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SÃO PAULO – A ministra do Turismo da África do Sul, Patricia de Lille, destacou a importância de estreitar a colaboração entre o Brasil e a África do Sul no setor turístico, com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico e gerar empregos para a população de ambos os países. A fala foi feita nesta segunda-feira (23), durante um encontro com operadoras de São Paulo, no hotel Tivoli Mofarrej.
“Quando crescemos no turismo, estamos impulsionando nossas economias e ajudando a gerar receitas e empregos que as pessoas mais necessitadas, em ambos os países, tanto no Brasil quanto na África do Sul, precisam.” A ministra ressaltou que, assim como no Brasil, muitas pessoas na África do Sul vivem em situação de pobreza, e o desenvolvimento do turismo pode ser uma ferramenta essencial para melhorar essa realidade”, disse a executiva.
A ministra expressou seu desejo de fortalecer a parceria com o Ministério do Turismo, frisando a relevância do Memorando de Entendimento (MOU) assinado em 2014 e da discussão renovada durante a Cúpula do BRICS em 2023. “Agora, durante a cúpula do BRICS, assinamos um plano de ação, com foco na implementação e em ações mensuráveis.”
Tecnologia para o futuro
Além de reforçar a parceria com o Brasil, De Lille abordou a necessidade de modernizar o setor turístico sul-africano, utilizando novas tecnologias, como a inteligência artificial, para aumentar a eficiência dos serviços, especialmente nos processos de visto. Vale ressaltar, que brasileiros que visitam a África do Sul a turismo por até 90 dias não precisam de visto.
“Sabemos que alguns países utilizam inteligência artificial nestes processos, em que eles identificam sua identidade, verificam os países que você visitou e fazem o processo de forma mais rápida. Nós também devemos transformar nosso espaço digital”, frisou.
Sobre as estratégias de promoção turística, a ministra afirmou que o foco no espaço digital pode ampliar o retorno sobre os investimentos em marketing, uma vez que os jovens, público-alvo da estratégia, estão cada vez mais conectados à tecnologia.
Roteiros além do óbvio
De Lille também destacou o trabalho de diversificação das atrações turísticas na África do Sul, indo além dos tradicionais. “Temos muito a oferecer além de safáris, a Table Mountain e Cape Town. Precisamos mudar a mentalidade atual, onde os turistas chegam a Cape Town, passam alguns dias, vão para um safári e depois partem. Eles não sabem o que estão perdendo.” Ela mencionou o programa que lançou para identificar “joias escondidas” no país, como as regiões do norte, com águas cristalinas e paisagens tranquilas.
Patricia pontuou ainda, que a África do Sul foi eleita o país mais amigável do mundo em julho e que o Daily Telegraph de Londres classificou o destino como o melhor país para visitar no último ano. Ela também salientou o custo-benefício favorável.
“A África do Sul também é uma excelente opção em termos de custo-benefício, especialmente para brasileiros, cujo câmbio é favorável em relação à nossa moeda.”
Pacotes entre fronteiras
Sobre a integração com outras nações africanas, De Lille apontou que é possível desenvolver pacotes turísticos que combinem visitas à África do Sul com destinos em países vizinhos, como Botswana e Namíbia.
“Queremos promover pacotes que ofereçam visitas a esses países também. Os turistas podem passar alguns dias na África do Sul e depois seguir para outros destinos na África”, observou.
Para reforçar essas iniciativas, a ministra mencionou a parceria com o Google, que colocará no mapa digital pequenas cidades e atrativos menos conhecidos do país.
Turismo para comunidade LGBTQIA+
De Lille reafirmou o compromisso da África do Sul com a comunidade LGBTQIA+, destacando que o país possui uma das legislações mais avançadas do mundo em termos de direitos civis. “A África do Sul possui uma das legislações mais avançadas do mundo em termos de direitos civis, e estamos sempre abertos para receber todos de braços abertos.”
Brasil é África do Sul podem ganhar voos diários
Patricia de Lille, ministra do Turismo’s a África do Sul entre Valéria Antenor e Gabriel Gomes, da South African Airways
No quesito conectividade, a South African Airways está otimista com o desempenho de suas rotas no Brasil e planeja aumentar a frequência de voos para a África do Sul, com a possibilidade de implantar operações diárias no futuro.
“Nosso objetivo é elevar a ocupação para níveis mais saudáveis, em torno de 80% a 85%, o que é ideal para garantir uma operação sustentável”, afirmou Gabriel Gomes, country manager da companhia no Brasil em entrevista exclusiva ao MERCADO & EVENTOS.
Segundo ele, a parceria com a Gol será decisiva para alcançar essas metas, principalmente nos períodos de baixa temporada. “Vemos muitas oportunidades de aumentar a ocupação e a conectividade”, concluiu.
Os números mais recentes da companhia apontam para altas temporadas, como dezembro, janeiro, fevereiro e julho, apresentaram ocupações entre 75% e 80%, sendo que em julho esse número superou os 80%. Por outro lado, os meses de baixa temporada têm sido mais desafiadores, com ocupações em torno de 60%.
