
A companhia aérea afirmou, no entanto, que as discussões seguem em andamento e não há documento vinculante até o momento (Divulgação/Azul)
A Azul (AZUL4) anunciou no domingo (15) que está em negociações com arrendadores de aeronaves para reestruturar dívidas, visando otimizar sua estrutura de capital. A proposta inclui a substituição de parte da dívida por participação societária na companhia aérea, mas ainda não há um acordo vinculante firmado. As conversas fazem parte do plano de otimização de capital iniciado no ano passado, e não excluem outras alternativas de reestruturação, segundo comunicado enviado à CVM.
Recentemente, rumores indicavam que a Azul estaria perto de um acordo com seus credores, o que foi confirmado pelo comunicado oficial. Uma das fontes afirmou que “as coisas estão caminhando para uma conclusão bem-sucedida da reestruturação [da empresa] sem as vias judiciais”, após uma reunião com credores em Nova York. A companhia teria oferecido cerca de US$ 600 milhões (R$ 3,3 bilhões) em ações para quitação de dívidas, como informado pela Reuters na semana anterior.
As ações da Azul reagiram positivamente aos rumores, com uma alta de mais de 22% na última sexta-feira (13), posicionando-se entre as maiores valorizações do Ibovespa naquela semana. Nesta segunda-feira (16), os papéis registraram novo crescimento de 8,89%, sendo negociados a R$ 5,43. No entanto, no acumulado de 2024, as ações ainda apresentam uma queda de 70%, influenciada pelos rumores de um possível pedido de recuperação judicial.
Em agosto, surgiram especulações de que a Azul poderia entrar com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, através do Chapter 11. Contudo, a empresa negou essa possibilidade, afirmando que sua estratégia era oferecer ações aos credores para quitar as dívidas previstas para os próximos três anos.
As negociações para reestruturação de dívidas fazem parte de um esforço contínuo da Azul para evitar a judicialização do processo. Em 2023, a companhia já havia firmado um acordo com credores e fabricantes, cedendo US$ 570 milhões (R$ 3,1 bilhões) em ações.
Com o andamento das negociações, a Azul abre caminho para novas captações de recursos, especialmente com bondholders, detentores de títulos de dívida da companhia no exterior, o que pode reforçar ainda mais sua estratégia de recuperação financeira.