
Com 19 mil m² de área construída, o circuito de aquários é o principal atrativo do Bioparque Foto: Francisco Ribeiro dos Santos
O Bioparque Patanal inaugurado nesta segunda-feira (28) em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, coloca o Brasil em destaque com o maior circuito de aquários de água doce do mundo.
Nos 19 mil m² de área construída, o circuito é o principal atrativo do Bioparque, com 33 tanques, sendo 23 internos e oito externos que abrigam 220 espécies neotropicais, sendo 151 espécies pantaneiras; 55 da Amazônia; 14 africanas e outras da Oceania, Ásia e América Central. O aquário ainda comporta um tanque de abastecimento e outro de descarte de efluentes, o que totaliza mais de 6 milhões de m³ de água.
Os diversos tanques do Espaço de Experiência e Conhecimento retratam, individualmente, ambientes harmonizando a fauna e a flora, com a cenografia do artista plástico, cenógrafo e ambientalista Roberto Alves Gallo.

Mais de 220 espécies neotropicais, sendo 151 espécies pantaneiras Foto: Francisco Ribeiro dos Santos
Autoridades destacam que o local vai impulsionar o turismo da capital, ampliar as pesquisas em relação ao bioma e ainda resgatar a história do estado. Para o presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de MS), Valdir Couto Júnior, obra vai fortalecer o turismo local. “Não tenho dúvidas que é um marco para o desenvolvimento do Estado, que vai trazer grandes benefícios ao estudantes e população, em especial ao turismo e geração de empregos”, disse
Já, o diretor superintendente do Sebrae, Cláudio Mendonça, afirmou que era uma obra muito esperada pela sociedade e que tem como lema valorizar a cultura e o bioma do Pantanal. “Vamos assim atrair muitos turistas, que poderão visitar o Estado, apoiar nossa economia”.
Em 11 anos de obras, o Bioparque Pantanal recebeu R$ 230 milhões de investimentos. O Bioparque ainda possui museu interativo, biblioteca, núcleo de pesquisa e extensão e espaço diferenciado para eventos.
Ampliação de pesquisas
Além de um local de lazer e resgate da cultura do MS, o Bioparque Pantanal também terá um foco no desenvolvimento de pesquisas. “O local será a base de pesquisas de ponta, pensando na cadeia, genoma e mapeamento da história destes peixes. Vamos mostrar o presente e o futuro do Pantanal”, ressaltou o diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araújo.
Ele destacou que o empreendimento vai colocar MS no mapa do estudo científico dos peixes no mundo. “Os investimentos em editais vão avançar aqui, que será um local de pesquisa internacional”, completou.

Bioparque possui museu interativo, biblioteca, núcleo de pesquisa e extensão e espaço diferenciado para eventos. Foto: Francisco Ribeiro dos Santos
A distribuição e disposição dos tanques obedece toda uma lógica e valoriza, individualmente, cada espaço de água doce sul-mato-grossense, desde sua origem até os rios que abrigam as diferentes espécies da flora e fauna.
Cenários
Considerada uma das principais fontes iniciais de água do Pantanal, as veredas, por exemplo são consideradas também de extrema importância para o desenvolvimento da flora, por contar com diversas espécies de plantas vivendo em suas variações de nível do lençol freático. Possuem também papel importante na fauna local, servindo como pouso da avifauna e refúgio de demais animais.
O espaço ressurgências por sua vez, foi inspirado nas nascentes da Serra da Bodoquena e representa a pureza da água filtrada pelas rochas calcárias presentes nos rios da região. Já o local rios de cabeceira é conhecido por abrigar diversas espécies exclusivas (endêmicas). Ambiente extremamente frágil pois são diretamente influenciados pelo ambiente terrestre ao seu redor.
A cenografia do Bioparque destaca os rios de Bonito com o calcáreo, a rocha predominante na região do Planalto da Bodoquena, sua transparência e as belezas naturais mais conhecidas pelo mundo. Igualmente são destacados os rios do Pantanal, como Miranda e Aquidauana, que pela extensão e profundidade, possuem grande variedade de espécies de peixe.
Mais adiante, os banhados de Sucuri são ambientes cheios de vida, como os pássaros que se alimentam de organismos menores e animais de maior porte, como as serpentes. Entre outros cenários de encher os olhos dos visitantes está Baía de Cachoeira e sua mata ciliar, e o ambiente Externo, semelhante a margens de água doce, com declives suaves e vegetação mais densa.