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Agências e Operadoras / Turismo em Dados

Ômicron cria novo ‘marasmo de viagens’, mas Abracorp segue otimista para 2022

Gervasio Tanabe, presidente executivo da Abracorp

Gervasio Tanabe, presidente executivo da Abracorp

A Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) apresentou, nesta sexta-feira (28), os resultados e dados do setor corporativo em 2021. Segundo a associação, o setor apresentou uma queda de quase 70% no faturamento de quase todos os produtos e serviços de turismo em 2020 e 2021, em comparação de 2019. Contudo, os meses de novembro e dezembro de 2021, confirmaram uma leve recuperação.

Novembro de 2021 marcou um dos melhores meses para o setor, que atingiu 70% do que foi em 2019, criando certo otimismo para a associação. Dezembro também foi possível observar uma recuperação um pouco mais tímida, com queda de apenas 27%, o que é considerado aceitável. O serviço de Locação, por exemplo, teve a menor queda ao longo do período.

“Os resultados positivos de novembro nos deixaram muito animados, por isso a expectativa de 2022 era de que, com a queda da pandemia – se transformando em epidemia talvez, conseguiríamos melhorar. Porém, a chegada da Ômicron já começou a ser sentida pelos nossos associados, que foram atingidos com os cancelamentos de viagem. Entramos em janeiro no mesmo estado, com um marasmo de viagens. Com a enxurrada de contaminação, esperamos que em março isso diminua e sí sim tenhamos uma evolução nas empresas”, explicou Gervasio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.

Aéreo nacional tem queda de 58% e hotelaria recua 40%

Dados apresentados pela Abracorp sobre o aéreo nacional em 2021.

Dados apresentados pela Abracorp sobre o aéreo nacional em 2021.

Todos os produtos e serviços do turismo nacional apontaram uma queda de quase 70%, tanto em 2020 quanto em 2021, se comparados ao ano pré-pandêmico de 2019. O setor aéreo nacional apresentou uma queda de 58% no período, com um faturamento total de R$ 1,95 bilhão, ante ao faturamento de R$ 4,65 bilhões de 2019. A Azul acabou dominando o marketshare da Abracorp em 2021, com 40,2%, seguida pela Latam., com 31,7%, e Gol (27,9%).

Uma outra mudança que pode ser percebida no BI da Abracorp, no segmento da aviação, é nas principais rotas. “Nos anos anteriores, até 2019, podíamos observar que em todas as dez principais rotas domésticas, o aeroporto de Congonhas participava de alguma forma – sendo chegada ou partida. Em 2021, vemos que já temos outros trechos em destaque, como o aeroporto de Guarulhos, visto que as empresas começaram a transformá-lo em um forte hub domestico, e o aeroporto de Viracopos, por conta da Azul que realizou um share jamais obtido no mercado nacional antes e justifica a evidencia. Isso é um alerta de uma tendência de mudanças nas viagens”, explicou Tanabe.

Dados apresentados pela Abracorp sobre a hotelaria nacional em 2021.

Dados apresentados pela Abracorp sobre a hotelaria nacional em 2021.

A hotelaria apresentou uma recuperação um pouco melhor – principalmente nos empreendimentos independentes, mas em um geral, houve uma queda de 40% em comparação com 2019. Entre as principais redes do país, a Accor apresentou o melhor desempenho em 2021, seguida da rede Windsor. O valor da diária média também caiu de R$ 228 para R$ 200 no período.

O serviço de locação, por sua vez, apresentou um crescimento de 5,4% e aumentou sua tarifa média de R$ 85 para R$ 90. A Localiza liderou o setor (61,6%), seguida da Movida (21,6%) e da unidas (3,8%), além de outras locadoras.

Dados apresentados pela Abracorp sobre o serviço de Locação em 2021.

Dados apresentados pela Abracorp sobre o serviço de Locação em 2021.

“Três palavras traduzem o que passamos nos últimos dois anos: o impacto, luta, e resiliência. A associação trabalhou bastante para diminuir os impactos negativos da pandemia. Promovemos diversos encontros com o nosso grupo G20, realizamos ações junto com o governo, no sentido de tentar bolar alguma sustentação pro setor. As entidades em geral brigaram pela sustentação de seus associados. Tivemos receptividade do Ministério do Turismo, do Ministério da Economia, do Congresso, que nos ajudou pra podermos encarrar o pior dos anos que foi 2020, onde tivemos uma total queda de receitas e faturamento e preparar as empresas para suportar 2021”, explicou o presidente da associação.

Expectativas para 2022

As expectativas para 2022 dependerão de uma série de fatores como o cenário político e econômico e a evolução ou diminuição da pandemia.

As expectativas para 2022 dependerão de uma série de fatores como o cenário político e econômico e a evolução ou diminuição da pandemia.

Para este ano, a associação enxerga um futuro incerto que dependerá de muitos fatores, como por exemplo o controle da pandemia motivado pela vacinação, o cenário político por conta das eleições, como se comportará o mercado diante ao cenário econômico – com a questão do dólar, estoques e inflação. Contudo, a Abracorp trabalhará para melhorar sua governança, as práticas do cliente e dos fornecedores, e travará lutas institucionais para auxiliar cada vez mais o setor.

“Três ações que temos trabalhado muito é na mudança da PL 908 de responsabilidade civil, para que o agenciamento seja responsabilizado apenas sobre aquilo que ele tem controle, não sobre uma companhia aérea que faliu, por exemplo, como aconteceu no caso da Avianca, onde muitos dos nossos associados tiveram que arcar com o custo. Isso é algo que deve ter um melhor entendimento”, explicou Gervasio.

“Pós carnaval podemos trabalhar melhor a conscientização pra que o cliente sinta confiança em retomar as viagens e eventos. A grande questão agora é passar confiança ao viajante” – Gervasio Tanabe, presidente da Abracorp.

“Além disso, também apoiamos a emenda do IRRF para a diminuição do imposto, que tem sido uma luta terrível que o agenciamento tem travado pra mudar esse cenário. E por fim, e as compras diretas do Governo, para que tenhamos um ambiente melhor de compra do governo em relação a todos os serviços de viagem”, finalizou o executivo.

Em relação a pandemia, a expectativa é que as coisas melhorem apenas em março. “O impacto da nova variante foi muito grande de modo geral, e os eventos e viagens foram os primeiros a serem atingidos. Muitas empresas imediatamente suspenderam seus eventos com receios de contaminação. Agora que estamos tentando negociar para ver como está a situação, dando a informação  ao cliente de que aquele empreendimento está preparado para receber o evento, as aéreas também, seguindo os protocolos sanitários. Mas não adianta dar murro em ponta de faca”, afirmou.

Mudanças que vieram pra ficar

A associação também compartilhou as mudanças no mercado, que acreditam que devam permanecer em 2022. “O cenário de 2021 provocou algumas mudanças. Saberemos se elas se mantém ao longo deste ano, com a performance do mercado. Mas fazemos algumas apostas do que veio pra ficar”, afirmou Tanabe.

Entre as apostas, está a tendência de locação de carros, que teve uma evidencia maior em 2021 e deve permanecer por conta do isolamento social, da oferta de voos indisponíveis e do conforto. Da mesma forma que, para a associação, o home office/trabalho remoto deve permanecer, pois gera economia para as empresas e aumenta produtividade e qualidade de vida, principalmente para os adeptos do anywhere office, que promove o bleisure.

Por fim, a associação acredita que a contribuição da tecnologia em viagens, com IA, mudanças nos eventos corporativos, controle pelo viajante na palma da mão também devem continuar em alta.

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