Suspensos desde o início da pandemia da Covid-19, os cruzeiros marítimos começaram a se recuperar e a operar ainda em 2020, principalmente nos Estados Unidos e alguns países da Europa, que em junho do último ano já tinham conseguido vacinar boa parte de sua população e/ou estavam com os números de casos relativamente sob controle. Foi este o ritmo de retomada que marcou as principais notícias de 2021.
No dia 16 de agosto, por exemplo, a MSC já comemorava um ano de retorno ao mar, quando o MSC Grandiosa partiu de Gênova, na Itália, para uma viagem de sete noites pelo Mediterrâneo Ocidental na mesma data do ano anterior. Em abril, cerca de 30 navios já estavam operando ao redor do mundo. Por outro lado, demorou quase 16 meses para que o Grupo Royal Caribbean retomasse oficialmente as viagens de cruzeiros.
O retorno gradual foi importante para testar os protocolos de segurança sanitários implantados para a liberação da operação dos navios. Diversas mudanças foram realizadas. As viagens de cruzeiros como se antes conheciam já não existiam mais. Do buffet assistido à testes de acompanhamento, os cruzeiristas vivem agora uma nova experiência.

Apesar dos novos protocolos adotados e os “possíveis perigos”, o brasileiro não perdeu a vontade de realizar um cruzeiro, segundo estudo divulgado no início deste ano
Mesmo com todos os protocolos, ainda existe um risco de uma onda de contaminação e se tratando de cruzeiros, realmente não há para onde fugir caso as medidas sanitárias falhem. Em agosto deste ano, por exemplo, exatas 27 pessoas testaram positivo para Covid-19 a bordo do Carnival Vista, no Caribe. Porém, mesmo com todas as mudanças e riscos, os viajantes não desistiram da ideia de poder voltar a navegar.
Uma pesquisa realizada com brasileiros revelou que, quase 85% não pretendiam eliminar a realização de cruzeiros como opção de viagem, em decorrência dos perigos associados a pandemia de Covid-19. 66,5% também afirmaram que só viajariam de navio novamente após a completa imunização vacinal. E a pressão para a retomada dos cruzeiros marítimos nos Brasil se intensificou em 2021.
A temporada brasileira
Em setembro de 2021, a Clia Brasil divulgou uma nota oficial onde defendia a viabilização da temporada 2021/2022 e afirmava que reuniões com Ministros competentes e responsáveis pelo assunto já estariam agendadas para os próximos dias. O objetivo dos encontros era discutir e deliberar os robustos protocolos de segurança apresentados pelo setor. Não demorou muito para que a portaria que autorizava a retomada dos cruzeiros fosse publicada.
Com a aprovação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelou as principais medidas que seriam adotadas para o embarque de passageiros em todo cruzeiro que passasse pela costa brasileira, incluindo realização de testes pré-embarque em todos os hóspedes; tripulantes vacinados; uso obrigatório de máscaras; ocupação reduzida; excursões em terra que deveriam seguir os protocolos das Companhias Marítimas e dos municípios; etc.
A temporada 2021/2022 conta com cinco embarcações, que juntas oferecem mais de 100 roteiros e 500 escalas em destinos como Rio de Janeiro, Santos, Salvador, Angra dos Reis, Balneário Camboriú, Búzios, Cabo Frio, Fortaleza, Ilha Grande, Ilhabela, Ilhéus, Itajaí, Maceió, Porto Belo, Recife e Ubatuba.

No dia 05 de novembro de 2021, o MSC Preziosa deu início a temporada de cruzeiros no Brasil, após quase dois anos de paralisação
A princípio, os navios confirmados para fazer parte da temporada eram o MSC Preziosa, o primeiro a chegar ao Brasil, o MSC Seaside, que faria sua viagem inaugural no País, MSC Splendida, além do Costa Toscana e Favolosa. Contudo, a Costa Cruzeiros reposicionou seus navios e confirmou a substituição do Toscana e Favolosa pelo Fascinosa e Smeralda, que posteriormente também foi substituído pelo Costa Diadema.
A previsão é de que a temporada, que teve início no dia 5 de novembro de 2021 e segue até abril de 2022, traga ao País um impacto de R$ 1,75 bilhão para economia brasileira, sendo cerca de R$ 350 milhões por navio, gere 24 mil empregos no país e disponibilize 388 mil leitos, respeitando a capacidade de operação de 75% dos leitos totais.

