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Entrevistas

Fornatur: maior garantia, representatividade e autonomia aos estados

Na primeira reunião do ano, logo após o Carnaval, o Fórum Nacional de Dirigentes e Secretários Estaduais de Turismo dará não apenas posse a sua nova diretoria, tendo à frente o secretário de Estado de Turismo do Rio de Janeiro, Ronald Ázaro, como também vai iniciar uma série de ações com o objetivo de garantir aos estados maior representatividade no cenário nacional, como também uma autonomia gradual, independente das verbas descentralizadas, liberadas pelo Ministério do Turismo. Nesta entrevista exclusiva ao MERCADO & EVENTOS, Ronald Ázaro fala das primeiras medidas de sua gestão que terão início pela mudança do regimento interno do Fornatur.

MERCADO & EVENTOS – Com que visão e ideias o senhor assume este mês a presidência do Fornatur e quais serão as primeiras medidas e prioridades a serem implantadas?
Ronald Ázaro –
Assumo a presidência do Fornatur com grande entusiasmo e com intenção de dar continuidade às ações implementadas por meu antecessor, o secretário Domingos Leonelli, que fez um excelente trabalho em sua gestão e obteve sem dúvida maior reconhecimento por parte do governo da importância dos estados no cenário nacional. Entre os ajustes que pretendo implantar está a mudança no regimento interno de forma a extinguir alguns cargos e dar maior peso à diretoria, que manterá o sistema de duas vice-presidências. Também pretendo criar um fundo participativo de modo a garantir ao Fornatur recursos próprios para algumas ações. Não podemos depender exclusivamente da verba descentralizada liberada pelo MTur. Outra iniciativa que pretendo já colocar em prática são oficinas de capacitação e integração junto às áreas de marketing e comunicação dos estados para ações conjuntas mais efetivas. Também quero fazer reuniões do Fornatur nos estados a fim de prestigiar as secretarias e garantir uma presença participativa mais efetiva com o objetivo de descentralizar nossas ações, afinal temos um país de dimensões continentais e não podemos restringir nossos encontros apenas a Brasília. Também vamos dar prioridade para a Conta Satélite e aqui no Estado do Rio já estamos implementando um modelo que poderá servir de base. É fundamental ter dados e informações para um bom planejamento.

M&E – O que o Fornatur espera do Ministério do Turismo ao longo deste ano, e qual a importância de se retomar a realização do Salão do Turismo e dos programas de incentivo ao turismo doméstico?
Ronald Ázaro –
Temos do ministro Gastão Vieira a promessa de realização de uma edição do Salão do Turismo Roteiros do Brasil ao longo deste ano, bem como a retomada de programas de incentivo ao Turismo doméstico. São medidas efetivas e fundamentais para o fortalecimento do Turismo doméstico e só não puderam ser realizadas ao longo do ano passado porque o ministro entrou no ministério pisando em ovos e só agora, após o primeiro ano de atuação, conseguiu montar sua equipe e um modelo de gestão estruturado. Desse modo, estou bastante otimista que esse seja um ano de realizações. É preciso que o Plano Nacional de Turismo saia do papel e se transforme em ações efetivas, com metas a serem alcançadas. Até agora tudo ficou muito no discurso e esse é o momento de colocar em prática o que se planejou.

M&E – E a Lei Geral do Turismo, que continua a passos lentos, cujo motivo principal é a falta de fiscalização que cabe aos estados. Estes alegam não ter gente capacitada. Como resolver essa equação?
Ronald Ázaro –
Essa é uma questão que já vem sendo discutida com o MTur. De fato cabe aos estados exercer a fiscalização e como você afirmou é verdade que nós não temos gente qualificada para essa e outras funções. Isso acontece também aqui na Turisrio e em outros estados. O ministro Gastão Vieira se comprometeu a nos apoiar para a realização de cursos de capacitação, pois entende que melhorando o padrão das equipes técnicas todos terão a ganhar, os estados e o país. Nossa expectativa é que formando equipes com pessoal qualificado possamos finalmente colocar em prática o programa de fiscalização junto aos prestadores de serviços turísticos, e com isso fazer valer o que consta na Lei Geral do Turismo, que é um marco regulatório para o setor.

M&E – Outra questão que tem merecido por parte do estados uma preocupação permanente diz respeito à descentralização da malha aérea e medidas de estímulo para a aviação regional. Como o Fornatur pode encampar essa bandeira?
Ronald Ázaro –
Essa não é uma questão nova e creio que o desenvolvimento do Turismo regional passa obrigatoriamente por essa questão. O problema maior, a meu ver, é a total falta de investimentos nos pequenos aeroportos, bem como a necessidade de as empresas aéreas investirem em equipamentos com menor número de passageiros. A primeira questão requer investimentos do setor público e para isso é preciso criar linhas de financiamento ou programas de participação público privada como os modelos que estão sendo implantados nos grandes aeroportos. O problema é que essa é uma área onde apenas agora o país começa a definir os modelos ideais. Até mesmo o aeroporto do Galeão não encontrou ainda um modelo adequado. Já no que diz respeito ao uso de aviões menores favorecendo a aviação regional, essa é também uma questão que as empresas aéreas precisam analisar, pois não adianta colocar equipamentos de grande porte onde não existe demanda suficiente.

M&E – Em relação ao Rio de Janeiro, quais são as prioridades para esse novo ano e os principais desafios ainda a serem superados para uma gestão com resultados mais expressivos?
Ronald Ázaro –
O Rio de Janeiro, como cidade, já se vende por si só e a nossa preocupação tem sido com o fortalecimento do Turismo do interior. Acabamos de fechar um convênio com o MTur no valor de R$ 20 milhões para investimentos em saneamento básico de praias de Búzios, construção de piers na Região dos Lagos e de marinas. Gostaríamos de fazer ainda mais, mas neste segundo ano de funcionamento da Secretaria eu posso afirmar que só consigo realizar 10% do que gostaria. É preciso modernizar a Turisrio, realizar concurso, investir num material que está sucateado, enfim, criar condições para explorar o nosso grande potencial turístico. Não estamos parados e agora no início do ano faremos ações de promoção na Europa e na África do Sul. Também continuamos dando andamento aos roteiros integrados como forma de ampliar o volume de turistas para o nosso estado. Com os recursos do Prodetur, vamos implantar a nossa conta satélite. Pouco a pouco vamos dando andamento aos programas e ações previstos na nossa gestão.

M&E – E quanto ao Salão Estadual de Turismo. Como está o planejamento para esse ano depois da experiência com o Brite no ano passado?
Ronald Ázaro –
A experiência com o Brite no ano passado foi bem sucedida e já fomos consultados para repetir o mesmo modelo neste ano. Só que a ideia é promover em maio o Salão e o Brite, e para isso estamos em negociações para viabilizar os dois eventos. Ainda que aconteça o Salão no primeiro semestre, penso em realizar no segundo semestre uma outra edição no interior a fim de valorizar as cidades que investem no Turismo e querem divulgar seus atrativos e serviços. Existem candidaturas como Macaé que desejam sediar o evento e estamos pensando com carinho nesta possibilidade.

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