A Braztoa divulgou nesta terça-feira (20) os dados de seu boletim mensal do mês de junho que mostram um retrato de um mercado que começa a dar sinais mais nítidos de recuperação. No mês passado, 11% das operadoras associadas superaram o faturamento de junho de 2019. Outros 11% alcançaram mais de 75% do que faturavam na comparação com período pré-pandemia.
Em contrapartida, mais da metade das operadoras (52%) faturaram em junho menos de 25% que no pré-pandemia. Apesar de um percentual alto, os dados do mês representam uma melhora significativa em relação ao acumulado do primeiro semestre, em que 67% das operadoras faturaram menos de 25%.

Dados de faturamento das operadoras Braztoa em junho

Dados de faturamento das operadoras Braztoa no primeiro semestre
O resultado é um retrato a situação de fronteiras internacionais ainda fechadas para brasileiros nos principais destinos, o que impacta diretamente no tíquete médio das empresas. As viagens domésticas além de serem em média mais baratas, tiveram uma tendência de ser mais curtas e mais próximas, impactando no preço. Um total de 58% das empresas teve uma queda de tíquete médio durante a pandemia, sendo 37% com reduções superiores a 50%.
O presidente da Braztoa, Roberto Nedelciu, avalia que, apesar da redução de faturamento da maioria das operadoras, o resultado pode ser visto com muitos olhos, pois muitas empresas tiveram um corte significativo de custos no período.
“Todos nós reduzimos bastante os custos, então, considerando um faturamento enre 25% e 50%, já é uma recuperação boa, porque esse número na média do ano passado era de 10% ou 15%. Estamos com um movimento acentuado, mesmo com equipes ainda reduzidas e outros com redução de jornada”, explica.
CRESCIMENTO MÊS A MÊS
Dados divulgados pela Braztoa e do próprio mercado de aviação mostram que após o aquecimento no fim de 2020, as vendas de viagens sofreram uma forte baixa entre fevereiro e março, em decorrência da segunda onda da pandemia no Brasil resultando inclusive em corte significativo na malha aérea.
Porém, após este período, o mercado de operadoras destaca uma melhora significativa mês a mês, desde abril e fechando junho com uma alta consolidada no mercado.
“Até novembro estávamos com a expectativa muito boa. Mas depois, em janeiro fevereiro e março, quando chegou a segunda onda, tivemos resultados tão ruins ou até piores que os do início da pandemia. Mas agora mês a mês estamos crescendo. Agora com o avanço da vacina as pessoas estão se sentindo mais confiantes para sair e por isso dá para falar que o segundo trimestre foi muito melhor que o primeiro”, ressalta Nedelciu.
EMBARQUES
Este momento de aquecimento com junho acima da média do semestre, se traduz principalmente nos embarques. Enquanto a média do primeiro semestre mostra que 75% das operadoras tiveram menos de um quarto (25%) dos embarques registrados no primeiro semestre de 2019, os dados de junho mostram que esse grupo caiu apenas para 37%.
Em junho um quarto das operadoras (25,3%) alcançaram ao menos 50% do número de embarques registrados no mesmo mês de 2019. Deste total, 7% já conta com um número de embarques superior na mesma comparação. Já no acumulado do primeiro semestre, apenas 19% das operadoras superaram esse percentual de 50% nos embarques. Entre as vendas realizadas, a maioria dos embarques se concentra entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro de 2022.

Embarques no primeiro semestre

Embarques em junho