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Aviação / Manchete

Relatório preliminar sobre acidente da Voepass indica que aeronave nunca declarou emergência e estava apta para operar

Voepass

Relatório foi apresentado nesta sexta-feira (06), na sede do Cenipa em Brasília (Reprodução/G1)

Conforme adiantado pelo M&E, o relatório preliminar do acidente da Voepass, que vitimou 62 pessoas no último dia 09 de agosto, revela que havia previsão de gelo severo na rota e as informações estavam disponíveis aos pilotos antes mesmo do avião decolar, mas a aeronave estava apta para operar, mesmo sob as condições climáticas de gelo, e os pilotos tinham treinamento para o tipo de situação. As considerações finais afirmam que houve perda de controle da aeronave durante o voo em condições de formação de gelo.

Os dados foram apresentado durante a coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (06), na sede do Cenipa em Brasília (DF) e transmitida pelo G1. Três militares da Força Aérea Brasileira (FAB) participaram da coletiva, sendo eles:

  • Brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa
  • Coronel aviador Carlos Henrique Baldin, chefe de investigação do Cenipa
  • Tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, investigador-encarregado do Cenipa.

Antes da coletiva para a imprensa, familiares foram informados sobre os resultados do relatório preliminar.

Brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, reforçou que o objetivo da investigação do Cenipa é, ao contrário da Polícia Federal, que tem uma abordagem punitiva, identificar os fatores que podem ter contribuído para o acidente aéreo. Com isso, busca-se propor melhorias na aviação para prevenir futuros acidentes.

O Coronel aviador Carlos Henrique Baldin, chefe de investigação do Cenipa, também reafirmou que o órgão está comprometido em divulgar no menor prazo possível, mas sem prejudicar a qualidade, o relatório final da queda do avião em Vinhedo. Hoje, reforçamos, será divulgado um reporte preliminar.

Segundo o órgão, o reporte preliminar apresentado traz “informações acerca do andamento das investigações sobre o acidente”. O relatório final, no entanto, ainda não tem data para ser apresentado.

De acordo com a apresentação de Fróes, a aeronave estava apta para operar. A aeronave fabricada no ano de 2010, porém incorporada a frota da empresa apenas no dia 29 de setembro do ano de 2022, possuía, de acordo com todos os registros técnicos que antecederam ao dia do acidente, manutenção atualizada, segundo os registros. O certificado de verificação de aeronavegabilidade estava válido, de acordo com os padrões exigidos pela agência nacional de aviação civil. A última revisão com intervenção de forma abrangente foi concluída no dia 24 de junho de 2023 e o último daily check, aconteceu no dia do acidente, como previsto sempre. Na caderneta de manutenção ela foi realizada antes da primeira decolagem, de acordo com as investigações.

os métodos de investigação abrangeram fator operacional, fator humano, fator material e consulta a especialistas e assessores técnicos (Reprodução/G1)

Ainda de acordo com o relatório, o piloto do avião da Voepass solicitou à torre de controle de São Paulo a redução de altitude para início da descida, mas o pedido foi inicialmente recusado devido à presença de outra aeronave com uma rota convergente. Em momento nenhum a aeronave declarou emergência.

A investigação do Cenipa aponta que o sistema de controle de gelo nas asas desligou e religou várias vezes e outro equipamento, que controla a temperatura da aeronave, estava inoperante. Mas isso não impedia a aeronave de voar.

Considerações finais apontam as conclusões das investigações preliminares (Reprodução/G1)

Relembre o acidente da Voepass

No dia 09 de agosto, às 11h58 (com 18 minutos de atraso), uma aeronave ATR 72-500 da companhia Voepass saiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O avião transportava 58 passageiros e 4 tripulantes.

O avião alcançou 5 mil metros de altitude às 12h23 e manteve essa altura até as 13h21, quando começou a descer. Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca. A partir das 13h21, a Força Aérea Brasileira (FAB) relatou que o avião não respondeu às tentativas de contato do Controle de Aproximação de São Paulo, não declarou emergência e não informou sobre condições meteorológicas adversas.

Às 13h22, um minuto após o último registro, a altitude havia caído para 1.250 metros, com uma velocidade de queda de 440 km/h. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) acionou o “Salvaero” às 13h26, que encontrou a aeronave acidentada em um condomínio em Vinhedo, São Paulo.

Após o acidente, na noite da terça-feira, 13 de agosto, o Comandante José Luiz Felício Filho, presidente da Voepass, enviou um vídeo com um pronunciamento oficial da empresa sobre o trágico acidente. No comunicado enviado à imprensa, o comandante reafirmou o compromisso da Voepass com as famílias das vítimas e reitera a prioridade da empresa em garantir a segurança e o bem-estar de passageiros e tripulantes. Até o dia 26 de agosto, cinco das 62 famílias das vítimas do acidente já haviam recebido o seguro obrigatório de R$ 103 mil. Outras 36 famílias que já haviam dado entrada na documentação aguardavam o pagamento.

No dia 20, motivada pelo acidente, a Voepass suspendeu a venda de passagens para voos que partiam ou chegavam aos aeroportos de Fortaleza e Natal, entre outros destinos.

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