O processo de recuperação judicial da antiga Varig foi questionado por membros da Procuradoria Geral da Fazenda e representantes dos trabalhadores da empresa; durante a primeira audiência pública realizada pela Comissão Especial de Acompanhamento do Processo de Falência da Varig; presidida pelo deputado Paulo Ramos (PDT). Na reunião; que aconteceu hoje o parlamentar afirmou que os maiores prejudicados no processo foram os trabalhadores. “Fiquei muito preocupado com o que ouvi hoje. O que aconteceu foi uma orquestração que gerou prejuízo para o Estado e; principalmente; para os funcionários da Varig”; declarou.
Para o procurador regional de Fazenda José Pedro Horta; o processo de recuperação judicial da Varig; que teve início em 2006; não poderia ter acontecido sem a quitação das dívidas tributárias da companhia. “A Varig tem R$ 6 bilhões em dívidas com a União; e é a maior devedora do Brasil. No nosso entendimento; o processo de recuperação judicial não poderia ter começado sem a quitação destes débitos”; afirmou. Segundo Horta; recursos da Procuradoria em relação a este processo estão até hoje aguardando julgamento no Superior Tribunal de Justiça.
O presidente da Associação de Pilotos da Varig; o comandante Elnio Borges fez um relato das dificuldades pelas quais estão passando ex-funcionários da empresa; que não receberam a rescisão de contrato; entre outros acordos firmados no processo e não cumpridos. A associação defende que a empresa compradora da Varig; atual operadora das rotas da companhia; assuma estas dívidas com o Estado e os trabalhadores.
“Somos vítimas da maior fraude trabalhista da história do Brasil. Mas vamos continuar lutando para reverter este quadro”; defendeu. Segundo Borges; cerca de 50 mil pessoas; entre trabalhadores e seus familiares; foram prejudicados pela falência da Varig. Na época do processo; os administradore garantiram a recontratação dos funcionários pela nova empresa; o que segundo ele; não aconteceu.