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ESPECIAL: Demanda por seguro viagem tem alta de 230% no primeiro semestre do ano

Fluxo internacional de viagens se destaca e puxa crescimento de vendas de seguros (Foto: reprodução)

Fluxo internacional de viagens se destaca e puxa crescimento de vendas de seguros (Reprodução)

Com a abertura das fronteiras e o andamento no quadro de vacinação contra a Covid-19, o mercado de viagens internacionais está demonstrando sinais de reaquecimento no Brasil. Diante deste cenário, a Confederação Nacional das Seguradoras Gerais (CNSeg) constatou o crescimento superior a 230% na demanda por seguro viagem.

O volume equivale a cifra de R$ 362 milhões arrecadados no primeiro semestre do ano, e destes, R$ 149 milhões foram utilizados para atender às necessidades dos viajantes com motivações diversas, como extravio de bagagens e problemas médicos.

“Proteção tornou-se palavra de ordem para os passageiros e o trade turístico soube se adaptar rapidamente a esse novo perfil de consumo”

“A pandemia claramente contribuiu para solidificar a cultura do seguro viagem no Brasil. Proteção tornou-se palavra de ordem para os passageiros e o trade turístico soube se adaptar rapidamente a esse novo perfil de consumo”, aponta Celso Guelfi, presidente da Global Travel Assistance (GTA).

Um dos fatores que colabora para a demanda ascendente é a transição de opcional, antes da pandemia, para praticamente obrigatório agora, por conta do quadro epidemiológico mundial, que ainda é sensível. “O viajante está mais consciente. A Pandemia realmente nos trouxe muitos aprendizados e um deles é justamente estar pronto para as mudanças, ter flexibilidade e saber compreender as necessidades dos viajante”, afirma José Carlos Menezes, diretor geral da Affinity.

Conforme a Organização Mundial do Turismo (OMT), nos primeiros cinco meses de 2022 houve o registro de quase 250 milhões de chegadas internacionais. O número, quando comparado aos 77 milhões de chegadas entre janeiro e maio de 2021, mostra que o setor recuperou quase metade (46%) do nível pré-pandemia de 2019.

“A recuperação do turismo se acelerou em muitas partes do mundo, superando os desafios que se colocam em seu caminho. Nas Américas, as chegadas mais que dobraram em relação a 2021 (+112%). No entanto, em relação a 2019, permanecem 40% abaixo dos níveis de 2019, respectivamente”, diz Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMT.

Gastos em ascensão

A  OMT observou que as despesas internacionais de turistas da França, Alemanha, Itália e Estados Unidos estão agora entre 70% e 85% dos níveis pré-pandemia (Foto: reprodução)

A OMT observou que as despesas internacionais de turistas da França, Alemanha, Itália e Estados Unidos estão agora entre 70% e 85% dos níveis pré-pandemia (Foto: reprodução)

Em relação aos gastos com turismo, a “Análise do Comportamento de Consumo” realizada pelo Itaú Unibanco, identificou que o investimento com a atividade no mercado internacional cresceu 287% entre abril e junho deste ano, com aumento de 215% na quantidade de operações.

Já a OMT observou que as despesas internacionais de turistas da França, Alemanha, Itália e Estados Unidos estão agora entre 70% e 85% dos níveis pré-pandemia, enquanto os gastos da Índia, Arábia Saudita e Catar já superaram os níveis de 2019.

Em termos de receitas de turismo internacional obtidas nos destinos, um número crescente de países – República da Moldávia, Sérvia, Seychelles, Romênia, Macedônia do Norte, Santa Lúcia, Bósnia e Herzegovina, Albânia, Paquistão, Sudão, Türkiye, Bangladesh, El Salvador, México, Croácia e Portugal – já recuperaram totalmente os níveis pré-pandemia.

Portas abertas

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A demora na emissão e renovação de vistos para os EUA ultrapassa 365 dias de espera nas grandes metrópoles do Brasil (Foto: reprodução)

De portas abertas, os Estados Unidos seguem sendo o país com mais procura e gastos dos brasileiros. Em março houve expedição de 71.156 vistos B1/B2 (de negócio e turismo), um recorde que reforça a posição do país como o quarto que mais envia turistas para os EUA.

Até o momento, mais de 90 mil brasileiros voaram para lá. No entanto, os atrasos causados pela demora na renovação e emissão de vistos, que ultrapassam 365 dias de espera nas grandes metrópoles do Brasil, podem afetar o fluxo total de emissões para o ano.

Diante da restrição de trânsito, outros destinos veem a oportunidade de ganhar o interesse dos brasileiros, como é o caso do Qatar, país que sediará a Copa do Mundo de futebol masculino, em novembro e dezembro, e que já vê alta de 2.275% em despesas relacionadas.

