
Ricardo Amaral, presidente da Abremar
Na última temporada de verão, o setor de cruzeiros havia registrado um crescimento pequeno – com 1,56% mais passageiros do que em 2010-2011, totalizando mais de 805 mil -, indicando uma possível retração para 2012-2013. Neste já iniciado verão, o segmento confirmou a desaceleração: serão 15 embarcações operadas por cinco companhias diferentes, transportando cerca de 758 mil passageiros. A temporada será também mais curta, tendo apenas cinco meses de duração. Em contrapartida, haverá mais cruzeiros longos e menos mini cruzeiros, de três dias.
O alerta de sinal amarelo já havia sido dado por Ricardo Amaral, presidente da Associação Brasileira das Empresas Marítimas (Abremar), ao falar sobre as quedas na oferta e demanda previstos não apenas para esta temporada, como também para o verão 2013/2014. Os problemas apontados por ele foram a necessidade de modernização dos portos e da legislação, com redução das taxas portuárias, demandas antigas da entidade.
Para 2013, segundo o dirigente, estes entraves mantém-se no horizonte dos navios. “O setor de Cruzeiros Marítimos deverá enfrentar, ainda, alguns desafios conhecidos, como os altos custos e infraestrutura portuária precária, o que pode levar à queda de movimento local”, aponta. “Esses assuntos ainda serão bastante debatidos pela associação, que tem se empenhado para alcançar as respectivas soluções”, destaca.
Outra conquista positiva do setor foi a entrada da Abremar na Cruise Lines International Association (Clia). “Como parte de uma evolução natural da indústria de Cruzeiros Marítimos e da internacionalização da Abremar, teremos uma representação mundial do setor. Composta por nove entidades, a Clia promoverá a atividade no mundo e deverá conduzir de maneira mais eficiente e estratégica as prioridades do segmento no Brasil e também no exterior”, diz.
“Como se vê, temos muito que fazer, mas nosso horizonte vislumbra inúmeras oportunidades e, espero, muitas concretizações para 2013”, finaliza Amaral.
Juliana Bellegard