Investimento em novos projetos relacionados ao Turismo crescem 23%, diz OMT

Entre 2018 e 2022, o setor hoteleiro e turístico representou quase dois terços dos projetos da indústria (Shutterstock)

Um estudo da Organização Mundial do Turismo (OMT), baseado em dados da fDi Markets, revela que o investimento estrangeiro em novos projetos relacionados ao Turismo voltou a se recuperar em âmbito global, deixando para trás os níveis mínimos que atingiu durante a pandemia, graças à rápida recuperação nas chegadas de turistas internacionais.

Tanto o número de projetos de investimento direto estrangeiro como as taxas de criação de emprego do cluster do Turismo (área relacionada ao desenvolvimento do turismo, incluindo pontos turísticos e instalações de serviços turísticos, como restaurantes, acomodações e centros de viajantes) aumentaram 23%, passando de 286 investimentos em 2021 para 352 em 2022.

Entre 2018 e 2022, o setor hoteleiro representou quase dois terços dos projetos do cluster turístico. Os projetos de investimento direto estrangeiro aumentaram 25% entre 2021 e 2022. O principal destino para projetos de investimento direto estrangeiro no turismo foi a Europa Ocidental, com 143 investimentos planejados num valor combinado estimado em 2,2 bilhões de dólares. Já o número de projetos anunciados na região Ásia-Pacífico cresceu ligeiramente (2,4%) para 42 projetos em 2022.

“Os novos projetos de investimento direto estrangeiro no setor do turismo voltam a dar sinais de vida depois de terem quase desaparecido nos anos da pandemia. Depois de deixarmos para trás os efeitos da Covid-19, não há tempo a perder para enfrentar o maior problema dos nossos tempos: as alterações climáticas e as exigências de sustentabilidade que delas decorrem”, comenta Jacopo Dettoni, editor da fDi Intelligence.

Em 2022, por exemplo, a criação de empregos relacionada com o investimento direto estrangeiro no turismo também aumentou 23%, no mesmo período, representando 36,4 mil empregos. As regiões da América do Norte e da Ásia-Pacífico contribuem cada uma com três empresas para o top 10 de investimento direto estrangeiro no turismo entre 2018 e 2022. As restantes empresas da lista vêm da Europa, com o grupo espanhol Meliá, o britânico Intercontinental e o Selina e a francesa Accor entre eles.

“Para garantir o crescimento e a competitividade do setor é necessário investir na formação e melhoria das competências profissionais dos quadros e implementar programas de formação técnica e profissional. É a única forma de dotar os jovens – dos quais apenas 50% concluíram o ensino secundário – com os conhecimentos e competências de que necessitam para prosperar no setor. Estes investimentos abrirão caminho para que tenhamos profissionais que possam impulsionar o crescimento e a inovação, adotando tecnologias digitais e multiplicando a competitividade e a resiliência do setor do turismo”, afirma Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMT.