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Em entrevista exclusiva ao M&E durante a Fitur; que aconteceu em janeiro na Espanha; o vice-presidente da Tap; Luiz Mór; confirmou o aumento de frequências que a companhia vai fazer na rota para Campinas; a partir de junho; passando a ter quatro voos semanais. Ele comentou ainda a abertura do voo para Porto Alegre e falou com emoção desta ação; uma vez que ele é gaúcho de nascença. Segundo ele; a Tap deve fechar um acordo com a Pluna para aproveitar os passageiros do mercado uruguaio que poderão utilizar o voo de Porto Alegre. Mór explicou a importância ainda do mercado brasileiro para a rota da Tap e da capitalidade na Europa; onde a empresa voa para 40 destinos a partir de Lisboa. Sobre os números de 2010; o executivo já adiantou que cresceram em 8% o número de passageiros transportados e em 25% nas rotas do Brasil. Já o número de brasileiros voando cresceu 45%. Confira a entrevista; a seguir:
MERCADO & EVENTOS – Apesar de ainda não estarem totalmente fechados; quais são os principais números da Tap no ano de 2010?
Luiz da Gama Mór – A Tap cresceu cerca de 8% no número geral de passageiros transportados; mas nas rotas do Brasil cresceu 25% e o número de brasileiros voando cresceu 45%; então o país para nós foi decisivo em 2010 e mais ainda do que nos anos anteriores.
M&E – O voo de Campinas tem tido grande procura. Qual a novidade nesta rota?
Luiz Mór – Estamos muito satisfeitos com Campinas. A partir do voo inaugural essa rota já tinha o mesmo índice de ocupação de Guarulhos; por exemplo. Então nós começamos com três voos e havíamos completados 70 voos semanais para o Brasil; com dez voos por dia e a partir de junho colocaremos mais uma frequência e vamos passar Campinas para quatro frequências semanais.
M&E – E o voo para Porto Alegre?
Luiz Mór – Finalmente! Finalmente iremos iniciar em junho quatro frequências semanais para Porto Alegre e com esse voo para Campinas vamos completar em 2011 75 voos para o Brasil. Porto Alegre para nós é muito importante; porque estávamos distantes do Sul; uma vez que o mais sul que estávamos atuando era São Paulo; portando precisávamos de uma posição mais forte nesta região do Brasil. Porto Alegre tem uma posição geográfica importante. O Rio Grande do Sul é um estado exportador e tinha uma posição na economia global de algo subalterno em relação ao resto; dado a não ter voo direto. Então nós queremos transformar Porto Alegre na porta de entrada do Cone Sul. Já na saída vai ter uma boa conectividade com Florianópolis. Existe voos diretamente de Porto Alegre também para Foz do Iguaçu; Montevidéu e Buenos Aires e com o tempo teremos que ajustar a qualidade das conexões. Nós queremos que esta região do Brasil comece a usar Porto Alegre como porta de entrada ou porta de saída deles para a Europa ou porta de entrada dos europeus para o Brasil.
M&E – Além de uma parceria com a Tam; é possível uma parceria com a Pluna visando o mercado uruguaio?
Luiz Mór – Existe sim. Estamos procurando a Pluna para isso. Existe uma regra na Star Alliance e nas alianças de uma forma geral. Acabamos tendo inibição ou proibição de fazer com empresas que pertençam a outras alianças; mas é perfeitamente aceitável que a gente faça com empresas neutras; que não estão em aliança nenhuma. Então já procuramos a Pluna e eles já manifestaram disposição e a gente pretende então fazer esse acordo.
M&E – E as novidades para outros voos?
Luiz Mór – Estamos abrindo mais cinco frequências na Europa; em Viena; na Áustria; Atenas; na Grécia; Dusseldorf; na Alemanha; Manchester; na Inglaterra; e Bordeaux; na França; completando então 50 destinos no continente. Para se ter uma ideia; do Brasil existem voos diretos para dez destinos europeus. Além destes dez; nós temos mais 40 que operamos diretamente a partir de Lisboa; ofertando para o Brasil; por exemplo; quatro cidades na Itália; cinco na Espanha; cinco na França e quatro na Alemanha. Operamos também para outras cidades; no leste; por exemplo; Praga (República Tcheca); Budapeste (Hungria); Zagreb (Croácia); Moscou (Rússia) e Varsóvia (Polônia). Operamos ainda para a Escandinávia; como Helsinki (Finlândia). Enfim; a quantidade de cidades que operamos é muito maior; oferecendo cada vez mais para os brasileiros um produto cada vez melhor.
M&E – E como o mercado brasileiro está se comportando para dar esse suporte para a capilaridade da Tap na Europa?
Luiz Mór – Muito bem. O que está acontecendo no Brasil é que a conexão em Guarulhos é um inferno. Não é por culpa de nada. Eu opero dois voos diários em Guarulhos; gosto muito de operar lá; mas o Brasil cresceu tão ligeiramente que a infraestrutura não conseguiu acompanhar; portanto está muito difícil conectar. Então; quem não é de São Paulo e não tem voo direto para a Europa sofre muito; muito mesmo; com a incerteza; com o tempo de conexão e com a quantidade de gente. Então o conforto que é sair de sua cidade e pousar na sua cidade; não tem preço e é isso que tem feito os brasileiros darem uma prioridade muito forte para a Tap.
M&E – Deixando o executivo Luiz Mór de lado e falando com o gaúcho Luiz Mór; como bateu no seu coração o voo para Porto Alegre?
Luiz Mór – Era um sonho. Eu estava assim; utilizando uma expressão que se diz no Brasil “feliz que nem um pinto no lixo”. Era um sonho dos gaúchos. Era um sonho para mim; antes de eu encerrar a minha carreira – não que eu vá encerrá-la; eu tenho ainda muito tempo pela frente – mas este sonho está sendo realizado. É a primeira vez na história do Rio Grande do Sul que existe um voo direto de Porto Alegre para a Europa. Esse é o primeiro. Portanto; já estamos na história.