
Ministro de Portos e Aeroportos diz que Voa Brasil é um programa sem nenhum real de recursos públicos, construído na base do diálogo com as companhias aéreas (Divulgação/Republicanos)
O lançamento da primeira fase do programa Voa Brasil, na quarta-feira (24), excedeu as expectativas. Em apenas 48 horas foram vendidas aproximadamente 1,5 mil passagens aéreas, a R$ 200 o trecho, destinadas a aposentados do INSS. Em entrevista para o Correio Braziliense, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, comemorou o resultado no curto período enfatizando que é importante incluir brasileiros na aviação do país.
Mas isso não significa que apenas com o programa isso vai acontecer. Ele explicou que para fazer o brasileiro viajar mais é necessário um conjunto de ações. Desde que o presidente Lula assumiu o governo no ano passado houve um grande crescimento. Em 2022, foram 98 milhões de passageiros e em 2023, houve um aumento de 15% na aviação, com 112 milhões. Ainda para este ano, a expectativa é de um crescimento de 10% chegando ao fim do ano com 120 milhões de passageiros.
Um cenário que mostra que o poder de compra do brasileiro está crescendo, que a economia está sendo retomada e o brasileiro viajando cada vez mais.
Para Silvio Costa Filho, o governo tem feito o dever de casa em relação ao combustível da aviação (QAV). Apenas nos últimos oito meses houve uma redução no preço do combustível de mais de 22%. No preço das passagens, de maio do ano passado até maio deste ano, houve uma queda de mais de 8%, segundo os dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
A intenção é diminuir ainda mais. Mas segundo o próprio ministro, há uma questão que, infelizmente, não é apenas do Brasil, mas mundial. Depois da pandemia teve uma inflação no preço das passagens no mundo de mais de 15%, o que impactou os preços.
O ministério está trabalhando para baixar as tarifas com diversas frentes de ação. Uma delas foi a agenda de crédito, que garantiu um aporte de mais de R$ 5 bilhões para as aéreas, buscando estimular a compra de novas aeronaves, além do estímulo para a redução do preço do QAV.
Questionado do porquê tanta gente ainda não consegue voar, o ministro pontuou que desses 112 milhões de passageiros, o Brasil tem apenas 30 milhões de CPFs. São menos brasileiros que vão viajar cinco ou seis vezes por ano. Mas, com o Voa Brasil, as companhias já ofertaram mais 3 milhões de passagens, o que significa incluir na aviação brasileira mais de 10% em novos CPFs.
“Vamos incluir um Paraguai na aviação brasileira. E à medida que o programa for mais demandado pelos aposentados, as companhias aéreas devem ir oferecendo novas passagens”, disse Silvio Costa Filho.
Sobre o público do Voa Brasil, o ministro disse que é um programa sem nenhum real de recursos públicos, construído na base do diálogo com as companhias aéreas e, já nesta primeira fase, está atendendo a um grupo muito importante. São mais de 23 milhões de aposentados, em que a maioria (de 93% a 95%) ganha até dois salários mínimos e que pode comprar passagens por R$ 200. Um perfil definido, que é praticamente toda a base do programa.
“O objetivo é estimular esse cidadão com um poder aquisitivo um pouco maior também viaje, além de fortalecer o turismo, e gerar mais empregos”, enfatizou o ministro.
Esta primeira fase do Voa Brasil deve durar doze meses. Para as próximas a intenção é trabalhar com os pensionistas e estudantes do Prouni, do Pronatec, sendo este último ainda no primeiro semestre de 2025.
O ministério de Portos e Aeroportos também adotou ações que contribuem com a reestruturação das aéreas sob a orientação do presidente Lula, em conjunto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a ApexBrasil (agência de promoção da exportação), para poder fortalecer a possibilidade das companhias aéreas que operam no Brasil, como Azul, Gol, Latam, comprarem mais aeronaves da Embraer.
Nos Estados Unidos, 49% dos aviões são da Boeing; na França, 48% são da Airbus; no Brasil, só temos 12% da frota com aviões brasileiros. A intenção é estimular a compra de aviões brasileiros e a indústria e a economia nacionais.
Mas as atenções de Costa Filho não estão voltadas apenas para a consolidação do programa, que terá novas fases. Na agenda, deve anunciar cerca de 50 novos aeroportos regionais nas regiões Centro-Oeste e Norte, além de estimular as empresas aéreas brasileiras a se reequiparem com aparelhos fabricados pela Embraer, com vistas a fomentar a aviação regional. Para os portos, o ministro ressaltou que o governo federal disponibilizou uma carteira de investimentos em torno de R$ 60 bilhões, que inclui o túnel Santos-Guarujá, que favorece o escoamento do principal complexo portuário do país.
*com informações do Correio Braziliense