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Opinião

Veja artigo de Afonso Louro sobre os 25 anos da Visual

Afonso Gomes Louro, presidente da Visual Turismo

Afonso Gomes Louro, presidente da Visual Turismo


Uma viagem que já dura 25 anos

Se o mundo muda, o turismo caminha bem mais rápido. Neste ano, completei com orgulho 25 anos de trajetória no setor, mas é como se tivesse avançado 100. O brasileiro não apenas modificou por completo seus hábitos turísticos. Usando a curiosidade inata à sua personalidade, ele se tornou um viajante de carteirinha, contumaz e também exigente.

Sou do tempo em que o Centro de São Paulo para agências e operadoras de viagem era como a Rua São Caetano para as noivas. Todas as empresas de turismo concentravam-se na região, sobretudo em função da proximidade com as companhias aéreas, também ali baseadas. Recebíamos o cliente em um modesto escritório com quatro pessoas, fechávamos a reserva e de lá corríamos rumo à empresa aérea para “carimbar” a viagem.

Um dos principais roteiros turísticos comercializados pela Visual durava simplesmente 21 dias pelo Norte-Nordeste, com passagens por Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, Fortaleza, São Luís, Belém e Manaus. Os viajantes brasileiros despendiam mais tempo para suas férias, sem o ritmo frenético de hoje. Os custos eram mais altos e as formas de pagamento inexistiam, já que a exigência era sempre a conhecida compra à vista. No âmbito internacional, as viagens chegavam a 40 dias.

Vivíamos o florescer do Plano Cruzado, que logo se transformou em frustração. Mas cumpríamos a rota da expansão independentemente desses fatores. Em um ano já tínhamos 24 funcionários e estofo para ter uma sede própria. Há dez anos, contudo, partimos para uma área própria de 1.500 m², que já está pequena.

Ao longo de duas décadas e meia, muitas concorrentes ficaram pelo caminho. E nós e alguns poucos personagens do setor tivemos o privilégio de acompanhar o nascimento de um novo perfil de turista. Ainda mais curioso, mas com altíssimo grau de exigência.

A mudança radical começou pelo tempo de viagem. Hoje, a maior parte das pessoas opta por férias que não ultrapassem 10 a 15 dias. A preferência é pela exploração de uma ou no máximo duas cidades a conhecer diversos lugares em um curto período. Descanso é a palavra de ordem do homem moderno, disposto a desbravar o melhor de uma região, mas abrindo mão de tantos deslocamentos.

Em contrapartida, o cliente deseja conforto e serviços em sua máxima medida. Não à toa o mercado de resorts, originalmente associado apenas a estâncias hidrominerais, iniciou sua escalada rumo ao Nordeste e ao Centro-Sul, conquistando o litoral e impulsionando também seus investimentos no interior. Segundo o mais novo relatório BSH Travel Research, da BSH International, há previsão de abertura de 198 hotéis e 46.296 unidades habitacionais entre 2011 e 2014, com investimentos acumulados de R$ 7,33 bilhões.

A necessidade de aprimorar a infraestrutura turística de cada destino nunca se mostrou tão evidente. E novos lugares se projetam para o viajante. Quem ouvia falar em Lençóis Maranhenses ou Maragogi tempos atrás? Daqui a pouco, o mesmo questionamento poderá ser dirigido a localidades como a Península de Maraú, no sul da Bahia. Recentemente, fui convidado a conhecê-la e logo me vi admirado pela natureza exuberante que combina rio, cachoeira e mar.

Que roteiro pronto nada! A moda são as viagens elaboradas. A criação de pacotes personalizados, on demand, é a tônica do negócio das operadoras. Pleno conhecedor do mapa mundi, o viajante de hoje procura combinar passagem aérea, hospedagem e serviços terrestres à sua maneira, de forma a programar uma viagem mais independente, incitando-o a novas descobertas.

O senso de curiosidade, aliado à vivacidade da economia brasileira, abre os olhos para investidores e leva à chegada permanente de novas companhias aéreas em território nacional. Emirates, Turkish, Qatar, Singapore. Nunca o elenco de personagens da aviação comercial foi tão extenso.

A história das viagens confunde-se com a da própria humanidade. Mas de 1986 para cá, o trem da história acelerou. E em um destino bonito por natureza, observado atentamente por todo o mundo, a velocidade parece ser ainda maior. Bom, seguimos em frente e em 2026 revisitamos essas páginas.

* Afonso Gomes Louro é presidente da Visual Turismo

* Afonso Gomes Louro

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