A temporada de baixa estação começou em Salvador e, apesar de demonstrar crescimento, a taxa de ocupação do setor hoteleiro da capital se mostrou abaixo do esperado pela categoria. De acordo com pesquisa divulgada pela ABIH-BA, o setor apresentou no mês de maio uma taxa de ocupação de 49,84%, o que representa um aumento de 2,24% em relação ao mesmo período do ano anterior (47,60%).
Ainda de acordo com os dados divulgados, a Diária Média revelou um incremento de 25% passando de R$ 213,61 em 2018 para R$ 267,01 em 2019, estimulada pela entrada de hotéis de alto luxo na capital baiana. Deste modo o Revpar de maio foi de R$ 133,08, situando-se acima do indicador no mesmo período de 2018, de R$ 101,68.
“Esperávamos números mais expressivos pois essa ociosidade de 52,4% revela as grandes dificuldades financeiras por que passa a hotelaria que, com a crise da companhia aérea Avianca, foi afetada pelo cancelamento de voos e pela alta de preços das passagens nas últimas semanas. Em alguns casos, o valor das passagens aéreas mais que dobrou, afetando diretamente o desempenho do setor hoteleiro”, afirma Glicério Lemos, presidente da ABIH-BA.
O Estado da Bahia foi um dos mais prejudicados com a atual e delicada situação da Avianca Brasil, que perdeu mais de 80% da frota desde dezembro, mês em que a companhia entrou com o pedido de recuperação judicial. Hoje com apenas cinco aeronaves, por falta de pagamento do arrendamento de outras 45 unidades já devolvidas, a Avianca Brasil, que dominava 29% de marketshare do Aeroporto de Salvador, hoje opera apenas um voo diário.
Em entrevista ao M&E, o secretário de Turismo de Salvador, Cláudio Tinoco, afirmou que toda a Bahia enfrenta com “muita dificuldade” o corte de oferta promovido pela Avianca Brasil. “Tivemos aumento de fluxo turístico em 2017 e 2018. No fim do ano passado, nossa expectativa já era de bater recorde agora em 2019, tanto é que o verão iniciou-se como o melhor da década. Ultrapassamos indicadores de fluxo de passageiros, taxa média de ocupação hoteleira e, a partir de abril, já começamos a registrar números menores do que no mesmo período de 2018”, frisou.