
Deixar e retirar malas são as duas maiores fontes de experiências negativas sob o controle das companhias aéreas, de acordo com a pesquisa World Passenger Survey 2023 da Iata (Divulgação/Pixabay)
Uma nova iniciativa da Iata terá como objetivo buscar soluções para melhorar a experiência de passageiros com o despache de suas bagagens, considerada uma das maiores vulnerabilidades na hora de viajar, ajudando as companhias aéreas a se comunicarem melhor entre si e com os aeroportos, enquanto entregam as malas despachadas em itinerários entre linhas.
Para isso, a associação planeja lançar um projeto piloto para testar seu padrão de mensagens digitais para comunicação de troca de bagagem no final deste ano, que permitiria que as companhias aéreas compartilhassem informações, como imagens e geolocalização de bagagens.
É o mais recente empreendimento de definição de padrões, que busca lidar com um dos problemas mais intratáveis da indústria aérea, além de afastar as companhias aéreas dos sistemas legados que prejudicam o setor.
No mundo todo, de cada mil bagagens quase 7 foram extraviadas pelas companhias aéreas no ano passado, de acordo com o relatório anual emitido pela empresa de tecnologia Sita, que desenvolve tecnologia de rastreamento de malas e entrega de malas sem toque. Mas se tratando de rotas internacionais, esse número aumenta para 12 malas extraviadas a cada mil.
De acordo com a pesquisa World Passenger Survey 2023 da Iata, os passageiros dizem que deixar e retirar malas são as duas maiores fontes de experiências negativas dentro do controle das companhias aéreas.
RESOLUÇÃO 753
Em 2018, a Iata deu um passo significativo para abordar o rastreamento de bagagem quando adotou sua Resolução 753, que exige que as companhias aéreas rastreiem a bagagem em quatro pontos principais de sua viagem:
- desembarque;
- carregamento da aeronave;
- entrega na área de transferência;
- e entrega ao passageiro.
Além de também exigir que as companhias aéreas compartilhem essas informações com parceiros de passagens interline.
Uma pesquisa de companhias aéreas e aeroportos feita pela Iata descobriu que 44% das companhias aéreas implementaram completamente os requisitos da resolução, enquanto outras 41% estavam em processo de fazê-lo. Além disso, 75% dos 94 aeroportos pesquisados têm capacidade para rastreamento de bagagem da Resolução 753, mais comumente por meio de códigos de barras.
TIPO B
A associação disse que um problema fundamental que está impedindo muitas companhias aéreas de implementar os requisitos da Resolução 753 é a dependência da tecnologia de mensagens chamada ‘Tipo B’.
Segundo a diretora de operações terrestres da IATA, Monika Mejstrikova, ela evoluiu desde sua introdução na década de 1960, mas o custo anual do setor de mensagens de bagagem para o setor é de US$ 1,05 bilhão.
Se apenas 10% das mensagens de bagagem de companhias aéreas fossem transmitidas via mensagens digitais, a economia global seria estimada em US$ 70 milhões por ano.
A Iata também disse que o alto custo das mensagens do Tipo B contribui para problemas com a qualidade das mensagens, o que leva a um aumento no manuseio incorreto de bagagem.
Ainda de acordo com o estudo da Sita, os pontos de transferência, onde a comunicação entre as companhias aéreas é frequentemente necessária, são um ponto de discórdia particular na jornada de uma mala despachada. Entre as malas que foram atrasadas no ano passado, a causa mais comum de longe foi o manuseio incorreto da transferência, com 46%.
Mejstrikova disse que desenvolver o padrão de mensagens digitais não será difícil nem custoso, mas que o maior desafio é fazer a transição do antigo para o novo sem perturbar o ecossistema.