A gastronomia de Manaus é uma vitrine da cultura amazônica, de geração de empregos e cada vez mais associada ao Turismo Gastronômico. Só na capital, mais de 120 mil pessoas estão envolvidas na arte da cozinha. Comparativamente, a Zona Franca de Manaus registra cerca de 103 mil postos de trabalho diretos, mas, abrange outros 500 mil indiretos.
Comer em Manaus é uma verdadeira experiência e, mais, quando preparada por um embaixador Dolmã – prêmio conhecido como “Oscar” da gastronomia brasileira. Peixes como pirarucu e tambaqui, além das frutas amazônicas, entre outras o açaí, o buriti e o cupuaçu, são uma explosão de sabores servidos nos restaurantes da capital amazonense. Na verdade, todas as experiências são válidas, seja em restaurantes centrais ou nos mais afastados das comunidades ribeirinhas.
Concorrendo ao título de embaixador regional do Prêmio Dolmã, o chef Cláudio Procópio sagrou-se vitorioso na edição 2022, recebendo a premiação em agosto passado, em Macapá (AP). O reconhecimento dos jurados e o voto popular pelo conjunto da obra categoria Região-Norte deram o título ao chef.
Em 2015, Procópio já era embaixador Dolmã ao conquistar a categoria Estado-Amazonas. Na oportunidade concorreu com uma releitura da culinária amazônica, tendo por base o pirarucu. Grato pelo reconhecimento, “agora a responsabilidade também cresce, pois represento a gastronomia dos seis estados da Região Norte do Brasil”, assinala o chef, que serve toda sua expertise culinária no restaurante Taberna do Chefe, no Mercado Municipal Adolpho Lisboa.
No recente Festival Sou Manaus Passo a Paço, como embaixador, o chef participou da Feira de Gastronomia Inclusiva com mais 25 chef locais preparando, ele mesmo, pirarucu frito in Box, farofa regional com pirarucu defumado e linguiça de tambaqui.
“A gastronomia manauara é rica em sabores, cores e texturas. São peixes, sucos, pratos típicos e sobremesas que conquistam paladares aguçados por diferentes sabores, por vezes inimagináveis”, Oreni Braga, vice-presidente ManausCult.
Destino gastronômico – Conhecer o destino Manaus, sua diversidade natural, o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, a cultura indígena e ancestral de etnias originárias, sua fauna e flora compõem o cenário perfeito para turistas que desembarcam na Capital da Amazônia. Mas, certamente o visitante irá se encantar, também, pela gastronomia manauara, rica em sabores, cores e texturas. São peixes, sucos, pratos típicos e sobremesas que conquistam paladares aguçados por novos e diferentes sabores, por vezes inimagináveis.
“Sem dúvida, a gastronomia é uma das prioridades na gestão do Turismo da ManausCult. Isso ficou patente com a presença do chef Rodrigo Oliveira na abertura do festival. Na Aula Show ministrada pelo chef houve um intenso intercâmbio de conhecimento e de tendências na gastronomia nacional com o uso de insumos regionais”, lembra Oreni Braga, vice-presidente ManausCult.
A gastronomia foi um dos segmentos da Cultura que deu oportunidade a empresários e chefs renomados de Manaus de gerar negócios e apresentar seus menus, a um público superior a 380 mil pessoas que circularam nos quatro dias do evento, faturando mais de meio milhão de reais.
Paralelamente, conta Oreni, outros projetos estão em pauta para divulgar mais e melhor a gastronomia da Capital da Amazônia. Entre outros, a vice-presidente da ManausCult, adianta o “Mesa Manaus” que visa divulgar e dar a conhecer a identidade da culinária amazônica no eixo Sul-Sudeste do país com a realização de uma semana de cores e sabores no coração de São Paulo. “Esse será um dos projetos mais ousados envolvendo o melhor da gastronomia manauara que a ManausCult vai trabalhar em 2023”, sinaliza.
