Tam; Curcas e Brasil Ecodiesel formaram um grupo de empresas com o objetivo de analisar a viabilidade da implementação de um projeto integrado de produção sustentável de bioquerosene de aviação no Brasil; desde a produção agrícola e industrial até a distribuição; visando à substituição parcial e gradual do combustível fóssil pelo renovável.
O grupo conta com a colaboração da Airbus; fabricante de aeronaves; e da Air BP; unidade de distribuição de combustíveis para aviação da BP. A Curcas é uma empresa integradora especializada no desenvolvimento de projetos de energia renovável e a Brasil Ecodiesel é referência na produção de biocombustíveis no país.
“Estamos trabalhando de forma colaborativa com empresas dos segmentos de aviação e de biocombustíveis para desenvolver um projeto totalmente integrado; desde a produção agrícola até a distribuição do combustível nos aeroportos. Nesta fase inicial; serão feitos os estudos necessários para comprovação da sustentabilidade e da viabilidade econômica da produção. Esperamos iniciar a produção comercial em 2013”; afirmou o diretor executivo da Curcas; Rafael Abud.
O projeto prevê a utilização de diversas fontes de matéria-prima; com destaque para o pinhão-manso; oriundo de projetos de agricultura familiar e do agronegócio. A Tam destinou um espaço de 4;35 hectares de terra agricultável para cultivo experimental de pinhão-manso; com o objetivo de estudar as melhores práticas agrícolas e material genético; de forma a garantir a produção sustentável desta oleaginosa. O terreno ocupa menos de 1% da área total da fazenda onde está instalado o Centro Tecnológico da Tam em São Carlos; no interior paulista. Os estudos de sustentabilidade serão conduzidos pela Universidade de Yale; dos EUA; e serão patrocinados pela Airbus.
“O projeto de estudo de viabilidade; tanto no campo agrícola como no processo industrial; será fundamental para dimensionar os impactos ambientais; sociais e econômicos da expansão de um bioquerosene e sua comercialização no país. Além do importante benefício ambiental do produto; a ser confirmado pelo estudo; existe a possibilidade de se obter benefícios reais no ETS (Emissions Trading System) da União Europeia; uma vez que empresas aéreas voando de e para aquele continente deverão adquirir permissões para as emissões de CO2 geradas em tais operações”; explicou o gerente de Energia da Tam Linhas Aéreas; Paulus Figueiredo.
O bioquerosene está em estágio avançado de homologação pela ASTM International (entidade internacional que formula padrões para diversos segmentos industriais) para que possa ser misturado ao querosene convencional em até 50% em voos comerciais. A certificação; no Brasil; de um biocombustível de aviação; assim como no etanol e no biodiesel; é um passo fundamental para a estruturação e regulamentação do mercado. A Abraba (Aliança Brasileira para Biocombustíveis de Aviação) tem mantido contatos com o governo federal e as agências reguladoras com o objetivo de estabelecer um marco regulatório para o bioquerosene.