● Disney ainda tem milhares de hectares de terra para desenvolver novos parques, atrações e áreas temáticas
● Ainda há uma série de histórias e personagens que ainda precisam ser trazidos à vida nos parques Disney
● Bob Iger destacou as quatro prioridades do seu comando para o futuro próximo e a longo prazo da empresa
● CEO afirma que há uma série de propriedades intelectuais para explorar e criar atrações
Em novembro de 2022, a Disney anunciou o retorno de Bob Iger para liderar novamente como CEO. O executivo tinha deixado a empresa um ano antes, em 2021, após mais de 40 anos, e voltou para assumir a função que até então era de Bob Chapek. Na época, ele prometeu ficar por mais dois anos para colocar a empresa nos trilhos enquanto o conselho buscava um sucessor que liderasse a empresa ao final do seu mandato, mas já renovou o contrato até 2026.
E agora em março de 2024, Iger completou seus primeiros 15 meses como CEO nesta sua nova passagem pela Disney. Em reunião com analistas na Conferência de Tecnologia, Mídia e Telecom do Morgan Stanley, Bob fez um balanço deste quase 1,5 ano a frente da Disney em meio a uma série de desafios não só no segmento de “Parques e Experiências”, mas também em outros nichos como produção de filmes e séries. Segundo ele, grandes planos estão reservados para o futuro da empresa.
“Ainda temos milhares de hectares de terra para desenvolver. Na verdade, poderíamos construir sete novas áreas temáticas, se quiséssemos, em todo o mundo, incluindo crescer a Disneylândia em 50%”
Iger vem reestruturando a empresa de dentro para fora, o que envolveu milhares de demissões, diminuição de gustos e realocação de verba para investir no streaming e na digitalização da empresa. Recentemente, o CEO compartilhou que seu foco em streaming seria um sucesso no quarto trimestre de 2024. Por causa de um novo foco nos estúdios de produção, na criatividade, na aquisição do Hulu e em uma parceria com a Warner Bros. e Fox, Iger está confiante nesta nova fase.

Não só de streaming vive a Disney. Se depender de Iger, a divisão de Parques Temáticos também contará com novidades. Ele quer impulsionar o crescimento deste segmento (Pedro Menezes/M&E)
E não só de streaming vive a Disney. Se depender de Iger, a divisão de Parques Temáticos também contará com novidades. Ele quer impulsionar o crescimento deste segmento. “Poderíamos construir até sete novas áreas temáticas ao redor do mundo, se quiséssemos”, disse ele (veja mais detalhes abaixo), ao mencionar a possibilidade de levar a área temática de Pandora, hoje no Animal Kingdom, para a Disneylândia, na Califórnia. O parque, inclusive, tem planos de expansão de US$ 1,9 bilhão até 2029.
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O CEO disse que a Disney hoje possui propriedades suficientes para fazer isso (abrir novas áreas temáticas). São tantos terrenos perto da Disneylândia que o parque poderia ser expandido em 50%. Além disso, a Disney está construindo três novos navios de cruzeiro. Sua esperança é que, com a expansão dos parques temáticos e da Cruise Line, haja maior demanda e, portanto, maior retorno do capital. A mais recente é a inauguração do Tiana’s Bayou Adventure.
Bob não conseguiu esconder o otimismo e a confiança em relação ao posicionamento da empresa para o futuro. “Sinto o impulso”, disse o executivo
No geral, Iger abordou vários tópicos de toda a empresa, permitindo-o reforçar que a significativa consolidação pela qual a empresa passou após seu retorno como CEO ladrilhou o caminho para a Disney entrar numa nova era e assim voltar a crescer de maneira sustentável e estratégica em seus negócios. Bob não conseguiu esconder o otimismo e a confiança em relação ao posicionamento da empresa para o futuro. “Sinto o impulso”, disse o executivo.
AS QUATRO PRIORIDADES DO CEO – O CEO ainda abordou suas quatro principais prioridades: alcançar lucratividade significativa e sustentada em streaming no longo prazo; transformar a ESPN na plataforma esportiva digital proeminente; melhorar a produção e a eficiência operacional dos estúdios cinematográficos da Disney; e turbinar o crescimento nos negócios de Experiências da Disney.
“E quando falo em construir, não estou falando apenas em construir coisas maiores. Estou falando sobre o crescimento da empresa – transformar a construção em crescimento real. O que quero dizer com isso é crescimento nos negócios orgânicos, procurando crescimento fora desses negócios, outras oportunidades – e, claro, aumentando o capital que devolvemos aos acionistas na forma de dividendos ou recompra de ações”, destacou Bob.
“E quando falo em construir, não estou falando apenas em construir coisas maiores. Estou falando sobre o crescimento da empresa – transformar a construção em crescimento real”
Iger também observou que o forte balanço da Disney e os “recursos para investir em nossos negócios para crescer” são motivos para “estarmos otimistas” sobre o futuro da Disney. “Quando falo sobre crescimento, estou falando de transformar a ESPN em uma plataforma digital. O streaming está crescendo como negócio. Está transformando o estúdio novamente em uma grande geração de IP e… expandindo o segmento de Parques e Resorts”, continuou Iger.
US$ 60 bilhões em investimentos em Parques e Experiências

Disney investira 60 bilhões de dólares durante a próxima década na expansão dos seus parques nacionais e internacionais e da Disney Cruise Line (Divulgação)
Sobre as grandes oportunidades para expandir o negócio de Parques e Experiências da Disney, Iger destacou o plano da empresa de turbinar o crescimento com um investimento de cerca de 60 bilhões de dólares durante a próxima década na expansão dos seus parques nacionais e internacionais e da Disney Cruise Line.
“Ainda temos milhares de hectares de terra para desenvolver. Na verdade, poderíamos construir sete novas áreas temáticas, se quiséssemos, em todo o mundo, incluindo crescer a Disneylândia em 50%”, disse o CEO, que também comentou sobre a vasta biblioteca de histórias e personagens que ainda precisam ser trazidos à vida nos parques Disney. “Tem tanta propriedade intelectual para explorar que há oportunidade de criar experiências que sabemos que as pessoas adorariam ter em nossos parques”.
CEO comentou sobre a vasta biblioteca de histórias e personagens da Disney que ainda precisam ser trazidos à vida nos parques Disney. “Tem tanta propriedade intelectual para explorar que há oportunidade de criar experiências que sabemos que as pessoas adorariam ter em nossos parques”
Há também o investimento da Disney em experiências digitais, como a recém-anunciada colaboração com a Epic Games para criar um universo de jogos e entretenimento totalmente novo dentro de Fortnite que expandirá ainda mais o alcance das amadas histórias da Disney. “Ficamos realmente impressionados com o que a Epic conseguiu realizar com Fortnite”, disse Iger. “Esta será uma experiência profunda, rica, totalmente imersiva e envolvente para os consumidores”, complementou.
Olhando para o futuro, Iger expressou forte confiança baseada no progresso da empresa. “É importante que quando você lidera qualquer organização, você precisa ser otimista. Mas também acho importante que o otimismo seja baseado em fatos ou na realidade. E acho que citei uma série de razões pelas quais deveria ser otimista. Então, estou muito otimista, já que teemos ótimas pessoas administrando nossos quatro negócios principais e fortalecemos significativamente nossa equipe executiva”, finalizou.