summit Rio e, mais uma vez, a Fecomércio RJ é a responsável, ao lado da Prefeitura do Rio, pela realização da maior conferência de tecnologia do mundo, pela primeira vez, em um país da América Latina. Uma projeção da Prefeitura do Rio mostra que o impacto econômico direto na cidade deve ser, somente em 2023, de R$ 66,9 milhões durante o evento. “Nos seis anos em que o Rio sediará a maior feira de tecnologia do mundo, a estimativa é de cerca de R$ 1,2 bilhão. O turismo movimenta 54 setores da economia e o comércio, possivelmente, será fortemente impactado”, disse Florencio.
“Em setembro, será realizada no Rio, após 11 anos fora, a Abav Expo 2023. Sua viabilização foi um trabalho da Fecomércio RJ, em parceria com a Prefeitura do Rio”
Por fim, no calendário do ano, a federação apoiará também também o Rio Innovation Week, que realiza sua terceira edição em outubro. No ano passado, em quatro dias, o RIW gerou cerca de R$ 1 bilhão em novos negócios. “Como venho afirmando, o nosso país, ao longo dos anos, criou um abismo social de quem tem acesso à educação e os que não têm. Temos que corrigir esse erro. O Sistema Comércio, através do Sesc e Senac, tem trabalhado muito para que todos tenham acesso à tecnologia, buscando evitar que o fosso das desigualdades se acentue. Os eventos contribuem para o turismo, o comércio e a hotelaria. Apostamos nessa estratégia para gerar novas oportunidades de trabalho, educação e renda em nosso estado”, finalizou.