No primeiro semestre de 2022, se destacaram ainda em interesse dos brasileiros, conforme levantamento da plataforma 123milhas, a Alemanha; Argentina; Canadá; Chile; Colômbia; Emirados Árabes Unidos; Espanha; França; Itália; México; Portugal; Reino Unido; e República Dominicana.

Seguro de ouro

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A contratação do seguro viagem é, hoje, uma opção para a maioria das nacionalidades mundiais, com exceção de 29 países (Foto: reprodução)

A contratação do seguro viagem é, hoje, uma opção para a maioria das nacionalidades mundiais, com exceção de 29 países, que usam este critério como um dos determinantes para a entrada em seu território. São eles:  Alemanha; Áustria; Bélgica; Cuba; Dinamarca; Equador; Eslováquia; Eslovênia; Espanha; Estônia; Finlândia; França; Grécia; Holanda; Hungria; Islândia; Itália; Letônia; Liechtenstein; Lituânia; Luxemburgo; Malta; Noruega; Polônia; Portugal; República Tcheca; Suécia; Suíça; e Venezuela.

Entendemos que cuidados em viagens ainda serão necessários e exigidos em muitos destinos, e sabemos que os viajantes ainda vão priorizar produtos com garantias de cobertura da Covid-19 por um bom tempo”

“Entendemos que cuidados em viagens ainda serão necessários e exigidos em muitos destinos, e sabemos que os viajantes ainda vão priorizar produtos com garantias de cobertura da Covid-19 por um bom tempo. As pessoas hoje querem viajar protegidas tanto em viagens nacionais quanto internacionais”, diz Federico Siri, presidente da Universal Assistance Brasil.

E para a compra do seguro é preciso estar atento a sua formatação, bem como às exigências do destino alvo, já que além da contratação, as nacionalidades podem estipular áreas de cobertura e valores como requisitos mínimos. Um dos exemplos é o Espaço Schengen, uma área criada por convenção entre países europeus na qual não há controles fronteiriços ou alfandegários.

“A pandemia trouxe a conscientização da necessidade de ter nosso produto para ingresso em muitos países e, cada vez mais, aumenta o número de países que exigem seguro viagem”

Nele é requerido a cobertura mínima de 30 mil Euros; já em Cuba, a exigência é de cobertura mínima de 10 mil dólares, com inclusão de assistência médica; e na Venezuela, o pedido é ter cobertura mínima de 40 mil dólares, com respaldo para despesas médicas, funerárias e repatriação. “A pandemia trouxe a conscientização da necessidade de ter nosso produto para ingresso em muitos países e, cada vez mais, aumenta o número de países que exigem seguro viagem”, ressalta.

No Brasil, os planos de seguro viagem são regulamentados pela Susep e estão alocados na categoria de seguro de pessoas. “A Portaria 315 da Susep, que mudou a denominação de assistência para seguro viagem e instituiu regras claras para a atividade, representou a primeira onda de transformação do setor. E não tenho dúvida de que a pandemia foi a segunda onda, mudando por completo os hábitos e as percepções do consumidor de viagens”, explica Guelfi.

Segundo o órgão, na formatação básica do produto deve haver a cobertura, de ao menos, um dos itens: despesas médicas e hospitalares; despesas odontológicas; traslado de corpo ou traslado médico; regresso sanitário; falecimento em viagem; morte acidental em viagem; invalidez permanente ou total.

“Não raramente vemos clientes, antes acostumados a contratar coberturas de até US$ 20 mil, buscando planos de até US$ 75 mil de proteção”

Já para viagens internacionais, o país determina a contratação dos quatro primeiros itens e as opções de cobertura para perda ou roubo de bagagem; funeral; cancelamento de viagem; regresso antecipado são considerados extras. “Muito além de incorporar o seguro viagem ao seu pacote para férias internacionais e domésticas, a Portaria também ampliou sua preocupação com a segurança. Não raramente vemos clientes, antes acostumados a contratar coberturas de até US$ 20 mil, buscando planos de até US$ 75 mil de proteção”, complementa.

Produto segmentado

A fim de entender o que está sendo ofertado no Brasil hoje, tanto em cobertura para destinos nacionais quanto internacionais, o Mercado & Eventos conversou com empresas especializadas em seguro viagem. Confira abaixo as novidades.

Affinity Seguros

José Carlos Menezes, diretor geral da Affinity

José Carlos Menezes, diretor geral da Affinity

Com crescimento massivo de 857%, em 2021, na comparação com 2020, José Carlos Menezes, diretor geral da Affinity destaca o otimismo para as vendas deste ano. A empresa atingiu, nos dois primeiros meses de 2022, resultados semelhantes ao total de dois anos atrás.

“Temos uma parceria fortíssima com a seguradora, o que nos possibilita o desenvolvimento rápido de planos que atendam às exigências do mercado. A expectativa é que essa tendência se mantenha ao longo do segundo semestre, com resultados além dos patamares pré-pandemia”, salienta.

