Uma pesquisa da empresa de análise digital Quantum Metric, veiculada pela CNBC, feita nos Estados Unidos em junho deste ano, apontou que de cada cinco viajantes, um afirma pesquisar mais sobre o modelo do avião antes de comprar suas passagens, como consequência das recentes notícias de incidentes envolvendo aeronaves e companhias aéreas. Já 22% admitiram estar limitando viagens aéreas pelo resto do ano e mais da metade (55%) dos entrevistados disseram que mudaram a maneira de comprar voos.
A vice-presidente global e chefe de estratégia de viagens e hospitalidade da Quantum Metric, Danielle Harvey, afirmou à CNBC que os passageiros estão fazendo mais pesquisas “para entender e potencialmente evitar aeronaves Boeing”.
Ainda segundo o levantamento, após dois aviões Boeing 737 Max caírem em um período de seis meses em 2018 e 2019, buscadores de voos, como Kayak e Alternative Airlines, adicionaram filtros por aeronave às suas plataformas. Os acidentes mataram 346 pessoas e marcaram um ponto de ruptura na relação dos consumidores com modelos de avião, de acordo com a executiva.
Apesar do medo ser explicado pelo estudo, não é justificado por números. Arnold Barnett, professor de estatística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e coautor de um artigo de pesquisa sobre os riscos dos voos comerciais, afirmou que o risco de morrer em um voo comercial globalmente melhorou de 1 a cada 350 mil embarques entre 1968 e 1977 para 1 a cada 13,7 milhões de embarques de passageiros entre 2018 e 2022.
Já paravBrendan Sobie, analista de aviação independente e fundador da Sobie Aviation, afirmou que as aéreas de baixo custo operam mais aviões da Airbus do que da Boeing e, por isso, não faz sentido que 13% dos entrevistados admitam evitar companhias aéreas de baixo custo para se sentirem mais seguros ao voar.