O Brasil está entre os países que mais cresceram no mercado viagens corporativas no ano de 2017. Foram US$ 30,6 bilhões movimentados nos 12 meses do ano passado, aumento de 12,70% se comparado a 2016. Somente a Rússia obteve um incremento maior (19,2%), alcançando US$ 19,1 bilhões em gastos no segmento. Os dados são do relatório da GBTA (Global Business Travel Association), elaborado em parceria com a Rockford Analytics.
O montante coloca o Brasil no Top 10 entre os países com mais gastos em viagens corporativas. A lista é encabeçada pela China (US$ 346,5 bilhões), seguida por EUA (US$ 292,2 bilhões) e Alemanha (US$ 72 bilhões).
Além de Brasil e Rússia, a Índia também registrou crescimento de dois dígitos (12,5%), alcançando US$ 37,1 milhões. Na sequência aparece a líder China, com crescimento de 9%. Em contrapartida, Reino Unido e Japão registraram queda de 0,7% e 1,6%, respectivamente.
Ao todo, os viajantes de negócios gastaram em 2017 um total de US$ 1,3 trilhão de dólares, 5,8% a mais que em 2016. Para 2018, a projeção é de um incremento de 7,1%, o que representaria o maior aumento desde 2011, quando o mercado se recuperava da recessão econômica que atingiu as principais economias do mundo.
Países |
Gastos (em bilhões de dólares) |
Crescimento (comparação com 2016) |
China |
346,5 |
9% |
EUA |
292,2 |
3,10% |
Alemanha |
72 |
5,60% |
Japão |
63,7 |
-1,60% |
Reino Unido |
50 |
-0,70% |
França |
40,1 |
3,90% |
Índia |
37,1 |
12,50% |
Coreia do Sul |
36 |
7,90% |
Itália |
33,9 |
3,90% |
Brasil |
30,6 |
12,70% |
Canadá |
24,9 |
5,90% |
Austrália |
23,4 |
6,60% |
Espanha |
22 |
6,30% |
Países Baixos |
19,3 |
5,10% |
Rússia |
19,1 |
19,20% |
Futuro incerto nas viagens corporativas
Apesar do crescimento do mercado global de viagens corporativas ficar acima das expectativas em 2017 e na previsão para 2018, a projeção dos próximos quatro anos é de um incremento inferior a 5% ao ano.
De acordo com o relatório, a incerteza após dois bons anos se deve ao momento econômico global, impactado pelo protecionismo comercial, que já começa a causar tensões entre China e Estados Unidos, com o aumento de taxas. Outro fator de destaque apontado é o Brexit, que deve mexer com o ambiente empresarial europeu nos próximos anos e que já impacta nas viagens de negócios do Reino Unido.
O grande receio é de que a instabilidade do mercado possa ocasionar aumento nas taxas de juros, cenário que amplia os gastos das empresas e consequentemente reduz o investimento em viagens corporativas. Para a GBTA, estas incertezas podem travar a recuperação do setor.