
A melhoria da relação entre o setor aéreo e o agente de viagens, além da elevação da experiência do usuário foram destaque no bate-papo (Eric Ribeiro/M&E)
ÁGUAS DE LINDÓIA – Durante o painel “Conteúdo Aéreo e a experiência de usuário”, realizado neste primeiro dia de 45° Abav TravelSP, no hotel Monte Real, em Águas de Lindóia (SP), Gervásio Tanabe, que trouxe à tona os benefícios do NDC para os agentes de viagens, o diretor executivo da Abracorp, apontou que as companhias aéreas lucram anualmente US$ 102 bilhões de dólares com serviços auxiliares. O valor refere-se às taxas de serviços e comodidades extras, como Wi-Fi a bordo e espaço entre as poltronas.
”76% das pessoas, hoje, utilizam a viagem a trabalho também para aproveitar o destino a lazer”
A cifra se deve a mudança no perfil do usuário que hoje sente necessidade ter serviços auxiliares a bordo, principalmente ao conciliar o deslocamento às motivações de negócios e lazer combinadas. Segundo Tanabe, a partir dos dados da Abracorp, 76% das pessoas, hoje, utilizam a viagem a trabalho também para aproveitar o destino a lazer. Vale destacar ainda, que conforme afirmação do executivo, as companhias aéreas estão cada vez mais preocupadas com o bem-estar dos viajantes.
No bate-papo, que contou com a participação de Anderson Serafim, gerente Comercial da Azul; Danillo Barbizan, gerente de Vendas da Delta Airlines; Anderson Wolf, gerente de Vendas da Gol; Daniel de Almeida, gerente de Vendas do Corporativo na Latam; e Carlos Antunes, diretor da TAP na América do Sul, foi abordado e diferença entre os sistemas de distribuição GDS e NDC, sendo o NDC ressaltado como o mais completo na análise das necessidades do passageiro e a melhor opção para os agentes.
“A gente investe muito em tecnologia para entender qual é o perfil do passageiro e o NDC faz isso muito bem. Ouvindo viajante e investindo em sanar sua necessidade, promovemos muitas mudanças na empresa. A partir do dia 1° de maio, implantaremos o NDC como ferramenta de distribuição”, diz Danilo Barbizan.
“O que o NDC traz é a entrega da melhor informação e experiência em relação as características do produto, de uma forma intuitiva e completa, a fim de rentabilizar os negócios”
“Trabalhar a qualidade da informação é muito difícil, principalmente para esse perfil de viajante que está mesclando negócios com lazer”, aponta Anderson Serafim, gerente comercial da Azul.
Já Carlos Antunes complementou, dizendo que “o que o NDC traz é a entrega da melhor informação e experiência em relação as características do produto, de uma forma intuitiva e completa, a fim de rentabilizar os negócios”.
A tecnologia foi, distante a palestra, paulatinamente apontada como solução para a melhoria da experiência do viajante. “Precisamos nos adequar tecnologicamente. O uso dos airtags, por exemplo, permite que os passageiros rastreiem sua bagagem com mais rapidez do que nós. A tecnologia se renova diariamente e evolui com muita rapidez e precisamos acompanhar”, analisa Carlos Antunes.
“Precisamos nos adequar tecnologicamente. A tecnologia se renova diariamente e evolui com muita rapidez e precisamos acompanhar”
Sistema tarifário aéreo
A fim de melhorar o diálogo com os agentes de viagens, durante a Abav TravelSP, e esclarecer o processo de precificação tarifária, os executivos explicaram que as flutuações no valor do ticket se devem a relação entre a oferta e demanda. “Não temos um robô para ficar aumentando o valor do bilhete. Essa alta acontece conforme vão esgotando os assentos nas classes disponíveis dentro da aeronave. Quanto maior a demanda, mais rápido se esgota a oferta e maior fica a tarifa”, diz Daniel Almeida, da Latam.
“Não temos um robô para ficar aumentando o valor do bilhete. Quanto maior a demanda, mais rápido se esgota a oferta e maior fica a tarifa”
Já o executivo Anderson Wolff, da Gol, analisou perfil do comprador, dando dicas para a aquisição de bilhete aéreo com a cifra mais baixa. “Comprar com antecedência é a chave para uma tarifa mais barata, no entanto, quem tem esse comportamento? É, geralmente, o cliente de lazer, porque tem a agenda mais flexível do que o passageiro de perfil corporativo”, aponta.
“Comprar com antecedência é a chave para uma tarifa mais barata. Quem tem esse comportamento é geralmente o cliente de lazer, porque tem a agenda mais flexível do que o passageiro de perfil corporativo”
Em relação às promoções tarifárias, Antunes salientou que ações do tipo visam fomentar a conexão aérea, bem como evitar que a companhia tenha prejuízo ao decolar a aeronave com baixa ocupação. “Ter uma aeronave voando com lugares vazios é extremamente caro”, observa.
O M&E viaja com proteção GTA.