O MICE tem sido uma das principais pautas de eventos e discussões

Um dos segmentos mais almejados pelos destinos, o MICE (Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions) tem sido uma das principais pautas de eventos e discussões. Antigamente marcado pela hegemonia européia e americana, o setor acompanha as tendências da economia e cresce em ritmo acelerado nos BRICs e em outros países da América Latina e da Ásia, despontando como um dos principais mercados nesses destinos, que aproveitam para investir no aumento de seu potencial competitivo. Afinal, trata-se de um segmento exigente que busca a melhor estrutura, o melhor investimento.

A cidade de São Paulo é um exemplo. Principal destino turístico do País com mais de 12 milhões de visitantes anuais, nada menos do que 45% dos turistas que ficam em hotéis da capital paulista vêm a negócios e outros 25% para eventos, inclusive os corporativos. Ou seja, 70% dos que se hospedam na cidade são executivos, empresários, homens e mulheres de negócios e empreendedores, um número bastante elevado.

Entre os benefícios desse tipo de visitante, inclui-se a relação de causa e efeito: com os projetos de promoção da oferta cultural e de entretenimento da cidade para esse público, identificamos por meio de pesquisas que esses turistas de negócios estão prolongando suas viagens para aproveitar também o que de melhor a metrópole paulista tem a oferecer, sejam seus bons restaurantes, suas opções de compras, teatros, museus, bares e outros atrativos.

Temos de considerar ainda que o gasto desse turista é bem maior do que, por exemplo, o do turista de lazer, chegando a quase o dobro: cada um deles deixa, em média, R$ 1.812,00 na cidade no período de três dias.

São Paulo é a referência na América Latina no setor. Na cidade acontecem 90 mil eventos ao ano – um a cada seis minutos – e o município ainda detém 75% do mercado de feiras e congressos que acontecem em território brasileiro.

E como esta é uma das vocações de São Paulo, o município continua investindo nesse filão, que além de movimentar mais de 50 setores da economia, atrai conhecimento e inovação e gera emprego e renda para a população.

Atualmente, São Paulo possui cerca de 700 mil m² de grandes espaços para a realização de eventos variados em seus 20 complexos de feiras e convenções, como o Anhembi Parque, o maior da América do Sul, que passou por algumas reformas há alguns anos para se adaptar às melhorias e ao crescimento que este mercado vem exigindo. Mas o setor está tão aquecido que mesmo estes centros de exposições estão ficando pequenos para determinados eventos. Por esse motivo, a Prefeitura de São Paulo já projeta o Expo São Paulo, futuro megacomplexo de eventos em Pirituba que ficará em uma área de 5 milhões de m² e será um verdadeiro polo de atração para futuras feiras e convenções no Brasil. O local poderá sediar a Exposição Universal de 2020, para a qual São Paulo é uma das mais fortes candidatas.

E para continuar investindo em atração de eventos para a cidade, no início deste ano a SPTuris lançou o site MICE São Paulo (www.cidadedesaopaulo.com/mice), uma ferramenta de busca que reúne espaços para eventos da capital paulista cuja ideia é facilitar a procura das empresas por locais para realizar convenções, feiras, congressos, apresentações e até reuniões de trabalho. O site realiza busca de espaços voltada para as necessidades de operadoras e agências de viagens especializadas, empresas organizadoras de eventos e executivos responsáveis pelos departamentos de viagens e incentivo nas empresas, além de profissionais que trabalham com organização de eventos.

Esse é o caminho. De um lado, temos de analisar sempre o mercado, verificando tendências e lançando mão de ações para atender as demandas; e de outro, precisamos continuar estimulando as maiores vocações do destino, alinhando sempre as estratégias para desenvolver o lado socioeconômico e cultural por meio do turismo.

Marcelo Rehder é presidente da São Paulo Turismo (SPTuris) e secretário adjunto de Comunicação da Prefeitura de São Paulo.

Marcelo Rehder