
O economista Delfim Netto com diretoria do SindlocSP e Abla
O economista Antonio Delfim Netto foi o convidado do mês para ministrar uma palestra aos associados do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo (Sindloc-SP). O seminário aconteceu nesta quarta-feira (19/09) na capital paulista e foi comandado pela diretoria do Sindicato. Sob o tema “Cenário da Economia Nacional e Mundial Atual e Futura, Delfim Netto iniciou sua fala explicando o papel do Estado para o crescimento do mercado. “O mercado não pode existir sem um estado regulado constitucionamente e com igualdade de oportunidades”, disse. O governo deve, segundo ele, garantir a melhora das instituições, o direito à propriedade e cumprimento dos contratos e a construção de uma propriedade intelectual. “O Estado tem que ser forte para regular o mercado”, acrescentou.
Para os países terem uma política econômica equilibrada, o economista ressaltou a necessidade de se manter um crescimento econômico e social e um equilíbrio interno (fiscal e monetário) e externo. Em média, o PIB brasileiro cresceu 2,6% no período de 1981 e 2011. “O aumento do PIB anunciado no ano passado de 7,5% foi uma espécie de mascaração do governo. Ele teve ter ficado em torno de 4%”, comentou Delfim Netto, mencionando que o Brasil tem um setor privado eficiente e capaz de superar as crises no balanço de pagamento e energia com o pré-sal. “Mesmo com um aumento da inflação, o país comseguiu diminuir seu déficit no PIB e seguir com reserva de moeda”, salientou. Esse cenário também contribuiu para a ascensão da classe C. Para 2013, a perspectiva é que a economia brasileira cresça entre 4% e 4,5%. No primeiro trimestre do ano, esse índice foi de 1,5%.
Delfim Netto está satisfeito com o governo Dilma. De acordo com ele, o Brasil voltou a ter condições econômicas para controlar seus gastos e ampliar seus investimenyos, principalmente a partir de parcerias público-privadas para rodovias e aeroportos. “Além disso, a taxa de juros interna está semelhante aos números mundiais; houve aumento do prazo para recolhimento de impostos e melhora no ambiente de negócios”, justificou o economista. Sobre o mercado automobilístico, especificamente, Delfim Netto reforçou a necessidade de incremento do mercado interno e de investimentos em exportações para o crescimento do setor como um todo. O palestrante encerrou sua participação afirmando que a crise que afeta o euro não chegará ao Brasil. “Isso só acontecerá caso houvesse algo parecido a crise econômica de 29”, finalizou.
Leila Melo