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Entrevistas

Brasil: novo foco comercial voltado para negócios e público final

A Embratur anunciou no final de janeiro a sua agenda comercial para este ano. Entre as medidas estratégicas previstas estão a redução na participação em grandes feiras de Turismo no exterior, a abertura de três novos EBT’s e a escolha da Rússia como primeiro na lista entre os países emergentes a contar com um trabalho de promoção gradual do país. As novidades foram anunciadas por Marcelo Pedroso, diretor de mercados internacionais da Embratur, com exclusividade ao M&E. Segundo ele, as ações tiveram início em janeiro com a realização da Semana do Brasil na Espanha, e terão continuidade com o novo programa de promoção, a partir de julho, desta vez direcionado ao público final. Ele confirma também que a América do Sul continua a merecer prioridade mas será dada ênfase à promoção junto a novos mercados como Colômbia, Venezuela e Peru.

M&E – Dentro da estratégia de promoção da Embratur no exterior, quais as ações previstas para este ano? Mudam os destinos prioritários?
Marcelo Pedroso –
Estamos sempre promovendo ajustes contínuos. No ano passado reduzimos nossa participação em feiras e demos maior ênfase ao mercado sul americano apostando em destinos como Argentina e Chile. Ao longo deste ano vamos dar continuidade à nossa estratégia comercial. A América do Sul continua como prioridade, mas as ações serão reforçadas em outros países como Colômbia, Venezuela e Peru. Lembro que a fusão entre Lan e Tam amplia o programa de capilaridade interna da América do Sul favorecendo o acesso aéreo entre países. Hoje, eu diria que a América Latina é um mercado estratégico para o Brasil nesse processo de ampliação. O orçamento para esse ano deve se manter na faixa de R$ 140 milhões e acreditamos ser perfeitamente possível atingir a marca de 6,1 milhões de turistas estrangeiros até dezembro. Mesmo com a crise, acreditamos na recuperação gradual do mercado europeu, bem como dos Estados Unidos. Prova disso é que estamos ampliando o número de escritórios nestes destinos. Para os Estados Unidos passaremos a contar com três EBT’s, e além dos dois que já temos vamos contar com um em Chicago, enquanto na Europa estaremos abrindo um EBT na Holanda. Outro fator importante diz respeito à exploração da diversidade cultural como elemento a mais na captação de turistas. Para isso acabamos de firmar uma parceria com o Ministério da Cultura com o objetivo de promover a diversidade cultural do país junto aos mercados emissores. Temos procurado pautar nossa agenda valorizando aspectos da cultura brasileira. A ministra Marta Suplicy e Jeanine Pires têm dado todo apoio, até porque têm uma consciência da importância da força do Turismo. A gastronomia é apenas um dos temas que temos explorado com sucesso. Esse ano, a ideia é incluir novos segmentos como é o caso do Turismo Religioso que tem um grande apelo nos países do Cone Sul, aproveitando a realização da Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio de Janeiro.

M&E – Por falar em EBT’s como está o processo de licitação? O modelo nos novos escritórios será mantido? O que muda?
Marcelo Pedroso –
No caso dos EBT’s, o resultado da licitação sai nos próximos dias. Ainda assim há um prazo de 100 dias, aproximadamente, para que os mesmos venham a abrir suas portas, uma vez que há todo um processo a ser respeitado onde se tem até mesmo um prazo para contestações. A ideia é contar com mais um escritório na América do Sul e que irá atender a parte Norte e também a cadeia de distribuição, principalmente operadores e agentes de viagens. Estamos prevendo também um terceiro escritório nos Estados Unidos e também em Amsterdã, na Holanda. Tudo com o objetivo de reforçar nossa presença em destinos considerados prioritários e com grande potencial. Em princípio, o modelo será semelhante ao que já existia dando apoio aos Comitês Visit Brazil, mas todo o planejamento será feito em conjunto com a empresa vencedora da licitação.

