De acordo com um levantamento da FecomercioSP em parceria com a Alagev, o setor de viagens corporativas encerrou o ano de 2022 com faturamento acumulado de 93,6 bilhões de reais, registrando um crescimento de 81,6% na comparação com 2021, porém ficando 4,7% abaixo do ano pré-pandemia de 2019.

Levantamento mostrou uma recuperação em relação a 2021, mas números ainda abaixo aos níveis pré-pandemia (foto: divulgação)
No último mês do ano passado, houve um gasto estimado de R$ 6,5 bilhões em viagens corporativas por todo o país, alta de 15,7% no contraponto anual e já superando em 2,3% o nível pré-pandêmico. O ritmo no período sazonalmente é menos intenso por conta do início das férias.
Os dados foram divulgados durante o Lacte18, que acontece nesta segunda (27) e terça-feira (28) e reúne mais de 1,3 mil participantes.
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Segundo a pesquisa, o resultado do último ano foi marcado por dois momentos distintos:
- O início do ano, sobretudo no primeiro bimestre, pelas consequências da variante ômicron, a qual provocou cancelamentos naquele período, tornando a recuperação mais lenta do que o esperado.
- Já no segundo momento, no segundo semestre, não havia mais sinais das restrições do coronavírus, havendo uma liberdade completa, o que provocou uma aceleração nos planejamentos de viagens e eventos. Tanto que o setor atingiu um faturamento médio superior a 9 bilhões de reais por mês, similar ao que se via antes de 2020. Vale destaque, no entanto, que esse faturamento maior na segunda etapa do ano foi causado também pela escalada dos custos das viagens que as empresas tiveram que arcar, principalmente em relação às passagens aéreas. As consequências da guerra na Ucrânia também foram vistas em praticamente todos os cantos da área do turismo. Infelizmente, dada a conjuntura internacional complexa, os custos mais altos foram sendo repassados aos clientes e consumidores finais.
Expectativas para 2023
Para 2023, a perspectiva é positiva. Os preços, em média, continuam elevados, porém mais estabilizados, tornando a gestão de viagens, ao longo de um ano, menos desconfortável e sem surpresas no percurso dos meses.
A tendência é que as empresas continuam expandindo os gastos com viagens e eventos, mesmo com preços mais altos e mantendo a avaliação criteriosa, e o LVC terá todas as condições de alcançar novos recordes.
Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, “as viagens de negócios no Brasil tiveram resultados mais interessantes do que o esperado, o que pode ser atribuído ao desejo de realizar encontros presenciais, participar de eventos e ampliar as estratégias de recuperação das atividades pós restrições 2020-2021. Os preços mais elevados alteraram parcialmente as dinâmicas, com concentração de demanda em destinos mais próximos e acessíveis por carro e ônibus, no caso de eventos e convenções, o que contribuiu com os bons resultados das regiões sul e sudeste. Para 2023, espera-se uma acomodação entre os eventos presenciais e as ações remotas com apoio de tecnologia, caso os preços não baixem. Por outro lado, o setor de eventos tem investido em inovação e criatividade, o que pode ampliar a concorrência e aumentar a demanda”, explicou.