A Copa do Mundo é um meio e não um fim. Essa é a opinião de Wagner Abraão, presidente do Grupo Águia que, segundo ele, está se preparando para o pós Copa. “Acredito que um evento como este vai deixar grandes dividendos”, afirmou em entrevista ao MERCADO & EVENTOS. Ele está diretamente envolvido com o megaevento esportivo já que a Match Hospitality AG, detentora exclusiva dos direitos internacionais do Programa de Hospitalidade da FIFA, nomeou a joint venture entre o Grupo Traffic e o Grupo Águia como agente exclusivo no Brasil para a venda do Programa de Hospitalidade Oficial da Copa de 2014 e da Copa das Confederações de 2013.
Pelo acordo, o Grupo Traffic, líder do setor de marketing esportivo na América Latina e o Grupo Águia (por meio das marcas Top Service e GI), um dos maiores grupos de turismo do Brasil, formarão uma sociedade operacional para oferecer ao mercado brasileiro pacotes de hospitalidade referentes às duas competições. “Somos detentores dessa possibilidade. Devemos distribuir para todo o Brasil. Temos um compromisso de vendas na ordem de US$ 300 milhões e fizemos como garantia um investimento de US$ 40 milhões”, revelou.
O Programa de Hospitalidade da Fifa oferece serviços como ingressos de categoria premium, instalações e serviços nos estádios (como suítes e lounges privativos, tendas, catering de primeira linha, estacionamento preferencial, entretenimento e brindes) e pacotes opcionais de hospitalidade completos, abrangendo atividades de turismo, hospedagem e transporte no Brasil.
Veja a entrevista com Wagner Abrahão onde, além de falar sobre a preparação do país para a Copa de 2014, ele comenta sobre outras empresas do grupo:
MERCADO & EVENTOS – Como funcionam os diretos de exclusividade na venda dos Pacotes de Hospitalidade na Copa do Mundo de 2014?
Wagner Abraão – O Grupo Águia, juntamente com a Traffic, comprou esses direitos de Hospitalidade. Portanto somos os detentores dessa possibilidade. Devemos distribuir por todo o Brasil e temos um compromisso de vendas na ordem de US$ 300 milhões, para isso, demos como garantia um investimento de US$ 40 milhões. Em outro aspecto temos a Match Connections, criada para prestar serviços à Copa do Mundo, para a família Fifa, aos fãs, à mídia, enfim, a todos os segmentos que irão assistir à Copa do Mundo.
M&E – A Match Connections então não vai trabalhar com hospitalidade? Qual será a estrutura?
Wagner Abraão – Essa empresa não vai trabalhar com acomodação, vai trabalhar exclusivamente com serviços como transferes aéreos ou terrestres, jantares, city tours e todos os outros tipos de serviços. Para isso estamos montando uma estrutura feita de um investimento bastante forte também. Não tenho ainda um valor definido porque estamos em fase de montagem, mas a empresa já nasce com seis diretores, todos eles vindos das mais diversas áreas de negócios, sendo dois do turismo especificamente. Já temos hoje contratados, preparados e treinados 16 gerentes de contas. Esses profissionais falam diversos idiomas e irão, promover o produto Copa de 2104 no mundo todo.
M&E – A preparação para a Copa de 2014 está adequada? Qual o legado que ela deixará?
Wagner Abraão – A Copa do Mundo é um meio e não um fim. O Grupo Águia está se preparando para o pós Copa. Acredito que um evento como este vai deixar grandes dividendos. Sobre a preparação eu a vejo com preocupação. Tenho visto nos últimos dias uma movimentação mais forte no sentido das obrigações governamentais em realizar as obras de infraestrutura, mas acho que demorou muito, o que causa uma preocupação como um todo. Apesar disso, acho que o brasileiro sabe fazer as coisas acontecerem e já tivemos provas disso. Portanto, creio que todos esses problemas serão saneados, tanto a parte de aeroportos, de hotelaria, está tudo caminhando bem.
M&E – Após a Copa não o risco de um excesso de quartos na hotelaria?
Wagner Abraão – De maneira alguma. O Brasil vem crescendo. Embora não esteja num centro de atividade turística, ele desperta interesse das mais diversas regiões do mundo. Acredito que teremos, até a Copa do Mundo e depois dela, uma história nova no turismo receptivo brasileiro.
M&E – Saindo da Copa e focando nas empresas do Grupo Águia, como está a Stella Barros hoje?
Wagner Abraão – Essa é uma marca que o Grupo adquiriu há uns cinco, seis anos e está se reencontrando naquilo que já foi em termos de imagem de turismo e, principalmente, em viagens para a Disney e para o segmento de viagens de incentivo. Nesse momento ela está, mais uma vez, se remasterizando, e teremos novidades para o início de 2012 com a Stella Barros. Acho que o turismo doméstico e o turismo internacional vão crescer juntamente com o Brasil, com a demanda e com o poder aquisitivo de classes que até então não tinham condições para o turismo. A Stella Barros, portanto, vai aparecer bem nesse mercado nos próximos anos.
M&E – E quanto às demais empresas da área de incentivo do grupo? O que podemos esperar para os próximos anos?
Wagner Abraão – As outras empresas do grupo na área de incentivo como a Top Service e a GI são líderes absolutas de mercado, responsáveis pela venda da hospitalidade da Copa.
M&E – A sociedade com a Urbi et Orbi ainda não foi concretizada. Existe uma previsão para isso?
Wagner Abraão – Ainda não foi concretizada a nossa sociedade. O Sérgio Tavares é meu sócio na Gray Line, juntamente com o Celso Antônio, mas na Urbi ainda não concluímos essa negociação. Existe uma série de fatores, incluindo a Stella Barros, que dificultam essa tomada de ação política como um todo.