Daniela Carneiro colocou seu cargo à disposição na tarde desta quinta-feira (6), pouco mais de sete meses após tomar posse, em Brasília. Sua saída está diretamente ligada à interesses políticos. Isto porque, desde o mês passado começaram a surgir informações de que Daniela Carneiro não teria como se manter no governo do presidente Lula por ter perdido apoio do União Brasil e não ter amparo de qualquer outro partido até este momento.
Isto aconteceu porque o União Brasil, do qual Daniela pediu para sair em abril devido a supostos assédios por parte da direção nacional do partido, não tem sido fiel ao governo em votações na Câmara dos Deputados. E Daniela só conseguiria se manter no governo em caso de apadrinhamento do Republicanos, novo partido de Waguinho, seu esposo e prefeito de Belford Roxo, mas até agora não houve respaldo por parte do partido para que a ministra continuasse como líder da pasta do Turismo.
Celso Sabino aguarda nomeação
A bancada do União Brasil na Câmara trabalha para manter o controle sobre a pasta, alçando ao posto outro deputado da legenda, Celso Sabino (União-PA). De acordo com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula irá confirmar o nome de Sabino para assumir a pasta do Turismo.
Ele está no segundo mandato e, além do aval do União Brasil, Sabino conta com o apoio do governador Helder Barbalho. Além de ser deputado federal por dois mandatos, Sabino também foi deputado estadual Suplente no Pará, de 2011 a 2012, e deputado estadual de 2014 a 2018. Atuou também como secretário estadual do Trabalho, Emprego e Renda do Pará na gestão de Simão Jatene.
O anúncio oficial da saída de Daniela só será realizado após Lula se reunir com lideranças do União Brasil, entre as quais, o senador Davi Alcolumbre (AP) e os deputados Celso Sabino (PA), Elmar Nascimento (BA) e Luciano.
EMBRATUR – De acordo com o blog de Andréia Sadi, do g1, o União Brasil não estaria satisfeito apenas com o Ministério do Turismo e já avisou ao Planalto que deseja também ter o controle da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) e o consequente orçamento da pasta. Deputados do centrão ouvidos pela jornalista confirmam que o partido quer o combo completo, e Lula pode assim demitir Marcelo Freixo de presidente da Embratur. Já que para o União Brasil, não adianta nada ter o Ministério do Turismo (R$ 40 milhões) e não ter a Embratur (R$ 80 milhões), órgão que tem hoje o dobro de orçamento anual.