Marcos Ferraz, presidente da Clia Brasil, se mostrou otimista em relação a temporada brasileira de 2021/22 e já faz previsões para as próximas
Até o atual momento, cerca de 60 mil turistas já embarcaram nos navios da temporada. A expectativa é que os cruzeiros no Brasil retomem os níveis pré-pandemia já em 2022/2023.
“Em 2016, tivemos aproximadamente 360 mil cruzeiristas e uma oferta de oito navios. Ano que vem voltaremos ao mesmo patamar em número de navios, então temos condições de retomar os números de passageiros pré-pandemia já na próxima temporada” – Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil.
Detalhes, como embarcações, fotos, roteiros e escalas podem ser acessados pelo “Guia Clia Brasil Temporada 2021/2022”, um site informativo e ilustrado que dá acesso às páginas oficiais de cada uma das cidades e companhias citadas.
Novidades à vista

Um dos marcos mais importantes de 2021 foi a entrega do Wonder of The Seas, o maior navio de cruzeiros do mundo
O ano de 2021 foi muito marcante na indústria de cruzeiros e bastante agitado também, com anúncio e entrega de novos navios, novos roteiros, novos portos e novas experiências. Em julho, a Royal Caribbean International inaugurou o seu navio Odyssey of the Seas, na Flórida. Já em novembro, o maior navio de cruzeiros do mundo, o Wonder of the Seas, foi entregue na França. A embarcação com capacidade para 6.998 passageiros fará sua viagem inaugural em março de 2022.
A Royal também anunciou seu primeiro cruzeiro de volta ao mundo, que será o maior da história, e tem previsão para acontecer em 2023/2024, passando por 65 países em 274 noites, a bordo do Serenade of the Seas. Os valores estão a partir de R$ 638,7 mil em cabine interna dupla.
Também neste ano, a MSC Cruzeiros abriu vendas para primeiro navio da World Class, o MSC Europa, e, apostando em novos mares, a armadora ainda anunciou sua entrada no mercado de cruzeiros de luxo, com o lançamento da nova marca Explora Journeys, que contará com quatro navios modernos, que devem iniciar viagem em 2023.
A Norwegian Cruise Line também revelou detalhes e abriu vendas para o novíssimo Norwegian Prima, o primeiro de seis novos navios da Prima Class. A armadora foi eleita a melhor companhia de cruzeiros marítimos de 2021, na primeira edição do World Cruise Awards, evento irmão do World Travel Awards, fundado para premiar a indústria.
A mesma premiação reconheceu o Scenic Eclipse, primeiro iate de descobertas do mundo, lançado pela Scenic Luxury Cruises & Tours, como melhor navio lançado em 2021.
Um outro momento extremamente marcante foi o lançamento do novo navio da Carnival Cruise Line, o Mardi Gras, que foi apresentado oficialmente em junho, nos Estados Unidos. O navio atracou pela primeira vez no Terminal 3 de Cruzeiros do Porto Canaveral, na Flórida, que foi construído especificamente para o navio – que é o primeiro nas Américas movido a gás natural liquefeito (GNL). Além disso, o navio traz outras novidades inéditas, como a primeira montanha-russa no mar, com a atração conhecida como “Bolt”.
Além da inauguração e entrega de diversos navios, 2021 também marcou a inauguração de portos e terminais, como foi o caso da inauguração oficial do Terminal de Cruzeiros do Porto de Dubai, o Dubai Harbor Cruise Terminal, com capacidade para até dois navios.
Próximo ano
Para 2022, muitas novidades são aguardadas. Desde a inauguração do Celebrity Beyond, novo navio da Celebrity Cruises e o terceiro na classe Edge, até o avanço dos recursos tecnológicos, como o novo espaço MSC Starship Club, que será implantado no MSC Virtuosa em abril, com direito ao Rob, o primeiro bartender robô humanoide dos mares.
Contudo, um dos lançamentos mais aguardados é a viagem inaugural do Disney Wish, que está programada para acontecer no verão norte-americano de 2022. O navio é o o quinto da frota, e vai oferecer entretenimento para toda família, como uma atração aquática inédita, bar de Star Wars, e uma aventura gastronômica cinematográfica em um restaurante da Marvel. O navio ainda será movido a gás natural liquefeito, ou GNL.