Os CEOs das companhias marítimas que operam no Brasil deram a sua opinião sobre o setor de cruzeiros no país durante a manhã de hoje (30/05) no Seatrade South America; que acontece em São Paulo. Para o chairman do Seatrade; Chris Hayman; um fator importante é a pujança econômica da região; mas os representantes das armadoras foram unânimes em apontar a burocracia; os custos elevados e os problemas de infraestrutura como principais entraves para o crescimento do setor no país.
Pierfranceso Vago; CEO da MSC Cruzeiros; lembrou o crescimento vertiginoso dos cruzeiros marítimos no Brasil e o grande potencial com a entrada de 20 milhões de novos consumidores no mercado. No entanto; ele afirmou que ainda vê muitos problemas. “Este crescimento menor que vai ocorrer na próxima temporada indica que estamos em perigo. Entre os pontos que queremos destacar estão as regras do governo; que não são claras; a falta de mais players gerenciando terminais; o que não estimula a concorrência e o custo das operações”; disse. Segundo Vago; a operação de um cruzeiro de sete noites no Mediterrâneo custa a metade do que no Brasil.
O presidente da Royal Caribbean; Adam Golstein; ressaltou que há pontos muito positivos no Brasil; como o alto índice de aceitação dos cruzeiros. Segundo ele; a satisfação chega a 90%. Outro ponto positivo citado por ele é o sistema de cabotagem; que ele considera uma vantagem em relação aos demais destinos. “Nos Estados Unidos; por exemplo; todos os estados são impactados economicamente pelos cruzeiros. Mesmo os que não estão no litoral; uma vez que há uma importante gama de produtos e serviços que são prestados para os navios”; contou.
Gianni Onorato; presidente da Costa Cruzeiros; também falou da força do mercado brasileiro. Segundo ele; durante a alta temporada um terço de toda a oferta mundial de navios está na região. “Vimos que o setor impacta R$ 1;3 bilhões na economia brasileira. Tenho certeza de que se levarmos em conta toda a região; isso aumenta 30%”; afirmou. “Como toda grande região; existem aqui grandes oportunidades e grandes desafios. As fraquezas que vejo estão na infraestrutura; impostos e burocracia”; destacou.
Alfredo Serrano; diretor geral da Ibero Cruzeiros; comentou sobre o rápido crescimento dos cruzeiros na Brasil e fez um comparativo com a Espanha. “Ambos os mercados cresceram muito rapidamente e com isso; sofremos com as dificuldades que surgem”; disse. Ele ainda disse que a Ibero está comprometida com o mercado latino; e que 85% de sua frota (quatro navios) está voltada para a América do Sul. “Fico feliz de ver novos portos e destinos sendo desenvolvidos no país; que é tão atraente para os europeus. Precisamos tratar dos problemas para que possamos continuar crescendo”; afirmou.
Já Paul Goodwin; vice presidente executivo da Holland America Line; destacou a geografia da América do Sul como grande atrativo do destino para os cruzeiros. “Quando falamos em destinos exóticos; o Brasil tem a vantagem de possuir além da exuberante natureza; distâncias curtas entre portos e possibilidade de diversas paradas; proporcionando maior experiência para o passageiro”; explicou. Ele também anunciou que na próxima temporada; um terço de sua frota estará voltada para o mercado brasileiro.