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Novas trilhas para o Brasil

Pedro de Castro da Cunha e Menezes, diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação

Pedro de Castro da Cunha e Menezes, diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação


O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atua desde que foi criado, em 2007, em defesa das ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (UCs). Vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, ele tem o poder de propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as UCs instituídas pela União, além de fomentar e executar programas de pesquisa, proteção e conservação da biodiversidade. São 310 UCs federais e 11 Centros de Pesquisa e Conservação. A responsabilidade é grande. As atividades, do entanto, acabam sendo pautadas por questões extrínsecas à entidade. De acordo com Pedro de Castro da Cunha e Menezes, diretor de criação e manejo de unidades de conservação do ICMBio, como o orçamento disponibilizado para conservação dos espaços não corresponde ao necessário, um das coisas que está ao alcance do instituto atualmente é implementar trilhas.

“A conservação tem tido orçamentos menores que a nossa necessidade, mas essa é uma realidade do serviço público, a gente tem que saber lidar com ela. Precisamos entender também que a gente teve um grande momento focado na criação de novas unidades, que obrigou a instituição a focar muito fortemente em duas áreas específicas. Esse período passou e está na hora da começarmos a tirar do papel a máxima, que é conservar, a máxima que já está aí, já virou mantra, mas que o Brasil ainda não conseguiu tirar do papel. Há várias formas que não exigem grande orçamento para se fazer isso, a principal é com a habilitação e conservação de trilhas, e a gente vai focar nisso”, explica Pedro.

De acordo com ele, o Instituto tem tido, tradicionalmente, um olhar para a proteção da biodiversidade como se ela excluísse o ecoturismo. No entanto, de acordo com a própria lei do próprio Sistema Nacional de Conservação, artigo 11, o instituto tem a obrigação de criar opções de Turismo ecológico na categoria Parque Nacional. “Logo, não tem o que se discutir com a lei, a lei a gente tem que cumprir”, acredita Pedro.

Para implementar essas opções de Turismo ecológico, como o ICMBio não dispõe de um “orçamento que tenha sobra”, resta disponibilizar estruturas mais básicas como trilhas e espaços de lazer, nas áreas de uso intensivo dos parques. A ideia do instituto é habilitar, sinalizar e manejar pelo menos dez quilômetros de trilha em cada um dos parques próximos às cidades-sede da Copa do Mundo 2014, até o período do evento, ação que faz parte do Projeto Parques da Copa. “É a parte que a gente consegue fazer mesmo que não tenhamos orçamento para implementar o projeto Parques da Copa, que ainda não está muito garantido. Estamos esperando que o dinheiro seja liberado”, informa o diretor. O objetivo é estruturar os parques para que possam oferecer alternativas do Turismo Ecológico tanto para os turistas estrangeiros quanto brasileiros.

O ICMBio conta ainda com outros projetos de ecoturismo. O Travessias é um deles, o qual vai implementar trilhas de até cinco dias em vários parques, como Serra do Cipó, Parque Nacional da Tijuca, Itatiaia e Projeto Chico Mendes. Outro é o projeto da Trilha Transcarioca, em parceria com o estado e o município do Rio de Janeiro, uma trilha de 200 km que vai ligar um extremo do município ao outro, passando pelos principais pontos turísticos da cidade, inclusive o Corcovado. Ela deve estar disponível até as Olimpíadas. “Estamos também com um projeto de revitalização do Corcovado, porque ele já está com a sua capacidade de carga praticamente atingida, então quero investir ali algum dinheiro para aumentar a plataforma superior. E temos alguns projetos de reestruturação de unidades mais importantes”, complementa.

Presença de guias de Turismo nas UCs – O ICMBio costuma promover capacitação de guias de Turismo nas UCs, mas acredita que esses profissionais não são necessários em todos os estados. “Achamos que o fundamental é sermos capazes de sinalizar e termos estrutura, como acontece nos parques do mundo inteiro. Tem que ter sinalização, para que a maioria das pessoas seja capaz de fazê-las [as trilhas] sozinhas. No mundo inteiro é assim, não há razão para que seja diferente no Brasil”, enfatiza. Em alguns casos, como o Turismo em cavernas, por outro lado, a presença desses profissionais é obrigatória.

Conheça as Unidades de Conservação e os Centros Especializados

Popularmente conhecidas como parques e reservas, as 310 Unidades de Conservação (UCs) federais geridas pelo Instituto Chico Mendes são divididas em dois grandes grupos – o de Proteção Integral e o de Uso Sustentável – e, ao todo, em 12 categorias. Elas estão espalhadas em todos os biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Marinho. Já os 11 Centros de Pesquisa e Conservação são unidades descentralizadas da autarquia, aos quais compete produzir, por meio da pesquisa científica, o ordenamento e a análise técnica de dados, o conhecimento necessário à conservação da biodiversidade, do patrimônio espeleológico (grutas e cavernas naturais) e da sociobiodiversidade associada a povos e comunidades tradicionais.

Pamela Mascarenhas

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