Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.
Portal Brasileiro do Turismo

Entrevistas

IGLTA pode fazer do Brasil o principal destino gay do mundo

O CEO da International Gay & Lesbian Travel Association (IGLTA), John Tanzella, concedeu entrevista exclusiva ao M&E, onde destacou a importância do Congresso da IGLTA ser realizado no Brasil. O evento acontecerá em Florianópolis, de 12 a 14 de abril deste ano. Tanzella também falou sobre números do segmento. Para destacar a grandeza do setor, durante a 6ª edição do ‘Salão do Turismo’, iniciativa do Ministério do Turismo (MTur), foi realizada rodada de negócios exclusiva para apresentação de produtos turísticos para o público LGBT. Isso gerou uma expectativa de negócios em torno de R$ 26 milhões nos próximos 12 meses. Para ele, o melhor marketing que o Brasil poderia fazer neste mercado é o do casamento gay, que garante os direitos dos homossexuais e mostra que o país é livre de preconceitos.

Confira a entrevista a seguir:

MERCADO & EVENTOS – Por que o Brasil foi escolhido como sede do Congresso da International Gay & Lesbian Travel Association (IGLTA) neste ano?
John Tanzella – O Brasil é um destino com diversos atrativos. Existem opções de turismo em meio à natureza, ou de aventura e histórico cultural, além de uma diversidade muito grande e ainda o fato de organizar uma das maiores Paradas Gays do Mundo, a de São Paulo. E é um país que respeita o público LGBT. Recentemente reconheceu a união estável gay. Fato que para o segmento é muito importante, ganhando mais destaque entre os turistas gays e lésbicas. Esse é o melhor marketing que o país poderia fazer para este público.
M&E – Qual a importância para o Brasil de sediar a Convenção da GLTA 2012 em Florianópolis e os futuros resultados para o país neste segmento?

John Tanzella – Este é um evento importante. Será a primeira convenção da história de 28 anos da IGLTA na América do Sul. Nossa associação continua a crescer no Brasil e em todo o continente, por isso é um movimento estratégico trazer o nosso maior evento anual para o país. Acredito que depois da IGLTA, o Brasil vai se tornar o principal destino gay do mundo e consequentemente, todo continente sul-americano será beneficiado.

M&E – Que ações serão feitas antes da IGLTA 2012?

John Tanzella – Vamos realizar diversos famtours, além de eventos para captar mais participantes e interessados. Realizaremos debates e seminários com vários participantes mostrando os serviços e produtos para o consumidor LGBT. É uma forma de capacitar ainda mais o mercado e mostrar as grandes potencialidades que ele pode representar para a economia do país.

M&E – O que significa a IGLTA ter se tornado membro da Organização Mundial do Turismo (OMT)?

John Tanzella – É uma honra enorme para IGLTA ser a primeira organização LGBT a ser admitida na OMT, que é ligada à ONU, e que realmente destaca a importância do mercado e da nossa sociedade global. Estamos ansiosos para trabalhar mais com eles em pesquisa e marketing. E também estamos nos promovendo com a exibição do nosso logotipo em eventos da OMT, dando mais exposição a IGLTA e seus membros.

M&E – Quanto o turismo gay movimenta em todo o mundo?
John Tanzella – Só nos Estados Unidos estima-se algo em torno de US$ 65 bilhões por ano. No mundo, acredita-se que sejam US$ 165 bilhões. Normalmente, os turistas gays são casais sem filhos, o que faz deles um público com condições de gastar
mais do que o que o turista convencional. Isso corresponde entre 6% e 7%do universo de pessoas que viajam no mundo. O que é uma fatia significativa.

M&E – O que um turista gay procura em um destino?

John Tanzella – O destino não deve ter só atrações para gays. O fato de ser gay, não significa que o turista queira só ver coisas para gays. Ele quer ver tudo. Cultura, história, gastronomia, compras. Por exemplo, Nova Iorque e São Paulo são cidades livres e organizadas, com excelente oferta de atrativos turísticos, além disso, a comunidade aceita esse público.

M&E – Quais dicas você oferece para as operadoras e agentes de viagem que desejam trabalhar com esse público?

John Tanzella – Todos devem estar por dentro de tudo que acontece dentro da comunidade gay e sobre o mercado. Sou procurado por diversas operadoras que desejam se tornar GayFriends, e percebemos o crescente interesse pelo mercado. Mas é fundamental saber o que pensa e como se comporta este mercado. No que ele está mais interessado. O respeito vem em primeiro lugar, depois uma oferta diversificada de atrativos. É importante acompanhar as tendências deste mercado e que novidades mais atraem a esse público.

Turismo gay representa 15% do faturamento do setor, aponta estudo

Pelo menos 10% do fluxo global de viajantes provém do turismo gay e representa 15% da despesa total feita pelos usuários do setor. Os dados foram apresentados pela Organização Mundial em uma feira internacional na Espanha. O estudo sobre hábitos de consumo de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais mostra a “crescente demanda’ no setor.

O número de turistas que consumiram produtos de lazer ou pacotes de viagem dirigidos ao público homossexual foi de quase 98 milhões no passado. Os especialistas consideram esse perfil de poder aquisitivo elevado e possibilidade de viajar em qualquer época do ano. No caso dos que visitam a Espanha, o gasto diário médio é de 130 euros. O levantamento também aponta que os gays – sobretudo os da Europa – investem anulamente mais de 8 mil euros por pessoa no lazer. Além disso, eles viajam quatro vezes mais que a média, já que seu comportamento como consumidor é de uma pessoa solteira sem filhos.

Anabel Moutinho

Receba nossas newsletters
[mc4wp_form id="4031"]