
Os dados são do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), criado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) (Divulgação)
As despesas estimadas pelas empresas com viagens corporativas atingiram R$ 11,32 bilhões em outubro, um crescimento anual de 5,1% e que representa um incremento de R$ 548 milhões de faturamento ao setor. Já no acumulado em 12 meses houve aumento de 14,5%. Os dados são do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), criado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev).
Em relação ao melhor desempenho registrado em outubro da série histórica, observado em 2013 e analisado pelo LVC, o patamar atual apresenta uma queda de 4,4%, visto que, naquela ocasião, o faturamento atingiu R$ 11,84 milhões, já corrigido pela inflação do período.
“De acordo com o estudo, embora os gastos com viagens corporativas estejam aumentando, não significa necessariamente que esses valores sejam impulsionados por uma elevação expressiva da demanda por viagens. Em maior número, o incremento está associado ao encarecimento das passagens, especialmente no segmento aéreo, decorrente do aumento nos custos operacionais das companhias”, informou a Alagev.Sobre bilhetes aéreos, o estudo ressalta que a prática comum de adquirir passagens em datas muito próximas da viagem impacta significativamente o orçamento das empresas no atual cenário de preços elevados. A Alagev informa que grandes corporações, com um planejamento mais robusto, conseguem ajustar suas despesas em viagens corporativas, muitas vezes redistribuindo recursos de outras áreas. Já as pequenas e médias empresas, com opções mais limitadas, precisam fazer escolhas criteriosas, adiando participações em reuniões e eventos, participando remotamente para lidar com as restrições orçamentárias.
O levantamento demonstra também que, considerando o atual período de alta temporada e a impossibilidade de aumento da oferta, os preços deverão permanecer pressionados até, pelo menos, o primeiro trimestre do próximo ano. Isso implica na revisão dos planos para 2024 por parte das empresas, incluindo ajustes e possíveis cortes, o que pode impactar o setor de viagens corporativas.No entanto, é notável que o volume de passageiros está elevado, devido à retomada das atividades presenciais e à realização de eventos. Assim, não é esperada uma retração, mas uma manutenção no nível de atividade que, em certa medida, limita o crescimento das receitas do setor, não de forma prejudicial, mas com uma restrição ao avanço.
“As viagens corporativas continuam impulsionando o setor. Esse incremento, embora seja bem-vindo, está relacionado ao encarecimento de diversos serviços. O mercado permanece robusto, mas a capacidade de ajuste das empresas é crucial para superar os desafios e garantir uma sustentabilidade financeira a longo prazo. A análise desses dados indica a necessidade de uma gestão ainda mais flexível e eficiente”, observa Luana Nogueira, diretora executiva da Alagev.