Em relação a novos produtos, o executivo destaca a nova categoria chamada “Covid Mais”, onde o passageiro compra um seguro que abrange, além das coberturas de despesas médico e hospitalares, a cobertura para quarentena no destino devido Covid-19.

“A Covid -19 continua sendo um desafio para o nosso setor, atualmente houve uma mudança significativa na percepção do passageiro e na forma como ele está programando suas viagens. É um consumidor muito bem-informado, e muito mais cauteloso com os cuidados pessoais, atento às mudanças de protocolos de acordo com o destino escolhido. Nosso papel é justamente apoiá-lo, de forma que possa escolher muito bem os melhores produtos e serviços para a realização de sua viagem”, endossa.

GTA

Celso Guelfi, presidente da GTA

Celso Guelfi, presidente da GTA

A Global Travel Assistance (GTA) detectou um aumento no volume de vendas de seguro, em um patamar superior à pré-pandemia, culminando no aumento do faturamento, que segundo Celso, faz com que o crescimento seja proporcional.

O executivo aponta que, embora ainda haja o perfil de contratação do plano por Online Travel Agencies (OTAs), o passageiro está cada vez mais atento à busca por coberturas mais amplas, focadas na maior segurança contra a Covid-19 e que a GTA detém um portfólio de produtos e coberturas vasto e customizado, focado em sanar tais necessidades.

“A contratação de viagens sem seguro praticamente deixou de fazer parte das rotinas do setor, considerando o canal de distribuição onde concentramos nossa atuação”

“Essa tendência vem ajudando, inclusive, a elevar nosso tíquete médio. A contratação de viagens sem seguro praticamente deixou de fazer parte das rotinas do setor, considerando o canal de distribuição onde concentramos nossa atuação, com negócios focados em agências de viagem, operadoras e corretoras”, endossa.

A seguradora segue a tendência do mercado e aposta na tecnologia, além de incrementar os investimentos em capacitações para os agentes de viagem, por meio da Academia GTA. “É um projeto que se consolidou na agenda de treinamentos do setor e beneficiou mais de 8 mil profissionais no ano passado, mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia. A venda consultiva deve se perpetuar como estratégia de relacionamento com o cliente”, esclarece.

Universal Assistance Brasil

Federico Siri, presidente da Universal Assistance (Foto: reprodução)

Federico Siri, presidente da Universal Assistance (Foto: reprodução)

A Universal Assistance (antiga Travel Ace) lançou em julho, os produtos multiviagens, que permitem viagens protegidas de até 30 dias durante o ano inteiro, incluindo cobertura garantida para Covid-19, sem nenhum acréscimo nas tarifas. “Continuamos investindo em tecnologia para que nossos passageiros continuem tendo o melhor e mais rápido serviço de assistência. O ideal é ter um seguro-viagem com a maior quantidade de coberturas. Nossa empresa garante o serviço com tecnologia de ponta, acesso à telemedicina autogestão, em que os passageiros têm acesso a nossa rede através do nosso aplicativo”, reforça.

Vital Card

Luciano Bonfim, diretor da Vital Card

Luciano Bonfim, diretor da Vital Card

Empresa integrante do Grupo Schultz Turismo, a Vital Card destaca a conectividade de seus produtos através da telemedicina, serviço já oferecido antes da pandemia de Covid-19 e que será a grande aposta para o ano. Além disso, há também a central humanizada 24 horas no Whatsapp, que está integrada à sua rede credenciada mundialmente.

“O atendimento telemedicina teve uma ótima aceitação entre nossos segurados, por ser rápido e eficaz. É um serviço que veio para ficar e vamos seguir investindo nesse segmento”, enfatiza Luciano Bonfim, diretor da seguradora.

O dirigente observa que houve uma alta na contratação do seguro viagem em função da pandemia, período em que ficou evidente tanto a relevância da contratação quanto a necessidade de ter a expertise de um profissional preparado para prestar auxílio nas eventuais intempéries.

“Hoje, diversos profissionais têm relatado que eles nem estão precisando oferecer [o seguro viagem], porque o próprio consumidor traz a demanda no ato da consulta para compra”

“Durante o período, o passageiro que viajou com o suporte e a consultoria de uma agência teve muito menos dor de cabeça para a adaptação de todas as mudanças que iam ocorrendo ao longo do caminho. Hoje, diversos desses profissionais têm relatado que eles nem estão precisando oferecer [o seguro viagem], porque o próprio consumidor traz a demanda no ato da consulta para compra”, compartilha.

A empresa recomenda, sempre que possível, a contratação do maior plano com maior cobertura. “Contratar um serviço básico não é uma opção na Vital Card, pois todos os nossos planos são completos, basta escolher o valor da cobertura médica que, independentemente de qual for, o viajante terá acesso a todas nossas proteções. A variação do valor depende do perfil do viajante, duração da viagem, bem como o destino”, finaliza.

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