Divulgado nos primeiros dias de março; o resultado da atividade turística no Brasil no ano passado; revela que o segmento é um próspero negócio; mesmo diante de eventuais dificuldades econômicas e crises; muitas vezes; é fato; reforçadas pela mídia; sempre afeita a carregar nas tintas quando analisa a realidade. Foram 106 mil novos empregos formais criados em 2009; um crescimento em torno de 5% ao ano e que deve se repetir em 2010. O setor recepciona hoje um total de 2;2 milhões de trabalhadores com carteira assinada. A hotelaria continua a responder pela maior parte dos novos postos de trabalho. As informações apontam para dias mais promissores quando tratam do mercado para o turismo de eventos e negócios; feiras; viagens; cruzeiros marítimos; e apesar da alta carga tributária; uma queixa generalizada; como é a da escassez de mão-de-obra qualificada. O turismo figura no quinto lugar na pauta de exportações brasileiras e é o primeiro item na balança comercial no segmento de prestação de serviço; indica a 6ª Pesquisa Anual da Conjuntura Econômica do Turismo realizada pela Fundação Getúlio Vargas por encomenda do Ministério do Turismo. Mais uma vez o potencial do turismo se apresenta como atividade pulverizada na criação de empregos; distribuição de rendas; arrecadação de impostos e geração de divisas.
O Brasil registrou no ano passado um recorde de embarques domésticos; com 56 milhões de passageiros nacionais; número impulsionado segundo os analistas pela melhoria no poder aquisitivo das classes C e D; na oferta de financiamentos e melhores preços; conse- quência do aumento da demanda.
Entre os anos de 2003 e 2009 o governo investiu R$ 135 milhões na qualificação e capacitação de recursos humanos. Considero essa uma providência de fundamental importância; porque o crescimento do fluxo de turismo passa necessariamente pela profissionalização. A pesquisa aponta; porém; que o Brasil continua na marca dos cinco milhões de turistas estrangeiros que recebe a cada ano. Em 2009 eles gastaram aqui US$6 bilhões.
Na prática; porém; isso reforça uma situação incômoda; mas que nos persegue há mais de uma década: malgrado os investimentos na promoção e divulgação do destino Brasil no exterior essa política ainda frustra as expectativas. Por essa razão; no meu entender; romper a barreira dos cinco milhões de visitantes estrangeiros é um dos grandes desafios profissionais que enfrentaremos nos próximos anos.
A favor dessa meta; com toda certeza; teremos a Copa do Mundo; os Jogos Olímpicos e os Jogos Militares; eventos que trarão milhares de estrangeiros ao Brasil. O importante; porém; é que esses eventos sirvam para despertar entre os que virão o interesse por um Brasil rico em belezas naturais e diversidade a ponto de quererem voltar ou permanecer mais tempo para conhecer melhor nosso farto leque de opções turísticas. Para isso; contudo; a palavra mágica é dedicação e planejamento; que moveram e movem os grandes projetos no segmento turismo; sustentado a profissionalismo.
João Luiz dos Santos Moreira é presidente da Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux.