
Milton, que começou como uma tempestade de Categoria 1, se intensificou rapidamente para uma Categoria 5 em menos de 24 horas (Divulgação/ Nasa)
O furacão Milton, que causou a morte de 16 pessoas na Flórida nesta semana, foi intensificado pelas mudanças climáticas provocadas pelo homem, afirmaram cientistas internacionais nesta sexta-feira (11). De acordo com a análise do grupo World Weather Attribution, o aquecimento global aumentou a velocidade dos ventos em cerca de 10% e a quantidade de chuva entre 20% e 30%, agravando os impactos do fenômeno.
Milton, que começou como uma tempestade de Categoria 1, se intensificou rapidamente para uma Categoria 5 em menos de 24 horas, alimentando-se das águas excepcionalmente quentes do Golfo do México. Quando atingiu a Flórida, já havia perdido força, chegando como um furacão de Categoria 3. Análises anteriores apontam que as altas temperaturas no Golfo, responsáveis por essa intensificação, são de 400 a 800 vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas.
O furacão Milton também se tornou o terceiro furacão do Atlântico a se intensificar mais rapidamente, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, atingindo ventos máximos de 290 km/h. Cientistas do grupo de pesquisa destacaram que tempestades com características semelhantes a Milton têm o dobro de chances de ocorrer devido ao aquecimento global causado por atividades humanas.
Ian Duff, ativista da organização ambiental Greenpeace, declarou: “Este estudo confirma o que já deveria ser claro: as mudanças climáticas estão potencializando tempestades, e a queima de combustíveis fósseis é a principal responsável. Milhões de pessoas na Flórida, muitas sem seguro, enfrentam agora custos astronômicos para reconstruir suas casas e comunidades destruídas”.
A intensificação rápida de furacões no Atlântico nos últimos 50 anos já havia sido destacada por cientistas como uma tendência preocupante relacionada às mudanças climáticas. Com temperaturas elevadas na superfície das águas da Flórida e do Caribe, meteorologistas já previam uma temporada de furacões no Atlântico com tempestades intensificadas, entre quatro e sete grandes eventos.
Milton foi o segundo furacão de Categoria 5 da atual temporada, que vai de junho a novembro. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, apenas em cinco anos desde 1950 ocorreram mais de um furacão de Categoria 5 em uma única temporada.