A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) notificou a Enel, solicitando a regularização urgente do fornecimento de energia elétrica em estabelecimentos da capital e da região metropolitana, afetados por um apagão que começou na última sexta-feira (11). Após quatro dias sem energia, a entidade reporta perdas de aproximadamente R$ 150 milhões e cerca de 340 mil imóveis ainda sem eletricidade.
No documento protocolado na Enel na tarde desta segunda-feira (14), a Fhoresp pede a criação de um canal permanente para registrar reclamações e gerenciar os chamados de hotéis, bares e restaurantes que enfrentam interrupções significativas. A entidade também exige o ressarcimento para empresários que sofreram prejuízos devido ao blecaute, que incluem dias sem funcionamento, perda de mercadorias por falta de refrigeração e danos a equipamentos.
Com a representação de mais de 20 sindicatos patronais, a Fhoresp abrange cerca de 502 mil estabelecimentos em todo o estado. Estima-se que cerca de 250 mil negócios tenham sido diretamente impactados pelo apagão. “Calculamos um prejuízo de R$ 150 milhões, pois falamos de sete períodos parados, entre almoços e jantares, desde sexta-feira. Um único dia perdido para um estabelecimento faz diferença no mês todo, considerando as contas e a folha de pagamento”, disse Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.
Além de solicitar um canal de diálogo direto com a Enel para o ressarcimento dos danos, a Fhoresp anunciou que seu Departamento Jurídico está disponível para auxiliar os associados em processos individuais de indenização, caso a empresa não atenda às demandas. Pinto enfatizou a importância de reunir provas de prejuízo, como notas fiscais e registros contábeis, para justificar as reclamações.
Este evento marca o segundo grande apagão que atinge o setor de Turismo e Alimentação no estado. Em novembro de 2023, um blecaute similar resultou em perdas de R$ 500 milhões para o segmento. Pinto destacou a vulnerabilidade dos pequenos empresários, afirmando que, embora a Enel não controle as condições climáticas, é essencial que tenha um plano de contingência eficaz para minimizar os impactos das interrupções no fornecimento de energia.
“Hoje, a distribuidora deixa os consumidores e empresários sem energia por dias e não demonstra empatia e preocupação”, concluiu.