
As companhias aéreas devem obter um lucro líquido global de US$ 4,7 bilhões sobre receitas de US$ 779 bilhões em 2023 (Divulgação/Inframerica)
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) prevê um retorno à lucratividade para o setor aéreo global em 2023, já que as companhias aéreas continuam a reduzir as perdas decorrentes dos efeitos da pandemia em 2022. Em 2023, espera-se que as companhias aéreas registrem um pequeno lucro líquido de US$ 4,7 bilhões, com margem de lucro líquido de 0,6%. Seria o primeiro lucro desde 2019, quando os ganhos da indústria chegaram a US$ 26,4 bilhões (margem de lucro líquido de 3,1%).
Em 2022, espera-se que o prejuízo líquido seja de US$ 6,9 bilhões (uma melhoria em relação à perda de US$ 9,7 bilhões para 2022 nas perspectivas da Iata). Isso é significativamente melhor do que as perdas de US$ 42 bilhões e US$ 137,7 bilhões que foram registradas em 2021 e 2020, respectivamente.
As melhores perspectivas para 2022 decorrem em grande parte dos rendimentos fortalecidos e do forte controle de custos diante do aumento dos preços dos combustíveis. Espera-se que as receitas no geral cresçam 43,6% em relação a 2021, atingindo um valor estimado de US$ 727 bilhões. O preço do querosene de aviação (QAV), por sua vez, deve ficar em média em US$ 138,8/barril no ano, consideravelmente acima dos US$ 125,5/barril esperados em junho.

Espera-se que as operadoras latino-americanas registrem uma perda de US$ 2 bilhões em 2022, reduzindo para US$ 795 milhões em 2023 (Divulgação/Inframerica)
Em 2023, espera-se que o setor aéreo registre lucro. As companhias aéreas devem obter um lucro líquido global de US$ 4,7 bilhões sobre receitas de US$ 779 bilhões (margem líquida de 0,6%). Essa melhora esperada ocorre apesar das crescentes incertezas econômicas, à medida que o crescimento do PIB global desacelera para 1,3% (de 2,9% em 2022).
“A resiliência tem sido a marca registrada das companhias aéreas. Ao olharmos para 2023, a recuperação financeira tomará forma com o primeiro lucro da indústria desde 2019. Essa é uma grande conquista, considerando os danos financeiros causados pela pandemia. Mas um lucro de US$ 4,7 bilhões sobre receitas da indústria de US$ 779 bilhões também ilustra que há muito mais terreno a percorrer para colocar a indústria global em uma base financeira sólida”, disse Willie Walsh, diretor geral da Iata.
PASSAGEIROS – Espera-se que o transporte de passageiros gere receitas de US$ 522 bilhões, com a demanda de passageiros atingindo 85,5% dos níveis de 2019 ao longo de 2023. A previsão é que o número de passageiros ultrapasse a marca de quatro bilhões pela primeira vez desde 2019. No entanto, espera-se que os yields de passageiros diminuam (-1,7%), apesar da demanda de passageiros crescer mais rapidamente (+21,1%) do que a capacidade de passageiros (+18%).
AMÉRICA LATINA – O desempenho financeiro de todas as regiões continua melhorando. A América do Norte será a única região a voltar aos lucros em 2022. América Latina, África e Ásia-Pacífico permanecerão no vermelho. Espera-se que as operadoras latino-americanas registrem uma perda de US$ 2 bilhões em 2022, reduzindo para US$ 795 milhões em 2023. Em 2023, espera-se que o crescimento da demanda de passageiros de 9,3% supere o crescimento da capacidade de 6,3%. Ao longo do ano, a região deverá atender 95,6% dos níveis de demanda pré-crise com 94,2% da capacidade pré-crise.