M&E – E em relação às principais feiras de Turismo no exterior, será mantido o programa de redução de participação? Isso não pode prejudicar a promoção do país às vésperas dos megaeventos esportivos?
Marcelo Pedroso –
Esse ajuste vem sendo feito desde o ano passado quando reduzimos nossa participação a 23 grandes feiras contra as 46 em que estivemos presentes até 2011. Dentro do programa de ajustes, a ideia é dar continuidade a esse processo de redução nas principais feiras internacionais de Turismo. A verdade é que existe, atualmente, uma quantidade enorme de feiras internacionais, muitas delas sem apresentar resultados expressivos. Mesmo levando-se em consideração que algumas delas são eventos tradicionais, a ideia é reduzir ainda mais essa participação. Já este ano não participaremos da BIT de Milão. Nossa prioridade será direcionada para eventos que privilegiem uma maior geração de negócios. Quanto à preocupação em relação a nossa promoção internacional a ideia é ampliar a presença da Embratur em eventos, não apenas do Turismo, mas também em outras áreas. Em 2012 tivemos praticamente a media de um evento por dia, em segmentos que nos interessam como golfe, Turismo Náutico, Ecoturismo, entre outros. Queremos ampliar ainda mais o número de participações, pois estamos às vésperas dos megaeventos e será importante reforçar nossa promoção junto a mercados estratégicos.

M&E – Com o término do programa Goal To Brazil em junho e também do contrato firmado pela Embratur com a montadora do estande nas feiras internacionais, o que muda?
Marcelo Pedroso –
Com o término do programa Goal to Brasil em junho, daremos início a um novo programa de promoção, desta vez direcionado ao público final e que terá validade até junho de 2014. Vamos trabalhar não apenas os mercados emergentes, como também realizar ações junto aos países classificados para a Copa do Mundo de 2014 que não estejam incluídos nesta relação. A ideia deste novo programa, que ainda está sendo finalizado, é direcionar as ações para o público final já que o Goal To Brazil tinha por objetivo capacitar operadores e requalificar agentes de viagens interessados em venderem nosso destino e nossos produtos. Já em relação ao novo modelo do estande, lembro que em abril termina o contrato com a empresa montadora. Vamos lançar em breve uma nova licitação, mas como entre abril e setembro não temos grandes feiras, então haverá tempo para se trabalhar a decoração de um novo estande e as mudanças que se fizerem necessárias para as feiras do final do ano.

M&E – Recentemente o presidente da Embratur manifestou sua preocupação com a alta de preços de alguns setores como a hotelaria e aviação. Como se pretende combater essa tendência e atrair novos mercados emergentes?
Marcelo Pedroso –
De fato, a alta de preços no país, não apenas na hotelaria, mas verificada também em outros segmentos, como a aviação, é um tema que está em permanente discussão entre a Embratur e os operadores internacionais que comercializam nosso destino. Existe, de fato, uma preocupação com a escalada de preços da hotelaria constatada no país, mas nossa ideia é não interferir. Vamos sim, divulgar uma pesquisa comparativa que revela as tarifas praticadas no exterior mostrando a relação com as nossas tarifas. A ideia é – com base nestes preços – dar início a um amplo debate. O mesmo deve acontecer em relação ao setor aéreo. Não podemos perder a competitividade de mercado e, certamente, estes são serviços essenciais neste processo. Quanto à política de promoção junto aos países emergentes esse é outro tema que tem merecido nossa atenção. Lembro que são mercados específicos. Os países integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) carecem de um trabalho de promoção de médio a longo prazos. Há necessidade de investimentos maiores observando-se as características de cada merca
do. Será uma entrada gradativa, numa estratégia de promoção adequada para cada um dos mercados. Em 2013 daremos maior ênfase à Russia. Já para 2014 será a vez da China e em 2015 a Índia.

M&E – O que muda em relação à política dos estados? Haverá continuidade em relação aos convênios e programas de apoio?
Marcelo Pedroso –
Os convênios com os estados devem ser mantidos. Vamos repetir também os editais de captação de eventos e charteres realizados em 2012, bem como o projeto de apoio e recursos para municípios com vocação turística. Nosso objetivo é manter o programa de cooperação e promoção conjunta iniciado em 2012 e desse modo apoiar as ações previstas em mercados específicos. Já temos feito várias ações ao divulgar a cultura regional e a ideia é reforçar ainda mais este modelo que tem dado sucesso, como aconteceu com a gastronomia e a música regional nos grandes eventos internacionais.

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