Além disso, para fortalecer o segmento e qualificar os serviços, em parceria com o Senac, a ManausCult oferece cursos de Manipulação de Alimentos e Segurança Alimentar. “As expectativas são as melhores possíveis, pois nossa gastronomia é muito rica em sabores e ingredientes e mais, somada à qualidade de nossos chefs estrelados não tem como deixar de ser uma referência nacional”, completou Oreni Braga.
FIGA – Para Rodrigo Zamperlini, presidente da Abrasel no Amazonas, a gastronomia é um importante elo entre o turista que visita Manaus com a cultura e os costumes locais. A forte influência indígena se reflete nos sabores, nas técnicas de preparo e nas receitas tradicionais ou releituras originais e criativas.
“Para quem deseja um contato mais próximo com a culinária local são muitos endereços na cidade que oferecem variadas opções de pratos, ingredientes e temperos que valem ser explorados, desde o café da manhã até o jantar. Todos oferecem experiências impossíveis de replicar em outra região”, explica Zamperline.
Feira Internacional de Gastronomia Amazônica promove a culinária ancestral da região, seus ingredientes e suas técnicas e segredos de preparo
Feira Internacional – Desde 2015, a cada dois anos Manaus sedia a Feira Internacional de Gastronomia Amazônica (FIGA). A próxima será realizada nos dias 28, 29 e 30 de setembro de 2023, sempre promovendo a culinária ancestral da região, seus ingredientes e suas técnicas e segredos de preparo.
“A feira busca contextualizar a gastronomia brasileira e internacional, através da troca de experiências entre os participantes, sejam chefs renomados tanto da Amazônia quanto de outros locais do Brasil e do exterior, com representantes de povos tradicionais amazônicos e todos que se interessam pelo tema”, explica o presidente da Abrasel.
Zamperline não tem dúvidas que a FIGA é mais um instrumento de promoção da cultura, negócios e principalmente turismo para Manaus, para o Estado e toda região amazônica.
Inovação – A empresária e chef Selma Reis, prepara suas receitas, desde as mais tradicionais àquelas com ingredientes nem tão usados na cozinha manauara – “jamais dispenso um ingrediente raro ou de oportunidade, já que a cozinha requer movimento, mudanças e sabores inovadores, sempre” – no Zefinha, restaurante que ocupa espaço no Hotel Mercuri, da rede Accor.
Segundo a chef, a culinária típica do Amazonas, em geral, é acolhedora como nosso povo, incluindo os ribeirinhos e indígenas. “Usamos temperos de modo a valorizar e preservar os sabores dos nossos peixes, nosso maior patrimônio gastronômico. Gostamos de usar as pimentas de cheiro (sem picância), coentro, cebolinha e chicória e usamos, também, um pouco de cominho no preparo dos nossos quelônios”, explica Zefinha.
Caldos leves, pouca gordura e muita carne branca são a base da culinária Amazônica. “Embora e apesar do extremo calor, amamos sopas”, confessa.
Zefinha lembra que Manaus, em especial, e o Estado do Amazonas precisa de um trabalho sério de divulgação de suas atrações, riquezas e insumos naturais. Costumo dizer que nunca conheci um brasileiro ou estrangeiro que não dissesse que é louco para conhecer o Amazonas. Somos objeto de consumo mundial, mas infelizmente ainda temos problemas sérios por falta de uma maior de incentivo ao Turismo Gastronômico que representamos tão bem.
Selma Reis acha impossível não associar o destino Manaus à gastronomia. “Ambas caminham juntas. O mundo já descobriu o turismo gastronômico e explora com precisão. Os viajantes gostam conhecer os espaços públicos mais importantes, como os mercados municipais incluídos em todas as rotas de city tour, os melhores restaurantes. Comida é atração turística sim, seja pelo chef inovador ou pelo ingrediente único e Manaus tem de sobra”, completa a chef.