
Abrati diz que muitos passageiros estão migrando para os ônibus na hora de viajar, em virtude do aumento das passagens aéreas e de constantes altas nos preços dos combustíveis (Divulgação/Semob)
Dados da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros) revelam que as empresas de transporte rodoviário regular esperam aumento de 15% no movimento de passageiros no mês de abril em relação a março e o dobro do volume comparado ao mesmo período do ano passado, por conta dos feriados de Páscoa e de Tiradentes que, em algumas cidades, contará com os desfiles de Carnaval.
Segundo a Abrati, além do avanço da vacinação e da retomada do turismo doméstico, o otimismo também se deve ao fato de muitos passageiros estarem migrando para os ônibus na hora de viajar, em virtude do aumento das passagens aéreas e de constantes altas nos preços dos combustíveis, inviabilizando viagens de carro.
“Isso já pode ser observado no último feriado de Carnaval em fevereiro. Tivemos aumento de 32% em relação ao mesmo de período de 2021”, afirma a porta-voz da entidade, Letícia Pineschi.
Dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) revelam que cerca de 2,8 milhões de passageiros utilizaram ônibus para viagens em fevereiro — 1 milhão a mais que o registrado em fevereiro de 2021. “Por isso, as nossas projeções são ainda mais otimistas para os próximos feriados. A perspectiva é que o volume de passageiros deve ser maior do que o registrado em igual período de 2019, antes de a pandemia desembarcar no país”, destaca.
De acordo com ela, o bom momento também está atrelado à ótima relação entre custo e benefício oferecido pelas empresas rodoviárias regulares. “Muitas estão promovendo ótimos descontos para a compra de passagens antecipadas. Alguns deles são até 800% mais baratos que trechos aéreos”, destaca.
A Abrati ressalta ainda que o bom desempenho do setor regular de transporte de passageiros também se deve a uma mudança no perfil do viajante. “Antes, na média, 30% dos viajantes do sistema regular eram de turismo e lazer. Agora, de acordo com a última pesquisa que realizamos, essa participação saltou para 61%, sendo que os outros 29% viajam para visitar parentes, o que tem uma forte relação com turismo, e 10% a trabalho/estudo”, conta Pineschi.