Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.
Portal Brasileiro do Turismo

Política

Último artigo do ano de Bayard Boiteux fala sobre políticas públicas de turismo no Brasil

Bayard Do Coutto Boiteux; diretor da faculdade de turismo da UniverCidade e presidente do site Consultoria em Turismo (www.bayardboiteux.pro.br); publicou um artigo sobre as políticas públicas de turismo brasileiras. Confira o texto na íntegra:

“O turismo no Brasil: uma visão das políticas públicas de turismo

Estamos  prestes a entrar em 2011 e o turismo nacional tem muito; muito pouco a comemorar.

O Brasil recebe cada vez menos turistas estrangeiros; apesar de investimentos vultuosos no chamado plano aquarela. Nosso market share é de 0;5 % de todos os turistas que viajam pelo mundo e nossa balança comercial turística tem um déficit de quase 10 bilhões de dólares. O receptivo passa por uma crise nunca vista; agravada pelas cenas de confronto da polícia com traficantes no Alemão; que trouxe cancelamentos para o  Rio; além de passageiros que não quiseram desembarcar dos navios; por medo.

Há pouca profissionalização nos órgãos públicos de turismo; com raras exceções de investimentos reais; como as cidades de São Paulo; Petrópolis; Rio de Janeiro; Foz do Iguaçu e o estado da Bahia; para citar exemplos; que podem ser trabalhados; numa visão de benchmarketing. É interessante verificar as revoluções silenciosas ocorridas no município de São Paulo e de Petrópolis; com uma verdadeira faxina nas cidades e uma profissionalização dos serviços; como a Rodoviária; do Bingen; que devo confessar é um equipamento de primeiro mundo.

Faltou também voz mais ativa nas lideranças do turismo; para criticar as políticas equivocadas e sobretudo fazer do Conselho Nacional de Turismo; um verdadeiro fórum de discussão. O governo federal não deu nenhuma atenção ao ensino superior do turismo no Brasil e as representações hoje existentes não correspondem nem a 30 % das faculdades existentes. A Universidade que deveria ser o laboratório de todas as formas empreendedoras de mudança ficou fora das discussões vitais.

Aliás;não houve investimento efetivo em capacitação; uma vez que programas de 1 semana e a distância não podem ser considerados vitais.

Tenho a impressão que vivemos um marketing institucional no turismo; com grandes discursos e poucos resultados mensuráveis. Faltou; por exemplo um investimento real em turismo social; para as classes mais desfavorecidas e uma profissionalização do artesanato; que ainda é pobre e pouco criativo.

Na estruturação das cidades como centros turísticos; pouco se avançou. Faltam desde a sinalização; aos postos de informações turísticas e a rodoviárias/aeroportos capazes de atender efetivamente turistas nacionais e internacionais.

Talvez; o maior legado tenha sido a lei geral do turismo; que vai permitir um  ordenamento do sistema oficial de turismo e uma melhor qualidade dos prestadores de serviços turísticos; sobretudo com o cadastramento obrigatório e a mudança de paradigmas de um turismo sustentável.

Torço; como fazem a maior parte dos integrantes do trade; que querem ver mais trabalho; mais resultados e menos fotos com sorrisos amarelos; que escondem uma incompetência de mudar rumos de uma atividade; que deve ser prioritária; no discurso mas no orçamento e nas ações. Que a presidenta Dilma Roussef e o futuro ministro nos surpreendam.”

Receba nossas newsletters
[mc4wp_form id="4031"]